Ando relendo, revisitando o livro Baião dos Dois: Zé Dantas e Luiz Gonzaga, editora Massangana. A autora é a professora Mundicarmo Maria Rocha Ferreti, Prefácio de Leonardo Dantas Mota.
O livro é referência por ser uma pesquisa científica apresentada na Universidade Federal do Rio do Norte como tese de mestrado. Nele consta a arte de Zé Dantas em suas condições de produção; a música e a vinculação à comunicação de massa e o encontro do intelectual com o artista do povo...
Segundo a pesquisadora, Zedantas conheceu o Rei do Baião em 1947, antes mesmo de terminar o curso de medicina na UFPE, em 1949, e de partir para o Rio de Janeiro no ano seguinte. Embora fosse “doutor”, era notado sobretudo pelo humor e talento com os quais contava histórias e criava versos. De 1950 a 1958, Luiz Gonzaga gravou 50 composições do conterrâneo, que as escrevia com a intenção de divulgar os costumes e as artes populares tipicamente nordestinas.
Com olhar voltado para as próprias raízes, Zedantas compunha canções sobre festividades sertanejas, práticas medicinais e agrícolas, poesia, artesanato. Chegou a ser diretor do programa No Mundo do Baião, da Rádio Nacional, e do Departamento Folclórico da Rádio Mayrink Veiga. Quando morreu, aos 41 anos, um busto foi levantado na cidade natal, Carnaíba.
Mas foi na voz de Luiz Gonzaga que recebeu o maior tributo, a música Homenagem a Zedantas, que empunhava versos como: “Chora meu olho d' água,/ chora meu pé de algodão./ As folhas já estão se orvalhando,/ saudade do nosso irmão,/ Zedantas”.
Além de Luiz Gonzaga, as composições do pernambucano foram gravadas por artistas como Carmélia Alves (O calango), Quinteto Violado (Chegada de inverno), Ivon Curi, (Dei no pai e trouxe a filha), e Jackson do Pandeiro (Forró em Caruaru).
Dominguinhos gravou Riacho do Imbuzeiro.
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