"EM CASA", DEFINE O CANTOR DANIEL GONZAGA AO VISITAR EXU, PERNAMBUCO

O cantor e compositor Daniel Gonzaga visita Exu, Pernambuco, a terra do seu avô Luiz Gonzaga, mestre da Sanfona e do do Baião. "Em casa". Assim foi a definição da alegria do cantor e compositor Daniel Gonzaga em informar que estava em Exu, Pernambuco, terra do seu avô Luiz Gonzaga e lugar que ele visitou inúmeras vezes ainda criança com o seu pai Gonzaguinha e Família.

Luiz Gonzaga na gravação de A Vida do Viajante (Gonzaga/Hervé Cordovil), conta que toda a trajetória musical começou com Januário e seu fole de oito baixos desde 1912 e  escuta Gonzaguinha dizer: “Deixa que eu levo pra frente”. 

Em abril completou 30 anos da partida de Luiz Gonzaga do Nascimento Junior. Gonzaguinha sofreu acidente automobilístico no Paraná, após um último show, no dia 29 de abril. Daniel Gonzaga com muita personalidade e estilo próprio é quem “leva pra frente” a história.

O cantor encontra-se em visita a Exu e dá um presente ao Nordeste a música brasileira prestigiando as festividades dos 109 anos de Luiz Gonzaga, neste ano de 2021. Dia 14 em João Pessoa, Paraíba, ele participa do Fórum Nacional do Forró e Encontro Nacional dos Forrozeiros, quando na oportunidade o forró ganha título oficialmente de Patrimônio da Cultura Brasileira.

No dia 22 de setembro, Daniel Gonzaga, realizou um show presencial, no Teatro Rival Refit, quando lançou o DVD "GONZAGA" e relançamento do CD COMPORTAMENTO GERAL.

O Teatro Rival Refit é sinônimo de tradição e excelência artística há mais de oitenta anos. Daniel Gonzaga é dono de uma história única dentro da música brasileira.

O CD ganhou repercussão e sempre respeitando sua história que combina a música nordestina com o rock básico e o blues. No espetáculo, o artista também misturou um pouco de seus trabalhos anteriores com o material do DVD e textos de seu monólogo “Encourado”. No repertório, músicas como “Comportamento geral”, “#40”, “Vaqueirama”, “Janela”, “Vida do viajante”.

Daniel Gonzaga já tem sete álbuns gravados e este mês vai lançar um DVD. Mente inquieta super produtivo Daniel Gonzaga é puro ritmo musical.

Em abril o jornalista Vitor Nuzzi, da Rede Brasil Atual revelou que Primogênito, Daniel tinha 16 anos quando o pai morreu. Adolescente, curtia mais as bandas brasileiras de rock que surgiam naquela época, como Ira! e Legião Urbana. Só foi ouvir realmente Gonzaguinha (que chama de “Gonzaga”) depois do acidente, mas não de imediato. “Fiquei um tempo mesmo sem conseguir ouvir. Depois passei para o meu avô”, lembra.

A música, claro, era prato diário. Aos 8 anos, Daniel cantou em coro infantil. Aos 13, foi trabalhar de roadie com o pai, para começar da base, aprender o funcionamento daquele universo. “Sempre gostei muito de frequentar estúdio, mesa de gravação. Nos shows, passei a prestar atenção no baixo, na bateria.” 

“No tempo que eu tive com meu pai neste planeta, nossa convivência foi bem banhada de música.”

E quem é Gonzaguinha? “Eu coloco ele na resistência e na criação de uma nova música brasileira”, comenta Daniel. “Ele é filho de um dos grandes pilares da música brasileira do século 20.” E recorda das origens do artista, desde os tempos do Movimento Artístico Universitário (MAU), na virada para os anos 1970.

Era um grupo que se reunia na rua Jaceguai, no bairro da Tijuca, zona norte carioca. Na casa de Aluízio Miranda, psiquiatra e músico, e Maria Ruth. Estavam lá, entre tantos outros, Gonzaguinha, Ivan Lins, Aldir Blanc, Guinga, César Costa Filho. Uma das filhas do casal, Ângela, casou-se com Gonzaguinha. Tiveram dois filhos, Daniel e Fernanda, também cantora. O artista teve outras duas filhas, Amora, com Sandra Pêra, e Mariana, com Louise Martins, a Lelete, com quem vivia em Belo Horizonte.

Aquela geração do MAU foi abrindo espaço. Ivan Lins foi fazer o programa global Som Livre Exportação. Gonzaga Jr. ganhou o 2º Festival Universitário de Música Popular do Rio com O Trem, em 1969. Seu primeiro disco foi lançado em 1973, e a canção Comportamento Geral logo chamou a atenção da censura.

Gonzaguinha já era conhecido quando veio a explosão de O que é O que é, faixa do álbum Caminhos do Coração, lançado em 1982. Daniel acredita que é a música “que conecta mais o povo a Gonzaga”. Mas cita outras que considera emblemáticas da obra do pai, como a explícita Comportamento Geral, Explode Coração (bastante conhecida na voz de Maria Bethânia) e Redescobrir (gravada por Elis Regina).

Aparentemente, uma canção de tom mais político e outras mais românticas. Mas as aparências enganam. “Tem gente que coloca Explode Coração como uma música mais política”, observa Daniel. 

O verso “desvirginando a madrugada”, por exemplo, para além da conotação sexual, pode ser visto como um raiar da liberdade. “Aí está toda a genialidade dele, podendo transitar nos dois universos”, comenta o também cantor e compositor. Já Redescobrir “pode ser a mente de um cara ultra politizado escrevendo sobre o amor ou um cara extremamente apaixonado escrevendo sobre política”, diz Daniel

Depende, também, da forma como a canção é interpretada. Ele toca a bateria na sala de casa e enfatiza os versos: “Chega de tentar/ Dissimular”. Qual a mensagem?

E o que ficou do pai Gonzaga? “Acho que eu aprendi a ser uma pessoa comum. A trabalhar, a fazer meu trabalho. O que importa é a honestidade do dia a dia. 

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