ESCRITORA E PROFESSORA CLARISSA LOUREIRO APRESENTA LIVE ESTUDOS LINGUÍSTICOS E LITERÁRIOS NA QUARENTENA NA QUARTA (22)

Literatura e Erotismo. Este é o tema da live da escritora e professora do curso de Letras da Universidade de Pernambuco (UPE) do campus de Petrolina, Clarissa Loureiro , na quarta-feira (22), às 20h. A transmissão será ao vivo pelo instagram @loureiroclarissa

Muitos dos grandes autores brasileiros, como Machado de Assis e Carlos Drummond de Andrade, exploraram a temática. Especialistas como a professora da Universidade de São Paulo (USP) Eliane Robert Moraes, destaca e cita a grande quantidade e qualidade dos textos eróticos da literatura nacional.

“A Casa dos Budas Ditosos”, de João Ubaldo Ribeirofoi originalmente publicado na série “Pleno Pecados”, em 1999, ainda é um dos livros mais citados, tendo a luxuria como o seu tema central. A trama é narrada por uma mulher de 68 anos, nascida na Bahia. Ela descreve acontecimentos da própria vida e mostra em detalhes como viveu todos os prazeres que podia, dentro das infinitas possibilidades do sexo. O autor afirma que o livro foi baseado em depoimentos de uma mulher real, enviados a ele em um pacote. Além do teor sexual, críticas sociais, políticas e à igreja fizeram com que o livro escandalizasse alguns setores mais conservadores da sociedade.

Clarissa Loureiro nasceu em Campina Grande, Paraíba. A autora possui mestrado e doutorado em teoria da literatura pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Atualmente atua como professora de Literatura na UPE em Petrolina, dedicando-se aos estudos de memória, identidade, gênero e Semiótica associada à literatura comparada. É autora dos livros Invertidos, Mau hábito e Laurus.

Tema recorrente na literatura contemporânea, o erotismo desperta, no entanto, curiosidade e se mostra um rico ingrediente nas narrativas de ficção desde que o homem descobriu a capacidade de contar histórias. Alguns estudiosos consideram o erotismo o tema mais antigo da literatura, que surgiu da necessidade de verbalizar o sexo. A representação dele, na literatura, portanto, é bastante ampla. É certo que, em alguns períodos, tal verbalização era algo considerado pecaminoso. Então, cabia ao autor explorar o tema nas entrelinhas e o tratamento do assunto ganhou novas formas em diferentes épocas, seja em narrativas eruditas ou seja, de massa.


Se em Senhora, clássico romântico de José de Alencar, há, em alguns trechos, a sugestão da consumação do amor por meio do ato sexual, ao leitor cabe a tarefa de imaginar. O romance não apresenta cenas eróticas picantes e, durante todo o desenrolar da história, os personagens Aurélia e Fernando não se envolvem sexualmente. É somente após ambos acertarem suas diferenças e, depois de Aurélia ter a certeza do amor espiritual de Fernando que ela se entrega aos prazeres da carne (características típicas do Romantismo).

No entanto, não há nada explícito e nem descrição dessa suposta entrega. Há somente uma sugestão nas últimas duas linhas do romance, que se dá pela seguinte passagem: “As cortinas cerraram-se, e as auras da noite, acariciando o seio das flores, cantavam ainda o hino misterioso do amor conjugal.”
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