CONSELHO REGIONAL DE MEDICINA FAZ ALERTA E MANIFESTA PROFUNDA PREOCUPAÇÃO QUANTO À VULNERABILIDADE DA POPULAÇÃO E DO SISTEMA DE SAÚDE

Atentas à reabertura gradual dos setores da economia proposta pelo governo do estado, entidades da área da saúde emitiram recomendações para o período. O Conselho Estadual de Saúde de Pernambuco (CES-PE) divulgou nota de posicionamento para manifestar "profunda preocupação quanto à vulnerabilidade da população e do sistema de saúde". 

O Conselho Regional de Medicina (Cremepe) publicou recomendações para a reabertura dos estabelecimentos de saúde.

Na nota, o Conselho Estadual de Saúde - órgão colegiado formado por representantes do governo, dos prestadores de serviços, dos profissionais de saúde e dos usuários do sistema - considera que a medida coloca em risco o esforço até então feito pela população e pelo governo. "O CES-PE chama a atenção de que a retomada das atividades não deve ser presidida por demandas econômicas e sim por critérios sanitários, tais como os estabelecidos pela Organização Mundial da Saúde (OMS)", ressalta a entidade.

Já o Cremepe ressalta que existem algumas diretrizes que precisam ser acompanhadas para nortear o retorno das atividades de saúde. A Organização Mundial de Saúde (OMS) sugere alguns critérios que os países devem analisar cuidadosamente, antes de suspender o isolamento como forma de combate à Covid-19, como a transmissão da Covid-19 estar controlada; o sistema de saúde ser capaz de detectar, testar, isolar e tratar todos os casos, além de identificar todos os contatos prévios e medidas preventivas serem adotadas em locais de trabalho, escolas e outros lugares aonde seja essencial as pessoas frequentarem.

Segundo o Conselho Regional de Medicina, "todas essas regras devem estar associadas a um plano epidemiológico amplo, apoiado em estudos estatísticos, sanitários, de comportamento e prevenção da doença, os quais deverão orientar as propostas de retorno das gestões sanitárias". 

O Cremepe enfatiza ainda que "esse retorno das atividades mostra-se ainda mais complexo diante de uma crise sanitária grave, que se comporta de forma não homogênea ou simultânea em todo o planeta. No Brasil, país de dimensões continentais, a disseminação da doença avança em um cenário de convivência diárias das pessoas com condições precárias de saneamento básico. Pernambuco não foge à regra, sendo um estado horizontalizado, composto por várias macrorregiões e importantes diferenças de níveis socioeconômicos".

O Cremepe enfatiza ainda que "para um retorno seguro, são necessários referenciais epidemiológicos de controle visando a segurança na flexibilização da abertura, bem como a possibilidade de progressão ou retorno a estágios anteriores. As tendências das curvas de médias móveis de infectados, mortalidade e índices de ocupação de leitos Covid-19, são os referenciais possíveis em uma realidade de baixa testagem". 

A entidade publicou, nesta segunda, um documento com recomendações para a reabertura dos estabelecimentos de saúde. Para as instituições do setor privado, o Cremepe recomenda que as unidades de saúde tenham setores individualizados para pacientes sintomáticos respiratórios e não sintomáticos, bem como isolamentos e fluxos individualizados de pacientes com Covid-19.

As unidades de saúde particulares devem ainda ter disponível o quantitativo mínimo de 50% de seus leitos totais de enfermaria e 20% dos setores de assistência ventilatória, para internamentos eletivos ou oriundos do setor de urgência e emergência, devendo ainda existir uma reserva não ocupada de, no mínimo, 20% de segurança de seus leitos previamente destinados ao enfrentamento do novo coronavírus.

Para o setor público, o Cremepe recomenda que, para o retorno das atividades eletivas, devem ser estruturados dois tipos de serviços. As unidades com internamento de pacientes respiratórios sintomáticos e Covid-19 devem estar estruturada com todos os recursos humanos das diversas especialidades necessárias à plena assistência e unidades destinadas aos procedimentos de urgências e emergências não sintomáticas respiratórias, devidamente regulados pelo estado.

Já as unidades sem internamento Covid-19 também devem estar estruturadas para o retorno da assistência eletiva, devendo ter fluxos individualizados de pacientes oriundos das urgências e emergências e dos ambulatórios, ficando os leitos prioritariamente destinados aos setores de urgência e emergências e organizados segundo as demandas das especialidades. 

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