Cultura: primeira Orquestra Quilombola do Brasil é a primeira formada por afrodescendentes

 




A Orquestra Quilombola do Brasil é a primeira no país formada por afrodescendentes que moram em uma área remanescente de quilombo. Na comunidade do Curiaú, distante 12 quilômetros de Macapá, estudantes entre 8 e 17 anos da Escola Estadual José Bonifácio aprendem a tocar flauta doce, instrumentos de cordas, sopros, percussão sinfônica, além de caixas de batuque  do marabaixo, manifestação folclórica do Estado.

O maestro Marcos Loreto foi à Macapá, conhecer de perto a Orquestra Quilombola do Brasil e ficou encantado com o que viu. “Farei todos os esforços para tentar mostrar a nível internacional este tipo de orquestra, que é único”, afirmou.

A peculiaridade da formação da orquestra chamou a atenção do maestro, que mora há mais de 25 anos fora do país. Atualmente, ele é adido cultural da embaixada do Brasil na Noruega e desenvolve um projeto de intercâmbio com a orquestra do município de Pindoretama, no interior do estado do Ceará.

Inclusa no projeto Sistema de Bandas e Orquestras do Estado do Amapá – Escola Livre e Associação Educacional e Cultural Essência, a Orquestra Quilombola recebeu o prêmio Ano Dourado 2013, em março, como melhor projeto de inclusão social. O prêmio é idealizado pela Central Única das Favelas- Cufa.  A cerimônia aconteceu no Teatro Municipal do Rio de Janeiro (RJ).

Coordenado pela associação Essência, o idealizador do projeto, maestro Elias Sampaio, conta que a participação na orquestra ajudou a melhorar o comportamento das crianças e adolescentes na escola. “Alguns alunos estão trabalhando com a gente há 6 meses e nós já vimos transformações radicais no comportamento, como a melhora na assiduidade escolar”, disse.

O projeto conta com 70 integrantes, alunos de 5ª a 8ª série, professores da escola, outros jovens da comunidade quilombola, além de monitores e o maestro amapaense, Elias Sampaio. O objetivo não é formar músicos, mas desenvolver a criatividade, a sensibilidade e a integração dos alunos.

Everton da Paixão está no grupo desde o seu início, em 2012. Esperto e dedicado, diz que não se vê longe da orquestra e está sempre disposto a ajudar quem está começando a tocar um instrumento.”Eu sonho ser maestro e também monitor do projeto. Futuramente quero ensinar o que eu sei hoje para outras crianças e ajudar”.

A Orquestra recebe investimento de uma empresa de telefonia e apoio do Governo do Amapá.

Fonte:  Folha Sinfonica
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