A precária segurança pública e o transporte coletivo ineficiente são
determinantes para uma cena muito comum do trânsito paulistano: a
maioria dos carros é ocupada por apenas uma pessoa. Some-se a isso o
aumento da produção e oferta de novos veículos aliados à alta de renda
da população e o resultado é o tráfego cada vez mais caótico.
Uma boa solução é a carona solidária. Os que utilizam essa
forma de transporte logo descobrem que se trata também de uma maneira de
gastar menos. “O paulistano é individualista. Além
disso, a falta de segurança acaba fazendo com que as pessoas tenham medo
de dar carona”, diz o engenheiro e especialista em trânsito da
Universidade Mackenzie, Luiz Vicente de Mello.
Outro complicador é que São Paulo é o principal mercado da
indústria automobilística nacional, que cresceu 114,5% entre 2004 e
2013. Enquanto a média nacional de carros por habitante é de 5,2, na
capital a relação é de 1,54. O número só é inferior aos registrados no
Canadá e EUA, de acordo com dados da Companhia de Engenharia de Tráfego
(CET) e Anfavea, a associação das fabricantes.
Ao considerar a taxa de ocupação por veículo, a relação é de
1,38. Ou seja. cada carro transporta menos de duas pessoas por
viagem.Outra opção para driblar o trânsito das grandes cidades é o uso
de bicicletas.

Enquanto a expansão das linhas do metrô caminha a passos de
tartaruga (veja ao lado), a prefeitura da capital investe na ampliação
dos corredores de ônibus para incentivar a troca do transporte
individual pelo coletivo. “Essa migração não ocorreu, pois o cidadão não
viu vantagem em transporte sem flexibilidade de horário e
confiabilidade”, afirma Mello.
Quem já utilizava ônibus está gastando menos tempo para se
locomover – a redução foi de, em média, 38 minutos por dia, segundo a
CET. No entanto, ninguém deixou de usar o carro em prol do ônibus.
Fonte: Estadão
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