Usina Solar Fotovoltaica é instalada no Lago de Sobradinho e reforça necessidade de pesquisa sobre energia limpa

Começando o ano com uma realidade bem diferente de 2018, o reservatório de Sobradinho, no Norte da Bahia, deixa a região em uma situação mais confortável. No início do ano passado contava com 13,59% do seu volume útil, e em janeiro de 2019 o lago armazena 35,76% da sua capacidade. 

Não é muito, mas já muda o cenário dos últimos tempos e essa não é a única novidade que é possível notar em um dos maiores lagos artificiais do mundo: é na sua superfície que está instalada a Planta Solar Fotovoltaica criada a partir do Projeto de Pesquisa & Desenvolvimento para implantação do Centro de Referência em Energia Solar de Petrolina (CRESP).

A usina flutuante consiste na implantação de diversos sistemas e componentes que além de subsidiar pesquisas do potencial energético da região visa também agregar energia às atuais fontes de geração. O projeto, no âmbito do P&D+I (Pesquisa e Desenvolvimento + Inovação), objetiva resultados mediante estudos técnicos, simulações e análises operacionais. 

Segundo o Diretor de Operação da Companhia Hidrelétrica do São Francisco (CHESF), João Henrique de Araújo Franklin Neto, no projeto para o Lago de Sobradinho estão previstas uma planta de 1MWp (Megawatt-pico) e, na sequência, uma planta de 4MWp, com investimento total da ordem de R$ 56 milhões. O recurso é oriundo da carteira Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) de P&D+I da Chesf, empresa responsável pela instalação, fiscalização e operação.

Na fase de medições, etapas de 1MWp e 4MWp, estão contemplados os campos de avaliação respectivos ao Meio Ambiente; Irradiação Solar; Produção de Energia; Estudos Comparativos; Operação e Manutenção; Perdas Elétricas; entre outros. Na primeira etapa do projeto a capacidade de geração anual da usina flutuante 1MWp é da ordem de 1.752.000kWh (Quilowatt-hora), equivalente ao consumo anual de 1.460 residências, com consumo anual de energia de 1.200kWh. 

Já a usina flutuante de 4MWp tem a capacidade de geração de 7.008.000kWh (equivalente ao consumo de 5.840 residências, também com consumo anual de energia de 1.200kWh). Ao final do projeto a capacidade de geração anual pretendida é da ordem de 8.760.000kWh.

O sistema tem as placas (painéis fotovoltaicos) instaladas sobre flutuadores semi-submersos e é composto por ancoragem, por meio de portas de concreto, cabos e boias; flutuadores primários (para fixação dos painéis fotovoltaicos); flutuadores secundários (para circulação); caixas de conexão; cabos de força e controle; eletrocentro; rede de média tensão; e interligação. 

Ainda de acordo com o Diretor de Operações, a escolha da região do Lago de Sobradinho para sediar o projeto considerou as condições climáticas. “A escolha se deu após análises das condições de instalação da usina flutuante, dados meteorológicos, conexão, escoamento da energia gerada e proximidade com outros projetos e centro de pesquisa”, explicou.

Os resultados do projeto serão divulgados e têm a função de, entre outros aspectos, contribuir com estudos científicos e projetos em desenvolvimento para geração de energia por fonte solar. O estudo também irá avaliar os impactos ambientais desses equipamentos.

“Assim como a bacia do São Francisco estamos em uma região privilegiada por sua capacidade de geração de riquezas seja pela sua produção, seja pelos nossos recursos. Recursos esses que devem ser protegidos e esse é o papel do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco que vem acompanhando sempre de perto novas iniciativas que podem contribuir com a sua preservação, como o estudo que vem sendo desenvolvido através da geração de energia solar”, afirmou o Coordenador da Câmara Consultiva Regional do Submédio São Francisco, Julianeli Lima.

Fonte: CHBSF
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