A VOZ, IDENTIDADE, TALENTO DE DANIEL GONZAGA E A FELICIDADE DA SANFONA ENLUARADA

Entre os dias 21 a 25 de janeiro 2020 foi realizado em Exu, Pernambuco, no Parque Asa Branca, o I Festival de Música Canta Gonzagão. O coordenador do evento, o produtor cultural Francisco Bibi Saraiva, revelou à reportagem que o "Festival era uma das idéias do cantor e compositor Gonzaguinha e com a morte deste os projetos ficaram pelo caminho até que agora houve a oportunidade de colocar uma das propostas em pratica". 

A obra de Gonzaguinha é presente e pós-modernidade. A música de Gonzaguinha é atual com as questões políticas e culturais. A voz de Gonzaguinha é tema sócio-ambiental. Gonzaguinha é  amor, é a luta para combater mazelas sociais. Gonzaguinha é maior que grande, é a celebração da felicidade. O trabalho de Gonzaguinha (1945-1991) é tão vasto nos temas abordados quanto nos gêneros musicais: nome consagrado da Música Brasileira, ele cantou samba, bolero, xote, baião, maracatu...sempre com paixão.

Presença no Festival Canta Gonzagão,  o filho de Gonzaguinha, o cantor e compositor Daniel Gonzaga, possui personalidade própria. É um músico maduro que traça seu próprio caminho. Na vida musical de Daniel Gonzaga a poesia é também destaque. Por vezes, sua voz e seu baião ecoam palavras com a velocidade de um rap e, em outras, a reflexão sobre a sociedade em que vivemos é embalada por um xote cheio de swing. Novidades que devem ser ouvidas. 


Ao vê-lo caminhar nas ruas de Exu, Pernambuco sentimos a paixão que o músico tem pela história do avô Luiz Gonzaga e do pai Gonzaguinha. Universal a voz de Daniel é aboio. É a visão da luz numa noite de lua cheia. Daniel é a chuva que provoca o "Espelho das Águas do Itamaragi", é o assovio do Cantarino, é nascente do Rio Brígida.


A história conta que Daniel Gonzaga teve em Gonzaguinha um "companheiro de televisão. Amigo de longa distância. Poeta que o poeta. "Sou fã do discurso dele. Que fala da liberdade. Que fala do dia a dia. Que fala do povo. Que fala da vida. Que fala dos Gonzaga. Que fala da minha vida futura. Sou fa do Gonzaga que fala amor, que fala rosa, que fala da gravidez… que fala da sua mudança.
Um desejo de mudança. Musico atento, desbravador, autêntico. Violonista “chato”. Dono do ovation da capa rosa. O dono da verdade, o líder do jogo... O que incentiva à luta Nossa luta".

Já com relação ao avô Luiz Gonzaga, o músico revela: "olhava do chão a grandeza do homem no palco enorme".

Ainda Daniel Gonzaga: "Eu, pequeno como era, sabia que atrás daquele negocio engraçado, que chamavam de sanfona, tinha um avô que era meu. 
Já tinha ido vê-lo algumas vezes, com meu pai, na Ilha do Governador. E ele me olhava de lado. Curioso com o neto e com o pai, com quem se dava assim-assim. Perguntava se ia tocar quando crescesse e me incentivava a pegar na sanfona...Quando conheci Exu e andei a cavalo ele sorriu. Saiu correndo pra dentro de casa, procurando o chapéu até achar e botou na minha cabeça, triunfante: Meu neto é um boiadeiro!!! – e sorria alto, contente.
Acho que desde esse dia eu sou um boiadeiro.
Contente por seguir no rumo desejado.
Feliz com a sanfona de Luiz".

Em nome da Música Brasileira. Em nome das notas musicais agradecemos à Você, Daniel Gonzaga...Gratidão...
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