Ricardo Kotscho critica comunicação do governo Bolsonaro: "Encaram tudo como guerra"

Em menos de 100 dias de mandato, Jair Bolsonaro (PSL) coleciona um histórico inédito de embates com jornalistas. O presidente faz a maior parte de suas declarações públicas pelas redes sociais, divulga dados de caráter duvidoso, favorece meios de comunicação "parceiros" e dificulta o acesso a informações públicas, como se estivesse rodeado de inimigos. 

Essa é a avaliação do jornalista Ricardo Kotscho, ex-chefe da Secretaria de Imprensa e Divulgação do governo Lula (PT) entre 2003 e 2004.

"O governo não pode tudo. O presidente da República não pode tudo. Ele [Bolsonaro] acha que pode, e está quebrando a cara”, analisa Kotscho, que recebeu por quatro vezes o Prêmio Esso de Jornalismo – um dos mais importantes da categoria no Brasil.

Com mais de 50 anos de profissão, o jornalista diz estar impressionado com o despreparo, a arrogância e a postura presunçosa do presidente. De acordo com Kotscho, o capitão reformado "encara tudo como uma guerra". Confira:

"Eles atacam alguns jornalistas, alguns veículos, e escolhem alguns “amigos” com quem falam sempre. Desde que o Bolsonaro foi eleito, tem canais televisão, como a Record, o SBT e a Bandeirantes, que abrem câmera a hora que ele quiser. Ele fala o que quer, e só levantam a bola para ele. Daí, o presidente se acostumou mal. Não é esse o papel do jornalista", avaliou Ricardo.

"Os Bolsonaro sempre foram ligados às milícias. Eu publiquei um estudo feito pelo Instituto Análise, listando 21 fatos que ligam  o clã Bolsonaro às milícias. São fatos. Não é opinião, nem nada", finalizou.

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