Dudinha Seresteiro completa 80 anos e lembra da fartura do rio São Francisco e da demolição do cais de Juazeiro

"A música no ritmo do violão me faz viver e por isto estou  aqui para abraçar amigos". A frase é de  José Alves Cordeiro, o talentoso Dudinha Seresteiro, exímio tocador de violão de 7 cordas.

Dudinha aponta que entre os instrumentos “abrasileirados”, o violão de 7 cordas é muito mais do que um simples instrumento musical. "Ele representa uma linguagem e um estilo musical. Sinto-me realizado nestes oitenta anos de vida, bem vivida e cantada no ritmo da paz e da alegria", avalia o seresteiro. 
Ele também exerce a profissão de sapateiro. Confecciona sandálias de couro e um dos clientes mais famosos é o  Genival Lacerda. "Meu couro é de bode puro. A preferida é a sandália modelo cangaço".

Dudinha Seresteiro completa este mês 80 anos de vida. Nascido em Custódia, Pernambuco. Viveu um bom pedaço da vida em Salgueiro. Nos ano 50 foi goleiro. Em 1975 veio para Petrolina e assistiu a "cheia de 1979". Revela que presenciou um rio São Francisco exuberante, majestoso em volume de água e pescaria muito farta e de geração de emprego e renda.

"Não me conformo até hoje em Juazeiro a administração ter demolido o cais, uma riqueza do patrimônio", revela. Dudinha é exaltado pelos amigos como um boêmio sempre de bom humor e muito trabalhador, lembra o amigo Cícero Bahia acrescentando que Dudinha coleciona rádios antigos é "uma memoria viva".

Recém cirurgiado Dudinha ainda hoje gosta de uma seresta e no trabalho não se separa dos cds na voz de Nelson  Gonçalves, Altemar Dutra, Canhoto da Paraíba, Anisio Silva, entre outros seresteiros.

"É um tempo onde prevalecia a voz e o talento. A boêmia em forma de vida. Violão companheiro querido. Vida que segue", finaliza Dudinha.



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