CORONAVÍRUS: NA POBREZA, FALTA DE ÁGUA E SANEAMENTO, DESEMPREGO, O PROBLEMA SERÁ AINDA MAIOR

Governos de Estado, prefeitos e câmaras de vereadores fazem seus decretos para prevenir a contaminação do coronavírus. As medidas atingem em cheio a população consumidora e que frequenta bares e restaurantes, shoppings, aeroportos. Mas e a comunidades pobres onde falta até água e sabão para lavar as mãos e fazer uma higienização pessoal e doméstica?

Existem casos que o vaso sanitário é um buraco que despeja os excrementos. Os riscos e as probabilidades de contágio por Covid-19 são muito maiores quando se trata de uma contaminação comunitária ativa, como se vê nos noticíarios. Aglomerados urbanos e rurais carentes ou com alta densidade populacional, em situação de favelização, são o grande temor de muitos especialistas. Neles, inimigos antigos se aliam ao coronavírus: a falta de água e saneamento, o desemprego e as estruturas familiares e residenciais.

“Às vezes, nesses lugares, não tem água encanada, recursos, não tem banheiro e, quando tem, o banheiro por vezes tem péssimas condições. São casas juntas demais. Isso tudo deixa eles mais vulneráveis”, diz Fátima Nepomuceno, médica de família há 24 anos. Fátima integra hoje a coordenação das equipes de Saúde da Família. Medo por eles? “Sim, muito”, afirma, sobretudo ao mencionar os idosos.

A Central Única das Favelas (Cufa), que atua em todo o Brasil, fez um alerta e divulgou um documento propondo medidas para reduzir o “enorme impacto da pandemia nas favelas”, que “visa um público fora das medidas formais adotadas” pelas autoridades.  Em particular “os que se encontram economicamente fragilizados e habitantes em território de desigualdade”. Entre as cobranças da Cufa estão a distribuição gratuita de água sanitária, sabão, álcool em gel e aluguel de quartos ou pousadas para idosos. (Fonte: Diário de Pernambuco)

Cristiane Oliveira, de 29 anos, via o filho Riquelme (2 anos) e o neto Benjamin (3 anos) tomando banho e desdenhava do impacto do coronavírus entre vizinhos e na mesma condição de vulnerabilidade que a dela: “Pobre não tem medo de pegar esse negócio porque a fome mata mais. A diferença é que ninguém faz passeata para isso”.

Nenhum comentário

← Postagem mais recente Postagem mais antiga → Página inicial

0 comentários:

Postar um comentário