Ana das Carrancas: um legado cultural que a morte não apaga

O Jornal do Commercio destaca nesta terça-feira, 29, o Caderno Especial Pernambuco Vivo. Nele consta texto sobre o trabalho e vida, cultura e arte, beleza e poesia de homens e mulheres que transformaram o território pernambuco num lugar melhor e mais bonito.

No Sertão pernambucano, na divisa do Estado com a Bahia, Ana das Carrancas, fez história, continuada com firmeza no trabalho de duas de suas filhas: Angela Lima e Maria da Cruz. A artista-Patromônio Vivo em 2005 - nasceu em Santa Filomena, 1923 e morreu em 2008, aos 85 anos.

Filha de india e descendente de escravos, ela aprendeu em casa a arte do barro. Sua mãe, para sustentar a família durante os periodos de seca, fazia jarros e panelas para vender nas feiras do interior. Fugindo da estiagem, Ana chegou a Picos, Piauí.

Em 1954, o áspero clima sertanejo lhe fez descobrir Petrolina, onde á beira do Rio São Francisco, juntou o barro á lenda das carrancas, imagens que protegiam os barqueiros contra os maus espíritos.

"Mamãe era uma mulher batalhadora. A gente só não passou fome porque ela sempre trabalhou. Ela foi uma supermãe", lembra Maria da Cruz.

De expressões fortes e traçõs bem definidos, as carrancas de Ana foram ganhando fama. As carrancas criadas por Ana tinham os olhos vazados, uma homenagem ao marido, José Vicente de Barros, que é cego.

Toda a obra de Ana das Carrancas está atualmente reunida no Centro de Cultura Ana das Carrancas, administrado por suas filhas, espaço que recebe diariamente estudantes e turistas que vao conhecer o legado marcado pela Dama do Barro.
Fonte: Jornal do Commercio
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