MESTRE DA SANFONA DOMINGUINHOS: 12 FEVEREIRO DE 1941 E SETE ANOS DE UMA SAUDADE

Saudade Mestre Dominguinhos. O professor paraibano, radicado no Rio de Janeiro, Aderaldo Luciano, sempre me lembrou que Luiz Gonzaga foi pedra angular, referência -mor do forró, mas o Rei do Baião, não trilhava sozinho. Havia por trás de si, uma constelação de compositores, músicos, além de profícuos conhecedores do seu trabalho, amigos talhados de sol, nascidos do barro vermelho, com almas tatuadas por xique-xiques e mandacarus.

Sanfoneiro mais talentoso do País e herdeiro musical de Luiz Gonzaga (1912-1989), o cantor Dominguinhos morreu no dia 23 de julho de 2013, aos 72 anos, em decorrência do câncer no pulmão com o qual lutava há seis anos. 

José Domingos de Moraes, o Dominguinhos representa a saudade do discípulo maior de Luiz Gonzaga que há 7 anos deixou os palcos vazios de uma sonoridade brasileira. 

A cada ano sentimos a viagem ao “sertão da eternidade”, a morte, desaparecimento fisico do mestre Dominguinhos. Isto provoca o compasso do ritmo da sanfona sofrida, da saudade, a falta de chuva nos sertões.

Mas Dominguinhos é a certeza do "Mundo dos Encantados" onde só existe Luz e Paz.

Na função de jornalista estive com Dominguinhos em Exu, durante as comemorações dos 100 anos de Luiz Gonzaga. Ali ele lembrou episódios de sua carreira, recordou amigos e mestres. ”Agora é que sinto com mais intensidade tudo que cantei e canto. É tudo muito mais bonito agora”, relatou-me Dominguinhos. 

Dominguinhos é o discípulo que inovou a arte do mestre. No dia 13 de dezembro de 2012, ali em Exu, na terra de Januário, pai de Luiz Gonzaga, o mestre Dominguinhos tocou, puxou sanfona, emocionado chorou ao celebrar os 100 anos de Luiz Gonzaga e traduziu musical e  a própria alma nordestina, brasileira. 

Se Luiz Gonzaga interferiu na trajetória da música ao introduzir em todo o Território brasileiro os ritmos do Nordeste – xotes, xamegos, baião, xaxado, é Dominguinhos o responsável em ajudar a plasmar a identidade da música nordestina no imaginário do Brasil.

Com Dominguinhos e sua musicalidade a Sanfona adquiriu nova personalidade sabendo seguir o conselho de Luiz Gonzaga de não esquecer as raizes, o sotaque de nossa terra. Dominguinhos soube criar sua própria arte. Dominguinhos desde a partida de Luiz Gonzaga em 1989 soube multiplicar os admiradores de um Reinado chamado Baião.

Dominguinhos, saudade nosso remédio é cantar...
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