O funcionamento no segundo semestre das instituições públicas federais em Pernambuco está ameaçado pelo corte de orçamento de 30% anunciado pelo Ministério da Educação (MEC).
Bolsas, atividades, projetos, ações de manutenção e futuros investimentos podem ser suspensos por falta de verba, caso a redução nos valores repassados às instituições não seja revista. Os cortes referem-se a repasses do Tesouro com gastos discricionários, sem envolver salários.
O pró-reitor de Planejamento, Orçamento e Finanças da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Thiago Galvão, informou que a instituição não sofreu novos bloqueios nesta sexta-feira (3). Nessa quinta-feira (2), a principal universidade do estado e uma das bem conceituadas do país, teve R$ 55,8 milhões bloqueados pelo governo federal.
Do total embargado, R$ 50 milhões são referentes ao orçamento de custeio da instituição de ensino superior. O corte representa 30% do total anual voltado para manutenção da universidade. Além do corte no orçamento de manutenção, a UFPE sofrou um bloqueio de R$ 5,8 milhões do orçamento de investimento, usado na aquisição de novos equipamentos, de aparelhos de ar-condicionado, compra de computadores, construção de novos prédios, por exemplo. "Neste primeiro semestre, as atividades não devem sofrer impacto, mas se a decisão não for revista, o funcionamento no segundo semestre fica comprometido. Esperamos que os parlamentares ajudem a reverter essa situação", afirmou.
O Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Pernambuco (IFPE) confirmou, nesta sexta, que também sofreu cortes no orçamento. De acordo com dados do Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal (Siafi), a instituição sofreu um corte de 30% no seu orçamento discricionário previsto na Lei de Orçamentária Anual (LOA).
Deputados federais e senadores de diversos partidos têm se mobilizado para reverter a situação do corte nas verbas das universidades.
Na última quinta-feira (2), o senador Randolfe Rodrigues (Rede) protocolou uma ação popular na Justiça Federal contra o MEC. O partido deu entrada ainda em um mandado de segurança coletivo junto ao Supremo Tribunal Federal (STF) com o objetivo de suspender os cortes. "As ações pedem liminar para determinar que os cortes sejam imediatamente suspensos e serão julgadas nos próximos dias", afirmou o senador.
De acordo com a assessoria de comunicação do STF, "a Rede ajuizou o Mandado de Segurança (MS) 36459, relatado pelo ministro Marco Aurélio. Ainda não há qualquer decisão".
Parlamentares que representam Pernambuco no Congresso Nacional também têm se movimentado para tentar reverter a situação. O deputado federal Danilo Cabral (PSB) disse que a medida do governo federal fere a autonomia das universidades e foi tomada com base em critérios subjetivos e políticos e não técnicos. "Outros cortes na educação já haviam sido feitos e tínhamos essa pauta. Cerca de 80 mil pesquisas estão comprometidas por causa dos cortes. Temos audiências marcadas com três ministros para cobrar deles uma posição", afirmou.
Parlamentares que representam Pernambuco no Congresso Nacional também têm se movimentado para tentar reverter a situação. O deputado federal Danilo Cabral (PSB) disse que a medida do governo federal fere a autonomia das universidades e foi tomada com base em critérios subjetivos e políticos e não técnicos. "Outros cortes na educação já haviam sido feitos e tínhamos essa pauta. Cerca de 80 mil pesquisas estão comprometidas por causa dos cortes. Temos audiências marcadas com três ministros para cobrar deles uma posição", afirmou.
Nesta quarta-feira (8), a Comissão de Educação da Câmara Federal recebe o ministro da Ciência e Tecnologia, Marcos Pontes. Na quarta-feira seguinte (15), o ministro da Educação, Abraham Weintraub, será indagado. No dia 29, a audiência pública será com o ministro da Economia, Paulo Guedes.
O deputado federal Túlio Gadêlha (PDT), um dos coordenadores da Frente Parlamentar pela Valorização das Universidades Federais, disse que um ato será realizado nesta terça-feira (7), na Universidade de Brasília (UnB), contra os cortes.
"Entramos com uma ação popular (na Jutiça Federal) para cobrar informações sobre a validade (dos cortes). Em relação à fala do ministro (da Educação), fizemos um levantamento do histórico escolar dele e apuramos que a média no curso de ciências econômicas do ministro Abraham Weintraub foi 1,2 no primeiro ano da graduação. Isso sim, é uma balbúrdia", disse, em referência à fala do ministro sobre três universidades brasileiras.
A diminuição dos recursos foi anunciada inicialmemnte para as universidades de Brasília (UnB), Federal Fluminense (UFF) e Federal da Bahia (UFBA). Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, publicada nessa segunda (29), o ministro da Educação justificou que as reduções no orçamento da UnB, da UFF e da UFBA foram definidos porque as três instituições estariam com sobra de dinheiro para "fazer bagunça e evento ridículo". Weintraub afirmou que a promoção de "balbúrdia" nas universidades e festas inadequadas ao ambiente universitário seria critérios usados para a escolha das instituições afetadas pelo congelamento de verbas.
A Universidade Federal do Vale do São Francisco está presente em três estados: Pernambuco, Bahia e Piauí. Os primeiros campi foram implantados em Petrolina, sertão pernambucano; Juazeiro (BA) e São Raimundo Nonato (PI). Em seguida, a universidade se estabeleceu em Senhor do Bonfim (BA), depois foi implantado o campus Paulo Afonso (BA) e, mais recentemente, o campus Salgueiro, no Sertão de Pernambuco, foi criado. A universidade oferece 35 cursos de graduação, dos quais 30 são presenciais e cinco na modalidade de Educação a Distância (EAD). A Univasf também possui 17 cursos de mestrado, quatro doutorados e 10 especializações.
Fonte: Diário de Pernambuco
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