COMISSÃO PASTORAL DA TERRA E MOVIMENTOS SOCIAIS ALERTAM PARA OS RISCOS DA INSTALAÇÃO DE UMA USINA NUCLEAR NAS MARGENS DO RIO SÃO FRANCISCO

A Diocesse de Floresta e a Comissão Pastoral da Terra vão realizar no dia 5 e 6 de novembro, o Encontro de Estudos e Reflexões sobre o Rio São Francisco e suas energias: impactos e desafios.

O evento será realizado no Centro de Formação da Diocese de FLoresta.


O Bispo diocesano Gabriel Marchesi cita que o Papa Francisco alerta para quando existir desafios que coloquem em duvida o bem estar comum e provoque ameaças ao presente e futuro das comunidades é necessário "confrontar entre riscos e benefícios".

Mais de 100 organizações, incluindo o Conselho Pastoral dos Pescadores,  já assinaram carta em repúdio ao Projeto que prevê a implantação de novas Usinas nucleares no Brasil, em especial no município de Itacuruba, em Pernambuco. 

O documento cita a recente fala do secretário de Planejamento e Desenvolvimento Energético do Ministério de Minas e Energia, Reive Barros, que declarou no World Nuclear Spotlight, ocorrido no Rio de Janeiro, que o município de Itacuruba, localizado no sertão de Pernambuco, já foi analisado pela Eletronuclear para receber uma nova central nuclear. O anúncio faz com que torne oficial a intenção do governo de construir uma usina nuclear.

A especulação sobre a implantação de uma Usina Nuclear na área já se arrasta por uma década. Em 2012, mais de 2 mil pessoas fizeram uma manifestação chamada de "Marcha das Águas", que mobilizou todo o contingente de organizações e movimentos sociais da região para se posicionarem contra a instalação da Usina. 

Na carta divulgada recentemente, organizações e movimentos sociais questionam a existência de estudos sobre a área, já que nunca foram divulgados e a população local, que seria diretamente atingida, também nunca foi consultada e cientificada. "Destacamos ainda que na localidade existem 3 povos indígenas e 3 comunidades quilombolas, que pela Convenção 169 da OIT devem ser consultadas previamente sobre a construção de grandes obras no local", revela o documento.

Outra preocupação apresentada na carta, diz respeito aos possíveis efeitos da construção de um grande empreendimento no local, já que a população local já passou por um grande deslocamento populacional para a construção da barragem de Itaparica, na década de 80.

"Com isso, gerou um forte empobrecimento local e demonstrou uma desastrosa política de realocação da população, sobretudo com o grave desrespeito aos povos e comunidades tradicionais existentes. O resultado disso é um município que possui um alto índice de depressão e a absurda taxa de suicídio de 26,6 pessoas a cada 100 mil habitantes, enquanto a média do estado é de 3,6, sete vezes menor, segundo dados do CREMEPE (Conselho Regional de Medicina de Pernambuco)", afirma o documento.

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