ANO CULTURAL MESTRE SIVUCA FAZ HOMENAGEM AO MÚSICO QUE DEU FAMA INTERNACIONAL A SANFONA

Este ano 2020 a Paraíba faz uma homenagem a Severino Dias de Oliveira, mais conhecido como Sivuca. Sivuca revelou a diversidade do uso da sanfona para o Brasil. Junto com Luiz Gonzaga, foi responsável por difundir o instrumento no cenário mundial da música. Por isto o Ano Cultural Mestre Sivuca será destaque durante todo o ano, pois se vivo fosse Sivuca completaria 90 anos agora em 2020.

"A decisão do governador da Paraíba favorece a um fato a merecer atenção especial, que é a necessidade urgente do Governo apoiar definitivamente a implantação do Memorial Sivuca, há anos tentado pela cantora, compositora e escritora Glorinha Gadelha, viúva do artista, sem sua concretização".

Sivuca nasceu em Itabaiana, Paraíba em maio de 1930, filho de pequeno agricultor e fazia selas de couro. Os irmãos eram sapateiros. Aos nove anos conheceu a sanfona. Aos 15 anos assistiu pela primeira vez um concerto com a Orquestra Sinfônica de Recife e teve as primeiras aulas de teoria musical com o clarinetista da orquestra, Lourival de Oliveira, estreou em um programa de calouros da Rádio Clube de Pernambuco, cujo responsável era o grande maestro Nelson Ferreira.

No ano seguinte, ainda em Recife conheceu Luiz Gonzaga. Uma semana depois recebeu convite de Luiz Gonzaga com um contrato para tocar na Rádio Nacional do Rio de Janeiro.

Permaneceu em Recife, em 1948 teve aulas com Guerra Peixe que o iniciou na arte da orquestração. Dois anos depois decidiu descer para o sul, convidado por Camélia Alves para tocar na Rádio Record com a grande Orquestra Record, dirigida por Gabriel Migliori.

Naquele ano, já plenamente enturmado com o grupo que criara o movimento da música nordestina ancorado no baião, gravou seu primeiro disco com Humberto Teixeira. Nele, estava o clássico “Adeus, Maria Fulô”, dele e Humberto.

Em 1957 participou da famosa caravana de Humberto Teixeira que foi tocar na Europa. Entre outros, integravam a caravana o clarinetista Abel Ferreira, o Trio Irakitã, o maestro Guio de Moraes, o trombonista Antonio José da Silva Norato, o baterista Edson Machado, Waldir Azevedo. Quando o ouviu, na excursão, o maior clarinetista da história, Benny Goodman, quis levá-lo para os Estados Unidos.

Na Europa, assinou contrato com a Barclay, do famoso produtor francês Eddy Barclay, apresentou-se na Bélgica, Suíça, Sul da França, com um grupo chamado “Os Brasileiros” e gravou seus primeiros CDs europeus.

Em 1964 foi convidado a tocar nos Estados Unidos, acompanhando a grande Carmen Costa em excursão. Acabou ficando 13 anos por lá descoberto pela cantora sul-africana Mirian Makeba, que fez enorme sucesso na segunda metade dos anos 60. Conquistou Mirian ao acompanhar de cara o ritmo em que ela cantava. Era o mesmo balaio, que tocava no nordeste. Seu arranjo de “Pata Pata”, um dos hits dos anos 60, projetou-o internacionalmente. Com Mirian, gravou três discos e ganhou fama internacional como arranjador. Mais tarde, trabalhou com Betty Middler e Paul Simon, da dupla Simon e Garfunkel.

Em 1969, a convite de Oscar Brown Jr., assumiu a direção do musical “Joy”, para o qual compôs “Mãe áfrica”, e se apresentou em San Francisco, Chicago e Nova York. Em 1973 fez temporada de dois meses no Village Gate, resultando no LPO “Life from the Gate”, pela gravadora Vanguard.

Em 1975 voltou para o Brasil, gravou um disco estupendo com a violonista Rosinha de Valença e casou-se com Glorinha Gadelha, cantora e compositora. Com ela compôs um clássico definitivo do forró, “Feira de Mangaio”. O disco com Rosinha entrou em uma dessas relações americanas dos cem melhores álbuns do século 20.

Em 1975, começou a ser conhecido pela rapaziada, depois que Chico Buarque colocou uma letra inesquecível na valsa “João e Maria”, que Sivuca havia composto em 1947. A partir dali os letristas o redescobriram definitivamente. Compôs “No Tempo dos Pardais” com Paulinho Tapajós, “Homenagem à Velha Guarda”, um dos clássicos do choro, gravado originalmente em 1956, que recebeu letras de Paulo Sérgio Pinheiro, e “Mãe África”, também parceria com Paulinho Pinheiros

Definitivamente, está na galeria dos grandes músicos brasileiros do século 20.

Nenhum comentário

← Postagem mais recente Postagem mais antiga → Página inicial

0 comentários:

Postar um comentário