Reitor da Univasf diz que serviços essenciais e atividades serão afetadas com bloqueio de R$12 milhões no orçamento

Reitor da Univasf diz que serviços essenciais e atividades serão afetadas com bloqueio de R$12 milhões no orçamento

Estudantes da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf) e do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sertão Pernambucano (IF Sertão-PE) estão preocupados com as consequências dos cortes orçamentários sofridos pelas instituições. 

Na Univasf, 84% do investimento programado foi comprometido, quase 12 milhões. No IF Sertão-PE, o bloqueio de 30% representa cerca de R$ 8 milhões a menos em recursos. O Ministério da Educação fez o anúncio na terça-feira (30) do bloqueio de 30% na verba das instituições de ensino federais.

O bloqueio orçamentário pode comprometer o funcionamento do instituto. Débora Albuquerque cursa edificações no IF Sertão-PE, no campus Petrolina. Ela disse que teme em como isso pode afetar a vida dela e de outros estudantes. "O sentimento de quem está dentro do instituto, de quem está analisando, sentindo e vivendo essa situação que estamos passando. É um sentimento de revolta, de indignação".

Segundo uma nota enviada pelo o IF-Sertão-PE, a previsão de orçamento para o instituto é menos da metade do que foi liberado há quatro anos, quando ele contava com uma estrutura menor para manter o funcionamento. A nota ainda destaca que nos últimos quatro anos, os recursos destinados ao instituto têm diminuído vertiginosamente.

Os estudantes estão com receio de que as aulas sejam suspensas. "Se um corte desse prejudicar a ponto de você entrar em greve, a instituição, a gente vai atrasar muito o nosso curso, que já é um curso bem demorado, e vai atrasar mais ainda", revelou o aluno Rafael Pereira da Silva.

"Essa é uma das minhas principais angústias, porque se caso houver uma greve, isso pode afetar bastante a gente, em relação a entrar em uma faculdade futuramente", disse o estudante Bruno Batista.

Além do prejuízo para os estudantes, o bloqueio orçamentário também prejudica no desenvolvimento das pesquisas. "Não afeta somente estudantes da instituição como pessoas de fora", ressaltou a estudante Diovanna de Amorim.

Em nota, o IF Sertão disse que está buscando, junto à assessoria jurídica, a adoção de medidas legais para impedir que o orçamento continue bloqueado e que na próxima sexta-feira (10), haverá uma audiência com o Ministro da Educação.

Na Univasf, o corte no orçamento é de quase R$ 12 milhões. O que afeta todos os serviços essenciais na universidade.

"As atividades de graduação serão afetadas diretamente, porque primeiro os estudantes precisam estarem aqui e se manterem aqui no momento em que nós temos um corte no nosso orçamento e precisamos fazer um ajuste. Por exemplo, nós precisaríamos deixar de pagar alguns serviços como o fornecimento de água e de energia, muito em breve nós não poderemos pagar as faturas", explicou o reitor da Univasf, Julianeli Tolentino de Lima.

A universidade já passa por um período de contenção de despesas, e, diante deste bloqueio no orçamento, vai ser preciso fazer alguns ajustes. 

"Um deles vai passar pelo corte nos serviços continuados. O apoio terceirizado de vigilância, de limpeza, de manutenção, apoio administrativo nós teremos que fazer esse ajuste e isso significa a demissão de pessoas que prestam serviços a nossas universidades. São pessoas muito importantes e não podemos perdê-los", esclareceu o reitor.

Roberto de Jesus é motorista da Univasf há sete anos e teme que isso provoque demissões em massa. 

"A gente está muito preocupado com esse corte no orçamento no valor de 30% que vai afetar muitos pais de família aqui na nossa região, principalmente na nossa universidade. Fala-se de 200 pessoas sendo demitidas, tem funcionários aqui que tem dez anos, quinze anos. Eu tenho sete anos aqui dentro e nunca me vi em uma situação dessa".

O reitor da Univasf ressaltou ainda que está em contato com o Ministério da Educação. "Nós estamos provocando o MEC para viabilizar a liberação desse orçamento especialmente de custeio para pagar as nossas contas de energia, de água, pagar os nossos servidores terceirizados e continuarmos as nossas atividades", reforçou o reitor da Univasf.

Fonte: TV Grande Rio
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