PEDAGOGIA DA ESPERANÇA: PROFESSORES VENCEM DESAFIOS DA PANDEMIA E REINVENTAM ENSINO

Para ser um bom professor não basta dominar o conteúdo da lição diária, mas também trabalhar a eficiência do método para ministrar o conhecimento, seja nas salas de aula, nas bibliotecas ou no ensino pelas telinhas, turbinado pela pandemia do novo coronavírus. Este ano tem imposto um grande desafio para os profissionais que dão a vida para ensinar.

As medidas de isolamento social para conter a COVID-19 estamparam a necessidade de novas técnicas de lecionar para as quais não havia preparo na rede pública. Com isso, os mestres tiveram de se reinventar. 

O ensino remoto trouxe, além da dificuldade de manter a atenção dos alunos, o aperto da evasão escolar. É o que avalia o professor de filosofia, Douglas Barbosa Veloso. “O fenômeno que temos visto cada vez mais é o da evasão escolar, e este ano de pandemia potencializa isso. Na escola pública é mais agravante porque lida com realidades mais carentes”, afirma. 

Em março deste ano a reportagem do BLOG NEY VITAL, destacou o Centro Territorial de Educação Profissional do Sertão do São Francisco (antiga Escola Agrotécnica), uma das pioneiras na oferta do Curso Técnico em Agroecologia e um exemplo na busca de superações.

O CETEP conta com professores e especialistas nas diversas áreas. São docentes com grau de especialistas, mestre e doutores de notório saber.

O biólogo, especialista em Educação Ambiental, atual vice diretor do CETEP, Robério Granja, apontou que o desafio é vencer as dificuldades e garantir espaço para a formação profissional. "Temos vários cursos, exemplo Técnico em Enfermagem, Agropecuária, Informática, Segurança do Trabalho e este ano o de Agroecologia, que também tem uma turma em Sobradinho, Bahia,  no Assentamento Vale da Conquista, na Escola Chico Mendes. O curso no ano de 2018 também foi ofertado no Distrito de Massaroca".

Robério ainda revela a aceitação do curso de agroecologia nas áreas de assentamentos e associação de agricultores familiares e também de grandes empresas da região. "O curso tem uma missão ecológica busca ser um contraponto à agricultura convencional. O projeto tem se destacado como um espaço constante de troca de experiências e desenvolvimento de novas técnicas neste campo".

A professora Janine Souza da Cruz, concluiu o Curso de Agronomia na Uneb (Universidade do Estado da Bahia). É pós-graduanda em engenharia do trabalho. A professora avalia que agroecologia tem ganho destaque cada vez maior e abre novas expectativas. 

"A preocupação com alimentos mais seguros tem levado muitas pessoas a procurar os alimentos livres de agrotóxicos e por isto é de suma importância valorizar às bases agroecológicas, difundindo assim práticas alimentares, orientadas pelos conhecimentos científicos, tecnológicos e culturais. Sendo assim, a agroecologia é capaz de contribuir com um mundo melhor", diz Janine.

Orlando José Vieira, mora na comunidade do Teixeira, localizado em Sobradinho, Bahia.  É Técnico em Agroecologia. Foi um dos alunos da turma pioneira em agroecologia. Ainda estudante foi um dos responsáveis por criar um pomada agroecológica feita com plantas nativas. Orlando é um dos bons exemplos de uma pedagogia voltada para o ser humano. Na comunidade ele se orgulha da produção mostrando até abacaxi orgânico.

Orlando explica que muitas desvantagens da produção convencional não são levadas em conta como o alto consumo energético, o custo ambiental e os aspectos sociais negativos relacionados a este modelo convencional. Por isto o técnico aponta que a agroecologia tem se mostrado uma alternativa também no quesito quantitativo.

"A agroecologia é o equilíbrio entre a produção de alimentos e a responsabilidade ambiental", destaca Orlando ressaltando algumas das vantagens como a oferta de alimentos sem agrotóxicos e a diminuição da contaminação do meio-ambiente e da intoxicação de produtores rurais, um problema recorrente no campo.

"Sou apaixonado pela agroecologia. Tenho gratidão ao aprendizado e por isto hoje atuo no empoderamento dos agricultores e sua famílias. Acredito no diálogo e no trabalho coletivo pelo amor à natureza", finalizou Orlando Vieira.



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