São muitas as lendas e os mistérios que cercam a música e a figura de João Gilberto

Na última semana de vida, João Gilberto contrariou a fama de recluso. Levado pelo advogado Gustavo Carvalho Miranda e pela companheira, a moçambicana Maria do Céu Harris, ele jantou frutos do mar, seu prato predileto, na última terça-feira, na churrascaria Mariu’s, no Leme. 

João Gilberto mudou o jeito de cantar e de tocar violão de vários artistas ao criar a bossa nova: um estilo brasileiro que conquistou o mundo.

Era 1968 e ninguém sabia que as notas eram o anúncio de uma revolução. A canção composta por Tom Jobim e Vinicius de Moraes pra ser tocada como um choro, no violão de João Gilberto acabou virando uma coisa que não se sabia dizer o que era. Nunca ninguém tinha tocado daquele jeito. Que nova bossa seria aquela? Aquela era a bossa nova.

A voz era contida, quase um sussurro. Enquanto a mão direita tocava os acordes e marcava o ritmo como se o violão fosse um tamborim. Era o máximo! E era mínimo.

São muitas as lendas e os mistérios que cercam a música e a figura de João Gilberto. Mas até onde se sabe a história do homem que mudou a história da nossa música não se gabava do seu imenso talento. Costumava dizer num versinho, quase sussurrando: eu possuo apenas o que Deus me deu.

“Sempre procurou a perfeição. A impressão que me dá é sempre que ele está buscando a forma perfeita de cantar. Eu acho que é isso que fica de um grande artista”, destaca o jornalista Artur Xexéo.
Nenhum comentário

← Postagem mais recente Postagem mais antiga → Página inicial

0 comentários:

Postar um comentário