Os olhos
da fita vão rodar mais felizes no gravador: aos 50 anos, Chico César prepara-se
para gravar o 8º disco em um momento da trajetória no qual cantar e compor,
apenas, são razões suficientes para estar comemorando.
"Fazer
música já uma celebração da vida", diz o arauto de uma prosa impúrpura que
ganha novo capítulo este ano. "Claro que a nova idade cria outros
parâmetros pessoais, mas não vou lançar um olhar retrospectivo sobre a minha
carreira. Vou fazer mais uma obra. Mais um álbum de inéditas", revela.
Chico
esteve este fim de semana na São Paulo que o acolheu quando ainda era um jovem
'beradêro' de 21 anos, recém formado em Jornalismo, tentando a vida como
revisor de textos.
Fez um
show em Araraquara (a 270 quilômetros da capital paulista), com a releitura de
Aos Vivos (1995), disco que está prestes a alçá-lo ao patamar de duas décadas
no mercado fonográfico.
O
interior de São Paulo volta a recebê-lo em breve, quando pretende tirar 15 dias
de férias do cargo de Secretário de Cultura e se enfurnar em um
"estúdio-hotel" junto com a banda formada pelos músicos Helinho
Medeiros, Xisto Medeiros e Gleidson Meira.
"Já
estamos ensaiando diariamente no estúdio do (maestro e produtor) Sérgio Gallo.
A ideia é ficarmos mais uma semana aqui, ensaiando, e outra em São Paulo,
'morando' no estúdio. Queremos fazer algo que soe fresco, com todo mundo
cantando e tocando junto."
Agora um
'cinquentão' nostálgico, Chico está redescobrindo maneiras de fazer música. Com
Aos Vivos Agora (Biscoito Fino), projeto que remonta o começo de tudo, quando
bancou do próprio bolso o CD saído pela gravadora Velas (de Ivan Lins e Vitor
Martins), realizou um sonho antigo: estrear em vinil.
"Quando
meu primeiro disco foi lançado não quiseram fazer o vinil. Disseram que o vinil
era passado, que a minha música se comunicava com a nova mídia do CD, que
acabou envelhecendo muito rápido", avalia.
Hoje, o
bolachão de Aos Vivos Agora integra uma pequena coleção que cresceu depois que
Chico comprou uma vitrola e ganhou de presente do amigo Beto Britto a nova
edição do raro Paêbirú (1975). O gosto é tanto que o próximo trabalho também
sai em vinil. "No futuro, não haverá mais hit. Nada será massivo",
profetiza, na contramão da indústria.
Fonte: Jornal da Paraíba/ Tiago Cardoso-Rizimberg Rodrigues
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