Brasil ganha “Centro de Sobrevivência de Espécies”, um polo de conservação para animais e plantas nativas do país

Segundo a Lista Vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN), que avalia as condições de sobrevivência de milhares de animais e plantas no planeta, em julho de 2020, entre 120 mil espécies analisadas, mais de 30 mil estavam ameaçadas de extinção. 

Desse total, quase 7 mil são classificadas como ‘criticamente em perigo’ ou ‘criticamente ameaçadas’, isso significa que elas estão a um passo de desaparecer da natureza.

Para evitar que mais espécies da fauna e da flora deixem de existir em nosso país, foi inaugurado, em Foz do Iguaçu, no Paraná, o Centro de Sobrevivência de Espécies Brasil. O polo de conservação é uma parceria entre a Comissão de Sobrevivência de Espécies e o Grupo Especialista em Planejamento de Conservação, ambos da UICN, e o Parque das Aves, onde ficará sediado o centro.

“Hoje em dia, existem muitas ferramentas para prevenir a extinção de espécies. Conservação funciona. No entanto, precisamos trabalhar cada vez mais juntos, conectando cientistas e dados de todos os países, capacitando profissionais nas metodologias efetivas desenvolvidas globalmente, e juntar profissionais e projetos para criar planos estratégicos para salvar espécies”, afirma Carmel Croukamp, CEO do Parque das Aves.

O Brasil será o quarto país do mundo a ter um Centro de Sobrevivência de Espécies da UICN. Outros já existem nos Estados Unidos, Reino Unido e Portugal. Em Foz do Iguaçu, haverá também estratégias de integracão com trabalhos de preservação da flora brasileira.

Depois das Cataratas do Iguaçu, o Parque das Aves é uma das principais atrações turísticas da região oeste paranaense. Antes da pandemia, o local recebia aproximadamente 800 mil visitantes por ano para observar seus 1.300 pássaros, de cerca de 150 espécies diferentes. O parque abriga aves resgatadas e também desenvolve programas de reprodução em cativeiro, com parceiros, como é o caso da jacutinga, a ave que aparece na imagem de abertura deste texto.

Em setembro do ano passado, um estudo feito por uma equipe de pesquisadores internacionais, liderada por cientistas da Universidade de Newcastle e da BirdLife International, no Reino Unido, revelou que cerca de 48 espécies de mamíferos e aves foram salvas da extinção graças a esforços de conservação, entre elas, algumas brasileiras.

O levantamento global demonstrou que ações, como a proteção de habitats, reintrodução de espécies e programas de reprodução em cativeiro em zoológicos e refúgios, têm sido importantíssimos para evitar o desaparecimento de animais.

Entre as espécies citadas pelos cientistas que deixaram de ser extintas estão o lince-ibérico, o condor da Califórnia, o porco-pigmeu da Índia, o cavalo-de-przewalski da Mongólia, o papagaio amazônico de Porto Rico e as brasileiras choquinha-de-alagoas, ararinha-azul e mutum-de-alagoas.

As 32 espécies de aves cuja extinção foi evitada entre 1993 e 2020 vivem em 25 países, incluindo seis na Nova Zelândia, cinco no Brasil e três no México.

Agora, com o novo centro a ser inaugurado em Foz do Iguaçu, mais espécies poderão ser protegidas e assim, continuar a habitar nossas florestas e matas, e ter sua sobrevivência garantida para que as próximas gerações de brasileiros possam conviver harmonicamente com elas.

Conexão Planeta Fotos: divulgação Parque das Aves Suzana Camargo. Jornalista, já passou por rádio, TV, revista e internet. Foi editora de jornalismo da Rede Globo, em Curitiba, onde trabalhou durante 6 anos. Entre 2007 e 2011, morou na Suíça, de onde colaborou para publicações brasileiras, entre elas, Exame, Claudia, Elle, Superinteressante e Planeta Sustentável. Desde 2008 , escreve sobre temas como mudanças climáticas, energias renováveis e meio ambiente. Depois de dois anos e meio em Londres, vive agora em Washington D.C.

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