NO SERTÃO 115 MUNICÍPIOS ESTÃO EM ESTADO DE EMERGÊNCIA DEVIDO A FALTA DE CHUVAS

O atual ciclo da seca que atinge o Nordeste e o interior de Pernambuco desde 2012 está menos intenso. De acordo com o novo Mapa do Monitor de Secas, publicado esta semana, áreas do Agreste e do Sertão que se encontravam em situação de seca extrema ou excepcional tiveram este ano um período de chuvas mais regular e agora apresentam uma estiagem de moderada a grave. 

A previsão é que o cenário se mantenha nos próximos meses. Apesar disso, continua em vigor o decreto de situação de emergência para 115 municípios das duas regiões.

Segundo boletim climático da Agência Pernambucana de Águas e Clima (Apac), em julho, choveu no Sertão pouco menos de 50 milímetros, quase o dobro do esperado para o mês. No período chuvoso da região, de janeiro a abril, o nível de precipitação registrada também foi mais alto que a média histórica, o que possibilitou a redução na intensidade da seca. 

De acordo com a meteorologista da Apac, Edvânia Santos, para medir o nível de seca de um lugar, são considerados diversos fatores. “A chuva é um dos indicadores, mas utilizamos também índices de seca e vegetação que colocamos no mapa e vemos se os impactos da seca aumentam ou diminuem em longo ou curto prazo”, detalha.

A intensidade e a duração da estiagem também dependem do período chuvoso. “Se o período de chuva for ruim, não enche reservatório, não tem lavoura e afeta a agricultura e a alimentação de animais. Então, quando chega o período de estiagem normal da região, isso tende a se agravar”, explica a meteorologista. 

Os dados aparecem um mês após o governo do estado ampliar de 62 para 63 o número de municípios do Agreste em situação de emergência por causa da estiagem. No Sertão, segundo a Coordenadoria de Defesa Civil (Codecipe), são 52 cidades, contempladas por decreto que vence em setembro. O subcoordenador do órgão, major George Vitoriano, diz que, apesar da redução na intensidade da seca, a medida segue em vigor.

“Estamos fazendo um levantamento nos municípios. Com base nisso é que verificamos se há caracterização da situação de emergência ou não. Com essa diminuição da seca, é possível que haja mudanças no próximo decreto, mas vamos ver outros fatores”, afirma. Dessa forma, para revogar a medida, é preciso ter um período mais prolongado de normalidade. “Deve ser o suficiente para que a região possa se restabelecer”, explica o major Vitoriano.
Nenhum comentário

← Postagem mais recente Postagem mais antiga → Página inicial

0 comentários:

Postar um comentário