NÍVEL DE ÁGUA DO RIO SÃO FRANCISCO CONTINUA SUBINDO EM DECORRÊNCIA DAS FORTES CHUVAS DE MINAS GERAIS

O nível de água do Rio São Francisco tem aumentado consideravelmente em decorrência das fortes chuvas que atingem Minas Gerais, desde o dia 24 de janeiro. A maior parte da água que aumenta a vazão do São Francisco vem da cheia do Rio das Velhas. O curso d’água que nasce no município de Ouro Preto é o principal vetor e escoamento de Belo Horizonte e de quase toda a região central do estado. O acumulado das chuvas do mês de janeiro na capital mineira chegou a 960 mm, segundo dados do Instituto de Meteorologia do Brasil (INMET).

Os municípios de Malhada e Carinhanha, no Oeste da Bahia, são os primeiros a receberem as águas do Velho Chico em território bahiano e também têm apresentado aumento no volume de água.

No dia 27 de janeiro, o nível estava pouco abaixo dos 3 metros e o dia seguinte (28 de janeiro) chegou a 4,12 metros. Já no dia 29, o volume de água voltou a subir e o nível chegou a 5,04 metros.

De acordo com o monitoramento feito pela Companhia Hidrelétrica do São Francisco (Chesf), em Sobradinho (BA), o nível da água em janeiro chegou a quase 5 metros. Com esse aumento, as águas já começaram a vazar para algumas lagoas da região de Bom Jesus da Lapa.

O aumento do volume da água do São Francisco e percebido desde a região da nascente, no Norte de Minas, em São Roque de Minas até municípios baianos como Cariranha e Bom Jesus da Lapa. A principal nascente do Velho Chico que se encontra no Parque Nacional da Serra da Canastra, voltou a jorrar água com um volume expressivo.

Segundo dados da Agência Nacional de Águas (ANA), a vazão do Velho Chico saiu de 615 m³/s registrados no dia 20 de janeiro para 5.670 m³/s no dia 28 de janeiro, em São Roque de Minas. No mesmo período, o nível do rio passou de 217 cm para atuais 776 cm.

O chefe do Parque Nacional da Serra da Canastra, Fernando Augusto Tambelini, explica que as chuvas estão beneficiando o Velho Chico que tem sofrido por um longo tempo com a estiagem. “Com o alto volume de chuvas os rios afluentes são abastecidos e trazem mais água para os reservatórios. A nascente do São Francisco voltou a ter muita água, o que é um ganho para a biodiversidade. Há muito tempo a nascente não apresentava um volume tão expressivo”, comemora Tambelini.

Dados da ANA mostram que no município de São Francisco, localizado a cerca de 270 quilômetros da divisa com a Bahia, a vazão estava em 1.030 m³/s no dia 21 de janeiro, antes das fortes chuvas. No dia 29, a vazão chegou a 6.010 m³/s, após os temporais da Região Metropolitana de BH (RMBH). Já o nível chegou a exatos 8 metros.

A cheia só não é maior em decorrência da baixa defluência da Usina Hidroelétrica de Três Marias. Segundo dados da Cemig, a vazão defluente está em 293 m³/s. No entanto, a afluência está a mais de 3.200 m³/s e o reservatório está com 67,80% de sua capacidade.

Em Várzea da Palma, antes da foz do Rio das Velhas, a vazão chegou a 2.620 m³/s, volume quase 10 vezes maior do que o registrado no início da semana anterior. Só nesta terça-feira o nível subiu 36 centímetros, chegando a 9,22 metros.

A enchente no Rio das Velhas é provocada, sobretudo, pelos temporais registrados na RMBH, pois no afluente do Rio São Francisco deságuam o Ribeirão Arrudas e o Ribeirão Onça, que cortam a capital. O Rio das Velhas nasce no município de Ouro Preto e percorre 51 municípios até desaguar no Rio São Francisco, no distrito de Barra do Guaicuí, no município de Várzea da Palma, abaixo de Pirapora. (*Texto: Luiza Baggio *Foto: Agência Sertão)
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