Poucas horas depois de anunciar o nome de Augusto Aras como substituto de Raquel Dodge na Procuradoria-Geral da República (PGR), o presidente Jair Bolsonaro enfrenta a repercussão negativa da indicação. Varios procuradores, principalmente integrantes da força-tarefa da Lava-Jato, como o coordenador do grupo em Curitiba, Deltan Dallagnol, se pronunciaram com críticas à indicação.
Mais contundente, a Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR), afirmou, em nota pública, que ignorar a lista tríplice “é o maior retrocesso democrático e institucional do MPF em 20 anos”.
Ainda na nota, a ANPR afirma que Augusto Aras não foi submetido a todo o processo natural a que os integrantes da lista tríplice foram sujeitos. E mais: consideram que o indicado “não possui qualquer liderança para comandar uma instituição com o peso e a importância do MPF”.
A associação ainda considera que a atitude de Bolsonaro de fugir a lista tríplice, fazendo uma escolha por afinidade pessoal e alinhado, fere a independência do MPF. “As falas (de Bolsonaro) revelam uma compreensão absolutamente equivocada sobre a natureza das instituições em um Estado Democrático de Direito.
Para a próxima semana, ainda sem data marcada, a associação fará uma reunião pra discutir a indicação. “A escolha anunciada no dia de hoje menospreza, também, o princípio da transparência, na medida em que os candidatos da lista tríplice viajaram o país debatendo, publicamente, com a carreira, a imprensa e a sociedade, os seus projetos, as suas ideias, o que pensam sobre as principais dificuldades e desafios da nossa vida institucional”.
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