Projeto Histórias que Ganham o Mundo oferece curso de Cordel para professores e alunos da rede pública de cidades paulistas

O projeto Histórias que Ganham o Mundo, realizado pela Imagini, empresa de comunicação e marketing social, patrocinado pela Raízen através de incentivo do Governo do Estado de São Paulo e Secretaria da Cultura, oferecerá ao público, geral e professores de Ensino Fundamental I da rede pública, oficinas gratuitas de cordel com o o professor doutor em Ciencia da Literatura Aderaldo Luciano.

Com o objetivo de utilizar a arte para o ensino, a Imagini busca incentivar os professores da rede a utilizarem as linguagens artísticas com os alunos. "É comprovado que a utilização da arte para o aprendizado é positiva, por ser um canal mais lúdico para transmitir os conteúdos. Levar o cordel para as salas de aula cria um contato amplo com o universo dessa arte, uma vez que é parte da literatura, mas também tem proximidade com a música e relação com as artes visuais, através da xilogravura e outras ilustrações que podem acompanhar os cordéis", explica Fernanda Araneo Bassani Pace, diretora artística do projeto.

Apesar das muitas histórias relacionadas ao aparecimento do cordel brasileiro, ele é uma arte genuína e com estética única. De acordo com Aderaldo Luciano, apesar de lembrar a literatura de cordel portuguesa, o cordel brasileiro é diferente. "O folheto de cordel nordestino assemelha-se na forma aos portugueses, entretanto o conteúdo, a forma poética é única. Os poetas brasileiros criaram uma forma poética fixa, a única forma poética legitimamente brasileira", destaca o cordelista.

Sendo a única forma poética legitimamente brasileira, como aponta o especialista, o projeto tem ainda mais relevância social ao levar aos professores conhecimento aprofundado sobre o cordel, suas formas, os principais poetas e períodos.

"Apesar de o Plano Nacional da Biblioteca Escolar ter distribuído vários livros em cordel, ainda falta muito trabalho a ser realizado nas salas de aula. Os professores detém as técnicas para o ensino, por esse motivo, não adianta colocar um poeta na sala de aula, o ideal é capacitar os professores para que incluam o cordel em suas aulas", comenta Aderaldo.

Pela falta de conhecimento sobre o assunto e abordagens rasas nas escolas, o cordel brasileiro é visto ainda como folclore e não como cultura legítima brasileira. O primeiro aparecimento da arte é registrado em Recife, através do poeta paraibano Leandro Gomes de Barros, no século XIX. E desde então, o cordel desenvolveu-se pelo Brasil e destacou diversos nomes divididos em quatro gerações: Geração Princesa (1880-1930), Geração Regente (1930-1960), Geração Coroada (1960-1990) e Geração Guardiã (1990-Hoje).

As oficinas serão realizadas em escolas das cidades de São José dos Campos, Tarumã, Barra Bonita, Barueri e Ribeirão Preto. "Qualquer pessoa pode participar, o público é aberto, mas temos foco em multiplicadores de conteúdos, especialmente professores do Ensino Fundamental I. 

As aulas terão duração média de quatro horas e focarão em informações sobre o cordel, sua origem e importância cultural avaliando os conhecimentos e dúvidas dos participantes. Incluímos também uma parte focada em como transmitir o conteúdo de maneira lúdica, para crianças e jovens”, explica Fernanda.

E o projeto ainda tem duas etapas após as oficinas: um concurso cultural de textos e ilustrações, voltado a crianças de 8 a 12 anos, e um livro que publicará os melhores trabalhos. "Temos uma grande preocupação em impactar, de fato, a vida das pessoas. Queremos que a oficina seja um motor propulsor de conhecimento que gere um movimento multiplicador. O concurso é uma forma simples de gerar interesse, tanto para quem ensina quanto a quem recebe o conteúdo, conquistando o objetivo fim do projeto que é a multiplicação do conhecimento. Além disso, a produção de textos e ilustrações permite maior aproximação entre alunos e o tema", finaliza a diretora do projeto.

As inscrições podem ser feitas através do email produção@imagini.art.br e, em caso de dúvidas, a equipe estará disponível através do telefone (11) 2866-5923.

Fonte: Jornal O Imparcial-Araraquara-São Paulo

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