JOSÉ DANTAS COMPLETARIA 100 ANOS DE NASCIMENTO NO DIA 27 DE FEVEREIRO

O médico, compositor José Dantas nasceu no dia 27 de fevereiro de 1921, na então Carnaíba das Flores, Sertão do Pajeú pernambucano.

O Jornalista Mauro Ferreira, que escreve sobre música desde 1987, com passagens em 'O Globo' e 'Bizz', avaliou que "seria oportuno que o centenário de nascimento de José Dantas de Souza Filho (27 de fevereiro de 1921 – 11 de março de 1962) motivasse no Brasil a vontade de dar o devido reconhecimento ainda que póstumo – ao compositor pernambucano conhecido como Zé Dantas".

Melodista e letrista inspirado, como provou ao compor Acauã, José Dantas se notabilizou como parceiro do conterrâneo Luiz Gonzaga (13 de dezembro de 1912 – 2 de agosto de 1989).

Na bibliografia musical brasileira, de José Dantas constam sucessivas gravações de músicas como A volta da Asa Branca, Cintura fina, Derramaro o gai, Vem morena, Sabiá, Imbalança, São João na roça, A letra I, ABC do sertão, Algodão, O xote das meninas, Vozes da seca, Noites brasileiras e Riacho do navio.

Pelo tom da maior parte dessas composições imortais, nota-se que o cancioneiro de José Dantas e Luiz Gonzaga soa geralmente leve e festivo, tendo sido composto com doses calculadas de alegria, lirismo, malícia, nostalgia e/ou sensualidade sem deixar de eventualmente tomar posição em favor dos menos favorecidos no sertão, como nos versos de Vozes da seca.

Pernambucano de Carnaíba, município de Pernambuco incrustado no sertão de Pajeú, José Dantas conheceu Luiz Gonzaga no Recife (PE) no fim de 1947. Nasceu uma amizade que evoluiu para parceria que marcou a música brasileira na primeira metade dos anos 1950, década do apogeu artístico de Gonzaga.

Transitando ritmicamente entre baiões, cocos, rojões, toadas e xotes, a obra de Zé Dantas com Luiz Gonzaga traça painel das alegrias e dores de quem vivia nas roças, povoados e cidades interioranas à espera de água e festa nas veredas do grande sertão brasileiro.

Mesmo sendo de família abastada, José Dantas conheceu esse universo rural, retratado por ele nas atuações como comediante em rádios da cidade do Rio de Janeiro (RJ), para onde migrou nos anos 1950.

Foi no Rio de Janeiro, a propósito, que Zé Dantas saiu precocemente de cena, aos breves 41 anos, mas a tempo de ter deixado obra que merece urgente reavaliação para ser celebrada em 2021 com a devida dimensão que obteve na história da música brasileira, em especial na nação nordestina.

Zé Dantas faleceu em 11 de março de 1962, aos 41 anos de idade, deixando assim uma vasta e considerável obra que contribuiu para o grandioso sucesso de Luiz Gonzaga. Suas parcerias são consideradas clássicos da música popular brasileira, a exemplo de Vem Morena, Acauã, Riacho do Navio, A Volta da Asa Branca e Sabiá, entre muitas outras.

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