Pontal Sul: MST não concorda com modelo que a Codevasf pretende implantar

O  Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) cobra do Governo Federal, Estado, do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e a Companhia de Desenvolvimento do Vale do São Francisco (Codevasf)  novas ações para discutir o processo do Projeto Pontal Sul, em Petrolina. 

Segundo a direção do MST O Projeto Pontal é um projeto de irrigação para favorecer o agronegócio na região do São Francisco, uma vez que, para a irrigação, o projeto se utilizará as águas do Rio. O projeto é administrado pela Codevasf, uma agência do governo Federal. Sob a intervenção do Banco Mundial, o governo Federal planeja transferir as terras do Pontal para o setor privado para favorecer o agronegócio e privatizar o fornecimento de água para os agricultores.

O MST-PE lançou nota explicando a posição adotada sobre o projeto  Pontal Sul. Nas nota o MST alega não concordar com o modelo de desenvolvimento que a Codevasf pretende implantar nas terras do Pontal. “Um modelo que mantém a lógica colonialista de colocar nossas terras a serviço dos interesses do mercado internacional”, diz a nota.

"O Governo federal, através da Codevasf já investiu 250 milhões de reais apenas para implantar 35 km de canal, e  já solicitou 120 milhões de reais do orçamento da União, apenas para a conclusão das obras de infra-estrutura, e prevê gastar mais de 540 milhões em investimento. Tudo isso para atender a 30 empresas agropecuárias de porte internacional. 

A Codevasf , de forma compensatória, prevê beneficiar alguns pequenos agricultores no projeto irrigado para produzir de forma integrada às grandes empresas (exploração de forma ainda feudalista) e beneficiar as famílias moradoras em áreas de sequeiro. Este modelo mantém de forma exposta a concentração da terra, mercantiliza as águas e impossibilita a competição pelos pequenos agricultores, além de promover a degradação ambiental através da implantação de pacotes tecnológicos”, explica a nota. 

Segundo os trabalhadores da região, a desapropriação das terras para o projeto já expulsou mais de 2.000 famílias de agricultores de suas terras. Essas famílias esperam há oito anos pelo seu reassentamento em outra área. No projeto está previsto o assentamento das em áreas de sequeira, sem irrigação e com más condições para a agricultura.

De acordo com a direção estadual do MST-PE, caso seja implantado o projeto, as empresas de agronegócio ficarão mais uma vez com as terras férteis e com toda a infra-estrutura para garantir seus lucros. Enquanto os pequenos agricultores, responsáveis pela produção da maior parte do alimento que chega à mesa do povo brasileiro, ficaram com as piores terras.
A proposta do MST é que a infra-estrutura construída pela Codevasf e os 35 mil hectares sejam repassadas para assentar 2.000 mil famílias Sem Terra.
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