JUNHO: TEXTO E POEMA DE MÁRCIO FABIANO É DESTAQUE NA REVISTA KURUMA'TÁ

Kuruma’tá é uma revista online de culturas e afetos compartilhados. É conversa do mundo, das coisas. É pra falar de livros, leituras e leitores. Pra falar da música e do cinema que nos encantam. Falar da troca entre as gentes e suas criatividades.

O publicitário Márcio Fabiano participa da edição da revista. 

Confira texto e poema de Márcio Fabiano: 

Na memória afetiva, Junho começa em março com a procissão de São José.  No sertão baiano, os católicos cantavam rimas ao Santo carpinteiro, pedindo chuva para irrigar as sementes de milho. Em Junho, com a colheita farta, as rezas e canções são para o trio católico e tão nordestino:  Antônio,  João Batista e Pedro. Junho é meu avô acendendo a fogueira e minha avó ofertando a mesa farta. Desde menino, eu sempre olho para o céu nesse mês tão glorioso.

Junho
Estouros no meu coração
Olhos de mil cores
Bandeiras trêmulas
Ventos sopram dores

Olha o fogo menino- grita a senhora.

Junho

Lembranças na brasa ardente
Cinzas no meu pulso
Fé e fumaça
O menino pirraça
A velha acha graça

Junho

O velho acende a fogueira
João está dormindo
A comida está na mesa
João está pedindo
Os meninos fazem festa
João está dormindo
O balão está no céu
João está subindo
Para ver o menino Jesus,
que em seus braços de luz,
abençoa o Santo, o menino
e a festa.
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