LUIZ GONZAGA, BEDUÍNO, A LENDA DA CARIMBAMBA E O CANTO: AMANHÃ EU VOU

Diz uma lenda que todas as noites um canto triste ecoava na lagoa do Opaia, como se estivesse falando "amanhã eu vou, amanhã eu vou". 
Era a Carimbamba, uma ave semelhante a uma coruja. Rosabela, moradora da região, havia se encantado por esse canto e todas as noites acordava para escutar o sedutor canto da ave.

Até que numa noite de lua-cheia, ela foi direto para a lagoa atrás da Carimbamba e nunca mais voltou. Desde então, nas noites de lua-cheia, pode-se ouvir da lagoa do Opaia, Rosabela cantando o canto da Carimbamba, "amanhã eu vou, amanhã eu vou"...

 Segundo a Professora Lourdes Macena, a lenda pertence ao povo da lagoa de Opaia  localizada  no bairro Aeroporto na cidade de Fortaleza.A lenda é contada na música "Amanhã eu vou", composta por Beduíno e interpretada por Luiz Gonzaga em 1951. A música foi também gravada por Fagner, Zé Ramalho e Elba Ramalho.

O meu amigo e professor Aderaldo Luciano, mestre e doutor em Ciência da Literatura conta que em algum dia início da década dos anos 80, essa data, 22 de agosto,  flutua e se move no turbilhão de fatos.

"Eu ouvi com o coração que a terra há de sentir algum dia, próximo ou longínquo que seja, em alguma estação de rádio do Crato ou do Juazeiro do Ceará, a canção fatal que determinaria minha vida: Amanhã eu Vou, versos de Beduíno e Luiz Gonzaga. Não tardou muito para eu ver Elba Ramalho num desses festivais de inverno, de Areia ou de Campina Grande, Paraíba, cantar.

Estranhava-me a história desse pássaro chamado de carimbamba do qual nunca ouvira falar, sequer ouvira seu canto que grassava na noite a onomatopeia "amanhã eu vou". 

Com os parcos recursos de pesquisa da época saí em busca dessa ave. E encontrei em seu Carneiro, mestre da cultura, cantador de viola, um poeta que morava na única casa do final da Rua do Bode e a primeira do que chamou-se mais tarde a Rua Nova, entrando por um pedaço do sítio de Pedro Perazzo, encontrei nele a luz. A carimbamba era o mesmo bacurau, é o mesmo curiango. Esse eu conhecia. Um pássaro cuja mola no pescoço o fazia dar um giro de 360º.

Foi Luiz Gonzaga quem ensinou-me a voz, a língua e a canção do pássaro. E, junto com isso, destrinçou-me a lenda de Rosabela, a encantada donzela a adentrar a lagoa fria, hipnotizada pela canção atravessada no peito da ave mágica.

A canção apresentou-me também o elemento vegetal, a taboa e o elemental Caboclo d'Água, aquele responsável por carregar tantos amigos para o reino paralelo da morte nas profundezas dos rios".

Convido Você para juntos neste domingo, 9hs, no Programa Nas Asas da Asa Branca-Viva Luiz Gonzaga e seus amigos, escutarmos na sintonia www.radiocidadeam870.com.br 

 AMANHA EU VOU:

Era uma certa vez um lago mal assombrado e toda noite sempre se ouvia a carimbamba cantando assim: Amanhã eu vou, amanhã eu vou. A carimbamba, ave da noite cantava triste lá na taboa...manhã eu vou, amanhã eu vou...E Rosabela, linda donzela ouviu seu canto e foi pra lagoa... A  taboa laçou a donzela caboclo d´água ela levou, a carimbamba vive cantando, mas Rosabela nunca mais voltou: Amanhã eu vou, amanhã eu vou... 

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