O radialista Carlos Augusto e centenas de vaqueiros
participaram neste domingo 29, da 73º edição da Missa do Vaqueiro, realizada na Orla de
Petrolina. A Missa foi celebrada pelo Padre José Guimarães. O Evento é uma parceria com a Prefeitura de Petrolina.
A tradição, a fé e coragem dos sertanejos são retratadas na missa às margens do Rio São Francisco que é realizada desde 1941, em pagamento a uma promessa pela recuperação da saúde de um vaqueiro.
Durante o ritual da Missa, o Padre adapta o linguajar dos sertanejos e ali há momentos de muita emoção quando o ofertório dos vaqueiros, paramentados, montados em seus cavalos, aproximam-se do altar e depositam peças de suas indumentárias e instrumentos utilizados no trabalho do dia a dia.
Os vaqueiros trazem no alforje tapioca, cuscuz, rapadura, queijo. A presença de Jesus Cristo está nas marcas dos vaqueiros nordestinos que sofrem com mais uma seca e mostram novamente que são antes de tudo fortes, na definição do escritor Euclides da Cunha.
A musicalidade da Missa do Vaqueiro encanta e diz o quanto é válido participar do evento. O Coral de Aboios de Vaqueiros de Serrita apresentou as toadas cantadas com versos dentro de uma melodia que ecoou nas margens do rio São Francisco.
O radialista e coordenador da Missa do Vaqueiro, Carlos Augusto diz que o Aboio para muitos que vivem no sertão é um canto mágico, espiritual que envolve homem e gado e só mesmo quem vive nesta lida tem profundo conhecimento e sensibilidade do fato.
“Nas minhas pesquisas encontrei um relato que reproduzo aqui. Dizem que quando o gado passa diante do mourão onde se matou uma rês, ou onde está esticado um couro, é comum o boi bater as patas dianteiras no chão e chorar de sentimento pelo irmão morto. Ele derrama lágrimas e dá mugidos em tons graves e agudos”, revela o jornalista Ney Vital.
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