Iguatu, Ceará, valoriza a obra e vida de Humberto Teixeira, compositor e advogado, parceiro de Luiz Gonzaga



O Museu da Imagem e do Som Alcântara Nogueira ganhou um novo atrativo cultural, que tem por objetivo resgatar a memória e homenagear um dos filhos ilustres de Iguatu, Ceará.
O Espaço Humberto Teixeira foi implantado graças a uma parceria firmada entre a Secretaria de Cultura do Município e o Banco do Nordeste. O acervo reúne fotografias, músicas em disco de vinil e os modernos CDs, depoimento do compositor, pesquisa de matérias de jornais e objetos que relatam a vida do "Doutor do Baião", como ficou conhecido o parceiro do sanfoneiro Luiz Gonzaga.

Parte do acervo sobre a vida e a obra de Humberto Teixeira foi doada pela família, e outra parte foi adquirida do Museu Cearense da Canção, o conhecido Arquivo Nirez.
"O nosso objetivo é preservar aspectos e identidade da nossa cultura, revelando para as gerações atuais e deixando para o futuro a produção artística do compositor iguatuense", explicou o diretor do Museu, Francisco de Paula da Silva.

De acordo com a direção do local, a frequência aumentou após a instalação do Espaço Humberto Teixeira. Dezenas de estudantes passaram a visitar semanalmente a unidade.  "Não conhecia a obra do compositor", disse a estudante Neudyanne Lopes. A aluna Maria Eulália de Souza disse que gosta das músicas do chamado forró autêntico. "São bem feitas e têm letras bonitas".

A secretária de Cultura, Diana Mendonça, disse que o Município pretende ampliar o acervo e instalar um sistema de projeção para filmes e vídeos de entrevistas sobre o compositor homenageado. "Demos o primeiro passo porque não havia em Iguatu um espaço onde fosse possível pesquisar e conhecer o conjunto das composições de Humberto Teixeira", frisou.
Humberto Teixeira aprendeu as primeiras noções musicais em Iguatu, com o tio dele, Lafaiete Teixeira. A flauta em que o menino aprendeu a tocar foi doada pela família e integra o acervo permanente do Museu da Imagem e do Som.

No espaço dedicado ao músico é possível encontrar uma dezena de discos antigos de vinil com interpretações originais dos cantores da época. Das décadas de 1940 a 1950, a agulha no disco ecoa as vozes consagradas de Luiz Gonzaga, Carmélia Alves, Emilinha Borba, Dircinha Batista, Ivon Curi, além de Zé Gonzaga e o grupo Quatro Ases e um Curinga.

Todas as composições gravadas de Humberto Teixeira estão reunidas em um conjunto de CDs. O pesquisador Wilson Lima Verde ressaltou a importância da instalação do espaço para o resgate e valorização da cultura musical nordestina.

"Foi a dupla Humberto Teixeira e Luiz Gonzaga que criou o ritmo baião", lembrou. "Eles abriram espaços para muitos músicos que seguiram até hoje o mesmo caminho, cantando a saudade, o amor e a dor do sertanejo", destacou.
Baião, arrasta-pé, xote e, hoje, como muitos generalizam, simplesmente forró ou forró pé-de-serra, confundindo o gênero com o ritmo musical, buscam valorizar a cultura nordestina e nasceram a partir do encontro da dupla, Humberto Teixeira e Luiz Gonzaga.
Fonte: Secretaria Cultura Iguatu-Ceará/Diário do Nordeste-Honorio Barbosa
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