Arquivo Nacional que é o guardião de livros raros está ameaçado de fechar as portas devido falta de verba

Guardião de mais de 55 quilômetros de documentos em papel, 1,7 milhão de fotografias e negativos, de mais de 20 mil ilustrações e de uma coleção de livros raros que ultrapassa oito mil títulos, o Arquivo Nacional, na Praça da República, no Centro do Rio de Janeiro, completará 180 anos de fundação em maio de 2018.

Mas apesar da relevância da instituição — responsável por preservar, dar acesso e divulgar documentos públicos — pesquisadores e funcionários temem que ela feche as portas antes de fazer aniversário. Pelo cálculos da Associação dos Servidores do Arquivo Nacional (Assan), a verba para pagamentos de despesas básicas da casa só deve durar até agosto. A direção do arquivo explica que os cortes seguem uma determinação do governo federal, mas garante que os serviços oferecidos à população não serão comprometidos.

A redução no orçamento, de 36% em um ano, prejudica a manutenção do edifício e compromete, inclusive, a segurança do acervo. Segundo denúncia da Assan, uma vistoria do Corpo de Bombeiros, feita no ano passado, constatou que a tubulação de rede de hidrantes do Bloco F — que guarda 90% de todo o acervo, inclusive as obras raras — encontra-se “em avançado estado de deterioração” por causa da corrosão.” O edifício tem marcas de pichação, vidraças quebradas (duas com marcas de tiros) e também grades arrebentadas.

"Temos uma acervo sensível, que precisa de um ambiente com ar-condicionado. Há depósitos que não têm refrigeração nenhuma. Mas o pior mesmo é o caso do prédio anexo, que, se houver incêndio, não conta sequer com tubulação de água", explica Rodrigo Mourelle, presidente da Assan.

De acordo com a associação, o Arquivo Nacional teve gastos de R$ 22 milhões com pagamentos de luz, água, gás, serviços de limpeza e de segurança. Mas, por contenção de despesas, o Ministério da Justiça cortou 36% do orçamento deste ano. Para 2017, o arquivo tem R$ 14 milhões.

O prédio principal, um edifício de estilo neoclássico do século XIX, tombado pelo Iphan, ainda não sofre com problemas de infraestrutura. A associação tem feito protestos nas ruas e nas redes sociais para chamar atenção para o problema. Também protocolou um documento no Ministério da Justiça, no último dia 13, pedindo o cancelamento dos cortes e eleição do diretor-geral com tempo de mandato definido. O cargo hoje é ocupado por José Ricardo Marques.

Fonte: Site Assan
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