Comissão dos jovens e lideranças indígenas diz que vai lutar contra a instalação de uma Usina Nuclear nas margens do Rio São Francisco

Em resposta a reportagem veiculada com relação a Caminhada denominada Anti-Nuclear, realizada na manhã de quarta-feira (25), na Comunidade Indígena Pankara Serrote dos Campos de Itacuruba, Pernambuco, que realizou um protesto contra a instalação de uma Usina Nuclear e em defesa das águas do Rio São Francisco, a empresa Eletronuclear disse que vai aguardar o andamento do Projeto que cogita a retomada do programa nuclear brasileiro, onde está previsto a construção de quatro a oito usinas até 2030, divididas em duas centrais nucleares. 

O primeiro projeto que deve sair do papel deverá ser uma central nuclear no Nordeste na foz do rio São Francisco.

Este Blog apurou que a definição do local das novas centrais leva em conta a proximidade de rios capazes de permitir o resfriamento dos reatores. A água usada para resfriar os reatores volta mais quente para o local de onde foi retirada e por isso é necessário contar com grande volume de água.

Desde o inicio de 2011 o assunto de de instalar uma Usina Nuclear no Nordeste ronda a pauta dos gabinetes oficiais. Em todo o mundo, a tendência tem sido a de desativar as usinas nucleares.

Todavia o Governo Bolsonaro voltou a causar pânico aos ambientalistas. O Ministério de Minas e Energia (MME) declarou que pretende retomar o Plano Nacional de Energia 2030 onde está prevista a construção de quatro a oito usinas nucleares no País. 

Detalhe: Com exclusividade, o Blog apurou que um dos locais escolhidos é o Nordeste o município de Itacuruba, localizado em Pernambuco às margens do Rio São Francisco. 

A Comissão dos jovens e lideranças indígenas de Pernambuco, se mantem contra a proposta considerada um crime. Na Aldeia Serrote dos Campos, na Terra Indígena é comum o diálogo entre as tribos Pankará de Serrote dos Campos, Pankará da Serra do Arapuá, Pankararú, Kambiwá, Kapinawá, Xukuru do Ororubá, Pipipã, Truká, Tuxá, juntamente com parceiros e aliados da causa indígena.

"O pior desta proposta, instalar a usina nuclear às margens de um dos principais rios brasileiros, o Rio São Francisco. Um acidente poderá, certamente, anular para sempre o sertão do São Francisco como o conhecemos e levar para as demais regiões o trauma de um possível crime ambiental".

A redação do Blog através de telefone fez contato com a Prefeitura de Itacuruba e aguarda a opinião do atual prefeito Bernado Maniçoba atualizando se já foi procurado para falar sobre o assunto com autoridades de Brasilia.

A reportagem deste Blog também ouviu a opinião de alguns moradores do município. Um dos contatos pediu para não ter o nome revelado. Ela declarou ser a favor da instalação da usina nuclear no município. 

"Aqui na cidade vivemos em situação crítica financeiramente e a usina pode ser a garantia de geração de emprego e renda". A cidadã que mora em Itacuruba, entretanto, ressaltou que "mais de oitenta porcento da população é contra pelo medo de riscos de desastres e por isto não quero me identificar".

Uma outra fonte garantiu que o projeto deve seguir neste novo governo. "As cifras em dinheiro enchem os olhos do políticos e dos empresários que não manifestam a intenção em público de apoiar a instalação da Usina, mas aguardam a hora de garantir espaço. Existe em Brasilia uma bancada que foi chamada de bomba atômica".

O plano federal de expansão de energia por fonte nuclear passou os últimos anos na gaveta, por conta dos desdobramentos do acidente de Fukushima, no Japão, em 2011.  Hoje o País conta com apenas duas usinas nucleares em operação, Angra 1 e 2, que respondem por 1,1% da geração nacional de energia.

A organização não governamental (ONG) ambientalista Greenpeace continua a acreditar que a fonte nuclear para geração de energia elétrica deveria ser descartada dos projetos de matrizes energéticas do Brasil. Os movimentos sociais ligados ao Vale do São Francisco declararam ser contra qualquer projeto que ponha em risco a vida humana e o Rio São Francisco.

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