FUNDADOR DA CASA GRANDE GRANDE MEMORIAL DO HOMEM KARIRI PARTICIPA NO DOMINGO DIA 02 DE AGOSTO DO PROGRAMA NAS ASAS DA ASA BRANCA-VIVA LUIZ GONZAGA E SEUS AMIGOS


Domingo 02 de agosto no Programa Nas Asas da Asa Branca-Viva Luiz Gonzaga e seus Amigos, às 9hs www.radiocidadeam870.com.br. Café Prosa com Alemberg Quindins. 

Você vai saber o motivo do Estado de Espírito do vento/cariri que sopra com saudade do Mar. Você vai compreender a importância do contexto da Chapada do Araripe para o mundo. Rio São Francisco. Patativa do Assaré. Luiz Gonzaga e Padre Cícero. Arqueologia. Gestão Cultural. Alemberg diz que a Chapada do Araripe tem uma influência nesse território desde o período cretáceo. Em torno dela, de um lado tem Luiz Gonzaga, a Pedra do Reino, de Ariano Suassuna e a Missa do Vaqueiro, Padre Cícero, Patativa do Assaré, Espedito Seleiro, toda uma cultura. O Cariri é um oásis em pleno sertão. É o solo cultural por conta de toda essa força que vem da geologia, da paleontologia, da cultura.

Francisco Alemberg de Souza Lima- Alemberg Quindins. Músico de formação popular, historiador autodidata, Fellow da Ashoka e Líder da Avina.

Em 1992, restaurou a primeira casa grande da fazenda que deu origem ao Município de Nova Olinda, Ceará e criou a Fundação Casa Grande-Memorial do Homem Kariri: Uma Organização não governamental que tem como missão educar crianças e jovens através da gestão cultural e do protagonismo juvenil. Como consultor do UNICEF, criou nos assentamentos dos sem terra no Ceará e no Rio Grande do Norte, o projeto Vez da Voz com a implantação de irradiadoras para crianças
e adolescentes, além de rádios escolas em várias cidades do Ceará.

Alemberg na África, em Moçambique e Angola, criou a rede de jovens comunicadores da língua portuguesa. São mais de 30 programas “de criança para criança”, fortalecendo o protagonismo juvenil e o intercâmbio entre os paises pares.
Em 2007 foi consultor do Projeto Rumos do Itaú cultural.

*MARIANA ALBANESE:
Nordestina era uma cidadezinha desse tamanho assim, da qual se dizia: "eita lugarzinho Sem futuro!". Antônio ouviu dizer isso desde pequeno, e deu por certo o fato. Para chegar em Nordestina, tinha que se andar bem muito. É claro que ninguém fazia isso: o que é que a pessoa ia fazer em um lugar onde não tinha nada para fazer?

(Trecho do livro “A Máquina”, de Adriana Falcão)
Quando pequeno, morando em Tocantins, Alemberg Quindins era um menino fora do mapa. Sabia do mundo por quem passava por sua cidade, Miranorte, e mais não tinha.

Se virou como podia e montou uma pequena editora, cineminha, tudo improvisado para dar alguma diversão a seus colegas, também fora do mapa. Da primeira infância, no Sertão do Cariri, no Ceará, lembrava-se de uma índia que lhe contava histórias e de uma estátua de indiozinho em sua casa. 

Quando voltou para lá, já crescido, foi atrás destas lembranças. Conheceu uma moça do Crato, Rosiane Limaverde. Por essas coincidências da vida, haviam nascido no mesmo dia e ano: 19 de dezembro de 1965. Casaram-se na mesma data, em 1983. A parceria também era musical. Saíram sertão afora, estudando a música pré-histórica da região, e vez por outra deparavam-se com objetos de valor histórico, que iam recolhendo. Formaram um acervo.

Em 1992 nasceu oficialmente a Fundação Casa Grande, no mesmo dia 19 de dezembro. Uma velha casa no município de Nova Olinda, que havia pertencido ao avô de Alemberg, Neco Trajano, foi reformada e passou a abrigar o Memorial do Homem Kariri. O espaço guarda o acervo recolhido por Alemberg e Rosiane - ao qual foi incorporado o indiozinho da infância, cuidado até então pela velha senhora que lhe contava histórias. Kariúzinho hoje é personagem de revista em quadrinhos feita pelos meninos.

A iniciativa gerou interesse das crianças que viviam na zona urbana da cidade. Elas foram se achegando, dando novas idéias e demanda para ampliação.

De forma natural, as áreas de atuação da Fundação foram aumentando, conforme o casal sentia a carência cultural da cidadezinha. Em 1998 foi anexado o prédio da primeira escola da cidade, o Educandário. Tornou-se a Escola de Comunicação da Meninada do Sertão. Em 2002, foi a vez do Teatro Violeta Arraes – Engenho de Artes Cênicas ser inaugurado. O fluxo de curiosos foi aumentando e a necessidade de um programa de turismo surgiu. Foram criadas pousadas domiciliares no fundo das casas, administradas pela Cooperativa dos Pais e Amigos da Casa Grande (Coopagran).

Memória, Comunicação, Artes e Turismo são hoje as áreas de abrangência da Casa Grande, que aos 15 anos de existência, chega à adolescência. Seus primeiros meninos já são adultos, trilham seu caminho paralelo e começam a levar seus filhos para brincarem no parquinho da Fundação. Os mais velhos ensinam os mais novos, sempre dispostos a ouvir.

Essa geração de jovens com formação de qualidade superior à encontrada na maioria das escolas regulares faz com que a instituição seja, além de um projeto bem sucedido, um marco histórico para a região em que está inserida. Mais do que uma escola de comunicação, um centro cultural, ou uma instituição para crianças, a Casa Grande é hoje um laboratório de convivência social onde aprende-se a ter responsabilidade sem perder a alma infantil. Ou, como Alemberg bem resumiu:

“Não queremos formar comunicadores, e sim futuros gestores do país”.
Nenhum comentário

← Postagem mais recente Postagem mais antiga → Página inicial

0 comentários:

Postar um comentário