JUAZEIRO DO NORTE CELEBRA OS 84 ANOS DE MORTE DO PADRE CÍCERO ROMÃO BATISTA

Fiéis de várias partes do Brasil, principalmente do Nordeste, visitarão o Juazeiro do Norte, no Cariri cearense, para celebrar os 84 anos de morte de um dos maiores ícones religiosos do Brasil: Padre Cícero Romão Batista.

Padre Cícero ou “Padim Ciço”, como é popularmente chamado, faleceu aos 90 anos, no dia 20 de julho de 1934 e se tornou símbolo de luta e fé no Ceará.

Cícero Romão Batista nasceu no dia 24 de março de 1844, no Crato. Em seu sexto aniversário, Cícero começou a estudar e já com 12 anos, fez voto de castidade, influenciado pela leitura da vida de São Francisco de Sales. 

Entrou para o Seminário, em Fortaleza, aos 21 anos. Em 1871, aos 28, se mudou para a cidade Juazeiro do Norte, onde ficou até sua morte. O pároco ganhou a simpatia e apreço popular após realizar trabalhos de pastoral com pregações, aconselhamentos, confissões e visitas domiciliares.

Em 1889, um fato mudaria para sempre a história de clérigo. Ao dar a comunhão a beata Maria de Araújo, a hóstia se transformou em sangue na boca da fiel. O fato aconteceu outras vezes e o povo da cidade entendeu o ocorrido como um milagre, o que representaria o sangramento de Jesus Cristo. Após isso, a popularidade do padre cresceu e, assim, começaram as peregrinações à cidade.

A igreja rejeitava a ideia de milagre e enviou comissões de médicos para examinar o caso. Após uma segunda comissão não registrar sangramento da boca da beata, a igreja, então, concluiu que não houve milagre. A população, outros padre e o próprio Padre Cícero continuavam acreditando no milagre da hóstia, o que irritou o alto clero, que viu a insistência como desobediência à igreja. Um relatório foi enviado à Santa Sé, que suspendeu Padre Cícero de suas atividades, o acusando de manipulação da fé. A situação deu ainda mais visibilidade ao pároco.

Proibido de celebrar missas, Padre Cícero entrou na política por pedidos de amigos e da própria população para lutar pela emancipação política de Juazeiro do Norte. Em 1911, ano em que o povoado se tornou cidade, foi eleito o primeiro prefeito do novo município. Chegou a ser nomeado como vice-governador do Ceará, porém nunca ocupou o cargo. 

Até o mais temido cangaceiro, o “capitão” Virgulino Ferreira, mais conhecido como Lampião, declarou ter admiração e grande respeito pelo Padim Ciço.



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