Zuza foi um dos mais estudiosos da música popular brasileira e havia finalizado na última terça-feira (29), uma biografia sobre João Gilberto, um dos ícones da MPB. Outra paixão que pulsava nas veias do musicólogo, era o jazz, estilo do qual também se tornou especialista. Neste gênero, Zuza dizia que para gostar de jazz era preciso conhecer a música porque o para se tocar este ritmo era preciso ter um conhecimento avançado para poder improvisar.
A rádio Senado destacou que O músico, jornalista e escritor Zuza Homem de Mello era um dos mais importantes pesquisadores de música do país, coordenou publicações como a Enciclopédia da Música Brasileira. Na semana passada, concluiu seu último trabalho: a biografia de João Gilberto
Segundo a família, Zuza havia passado o sábado (3) comemorando com a mulher, Ercilia Lobo, seus novos projetos, como a biografia do músico João Gilberto, que havia finalizado recentemente, e a série "Muito Prazer Meu Primeiro Disco", com o Sesc São Paulo -o primeiro episódio, com Gilberto Gil, saiu neste sábado.
Nos anos 1950, Zuza, que era contrabaixista e amante do jazz, foi para os Estados Unidos estudar música em Massachusetts e em Nova York, onde frequentou clubes do gênero e assistiu de perto a apresentações de ícones como Duke Ellington, Billie Holiday, Miles Davis, Thelonious Monk e John Coltrane.
O musicólogo marcou a história da música nacional por trabalhos com nomes como Elis Regina, Milton Nascimento, Elizeth Cardoso e Jacob do Bandolim.
Ele também escreveu obras importantes sobre a música brasileira, dentre eles "A Era dos Festivais - Uma Parábola" (2003) e "Copacabana" (2017), além de publicar "Música com Z: artigos, reportagens e entrevistas" (2014), que reuniu textos escritos por ele entre 1957 e 2014.
Em 2019, o documentário Zuza Homem de Jazz, sobre sua trajetória como músico, técnico de som e pesquisador, foi lançado. Filmado em São Paulo, Rio de Janeiro e Nova York, tem direção de Janaína Dalri.
Segundo a família, o velório será restrito a família e amigos por causa da pandemia.
HISTÓRIA: Nascido em 1933, Zuza Homem de Mello usa os anos de vida como vantagem para acumular conhecimentos. O seu lado de jornalista, escritor e radialista se une ao de musicólogo e produtor para ser um dos maiores conhecedores atuais da música brasileira.
Zuza organizou o Festival de Verão do Guarujá, que teve a participação de artistas como Luiz Gonzaga, Raul Seixas e Djavan, e três edições do Festival Carrefour. Foi convidado para festivais internacionais nos Estados Unidos e na Europa, da França à Suíça. Produziu os shows de Milton Nascimento no Japão, em 1988, e diversos discos com nomes consagrados da MPB, como Elis Regina e Orlando Silva.
Nascido em 1933, Zuza Homem de Mello usa os anos de vida como vantagem para acumular conhecimentos. O seu lado de jornalista, escritor e radialista se une ao de musicólogo e produtor para ser um dos maiores conhecedores atuais da música brasileira.
Zuza organizou o Festival de Verão do Guarujá, que teve a participação de artistas como Luiz Gonzaga, Raul Seixas e Djavan, e três edições do Festival Carrefour. Foi convidado para festivais internacionais nos Estados Unidos e na Europa, da França à Suíça. Produziu os shows de Milton Nascimento no Japão, em 1988, e diversos discos com nomes consagrados da MPB, como Elis Regina e Orlando Silva.
Desdo o dia 24 de março desde ano, o radialista e crítico musical Zuza Homem de Mello apresentava o Programa o Playlist do Zuza na Rádio USP (93.7 FM), todas as sextas-feiras, às 17h.
Sem se apegar a temas ou gêneros musicais, o Playlist do Zuza discutia a música popular brasileira com base na experiência de mais de seis décadas de carreira do apresentador.
Para o comentarista, o diferencial do Playlist está na sua flexibilidade, capaz de incorporar a diversidade da música popular brasileira em sua programação.
“A grande marca desse programa é exatamente essa ‘salada’, que não tem gênero nem tem preferência por nada. Nessas condições, o que acaba chamando atenção das pessoas é a surpresa, porque, depois de uma música lenta, como uma valsa, de repente vem algo atual, como o reggae, que não tem nada a ver com aquilo que estava tocando antes. Pode entrar tanto um samba da pesada quanto uma música instrumental de solo de piano”, explicava Zuza.
Sua relação com o rádio começou aos 11 anos, como ouvinte, e só a partir da década de 1970 conseguiu se dedicar mais à profissão de radialista, com o Programa do Zuza — Para quem tem música nas veias. Antes disso, nos anos 50, Zuza foi contrabaixista, colunista e crítico de jornais e de revistas. Na década de 1960, produziu programas para a TV Record e, nos anos seguintes, atuou como produtor de festivais e discos.
Segundo o radialista, o que mudou dos seus primeiros anos de rádio até seu mais novo programa foram o seu traquejo e seu repertório, que aumentaram com os anos de trabalho. Além disso, Zuza acompanhou a mudança da transmissão de ondas AM para FM nas rádios, que, segundo ele, fez uma grande diferença na experiência do ouvinte que o acompanha até hoje. Para interagir com a programação, a audiência pode enviar e-mail para ouvinte@usp.br.
Após décadas de experiência, Zuza avalia que hoje faltam apresentadores que tenham noção de ritmo de programação nas rádios e que dominem o assunto sobre o qual comentam.
“As pessoas se habituaram a ouvir música sem ouvir. E o Playlist do Zuza tem essa ideia, ele procura chamar as pessoas para ouvirem música. Não adianta deixá-la como fundo musical, enquanto a pessoa está fazendo alguma outra coisa. Ela deve estar ouvindo aquilo”, critica. “O apresentador precisa estar presente enquanto a música está tocando, ou ter conhecimento do que vai ser tocado, senão ele não participa do próprio programa.”
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