CENTRAIS SINDICAIS DISCUTEM NA PRÓXIMA TERÇA UM CALENDÁRIO DE PROTESTOS

Servidores públicos das três esferas de governo se articulam e prometem deflagar uma greve nacional, como forma de pressionar o governo federal frente à ameaça de perdas para a categoria, previstas na proposta de reforma administrativa, como o fim da estabilidade para novas contratações e a redução de até 25% da jornada e dos vencimentos do funcionalismo, dispositivo que consta da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) Emergencial. 

 Os sucessivos adiamentos da apresentação da proposta de reforma administrativa pela equipe econômica é um dos reflexos dos alertas que têm sido dados ao Executivo por parlamentares que participam das negociações da categoria. O início da greve é uma das decisões que poderão ser tomadas, na próxima terça-feira, em Brasília, durante uma reunião plenária organizada por oito centrais sindicais. A articulação tem potencial de provocar instabilidade política, a exemplo do que ocorre nos países vizinhos ao Brasil.  

Esta semana, a onda de protestos chegou à Colômbia, depois de Peru, Equador, Chile, Haiti e Honduras. Em Brasília, há um temor  de que eventuais manifestações de servidores públicos atraiam a adesão de outras categorias profissionais descontentes com a agenda liberal do ministro da Economia, Paulo Guedes, o que poderia agravar ainda mais o clima de tensão nas ruas. 

A Frente Parlamentar Mista em Defesa do Serviço Público tem aconselhado o governo a não insistir em propor mudanças polêmicas no funcionalismo. “Eu falei francamente com o Wagner Lenhart (secretário de Gestão e Desempenho de Pessoas do Ministério da Economia): se o governo insistir com essas propostas, o país poderá ser tomado por uma convulsão social”, disse o deputado federal Professor Israel Batista (PV-DF), presidente da frente parlamentar.

Batista e outros trinta parlamentares, governistas e de oposição, participaram, no dia 12, de uma reunião na residência oficial do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ). O encontro teve o objetivo de dar os retoques finais à Agenda para o Desenvolvimento Social, lançada na última terça-feira na Câmara como contraponto às reformas econômicas do governo federal. Na ocasião, os participantes também expressaram preocupação com o risco de o país ser tomado por uma onda de protestos.
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