LEI SANCIONADA: ANIVERSÁRIO DE SIVUCA SE TORNA DIA NACIONAL DO SANFONEIRO

O Diário Oficial da União publica, nesta terça-feira (20), a Lei nº 14.140, de 19 de abril de 2021, que institui o Dia Nacional do Sanfoneiro, a ser comemorado anualmente, em todo o território nacional, na data de nascimento do músico Severino Dias de Oliveira, conhecido como Sivuca, em 26 de maio. Ele morreu aos 76 anos, no dia 14 de dezembro de 2006.

Severino Dias de Oliveira nasceu em Itabaiana, na Paraíba, e levou a cultura nordestina para o mundo. Como compositor, arranjador, instrumentista, o mestre da sanfona participou de mais de 200 discos de gêneros musicais diferentes como bossa nova, forró, choro, baião, maracatu, frevo, entre outros.

A socióloga Flávia Barreto, filha de Sivuca, escreveu um livro biográfico do pai, Magnífico Sivuca: maestro da sanfona, no qual detalha a infância, a carreira do músico no Brasil e no exterior, as parcerias musicai

“Sivuca é música, sempre foi música, em casa, fora de casa. Sivuca estava sempre tocando, ouvindo. Ele sempre foi música, desde criança", disse Flavia em entrevista para a Rádio Nacional de Brasília.

HISTÓRIA: Ano passado, na Paraíba, seria todo de homenagens a Sivuca, músico que se destacou nacionalmente como maestro, instrumentalista, cantor e compositor. Isso porque, por meio de decreto foi instituído o “Ano Cultural Mestre Sivuca”.

Em 2020, Sivuca completaria 90 anos de nascimento. Nome de batismo: Severino Dias de Oliveira. Considerado um músico completo que chamava a atenção de todos, ouvintes e colegas de ofício, por onde passara. Dentro e fora do Brasil. Desde que, aos 15 anos, saíra da sua pequena Itabaiana para tentar a sorte no Recife.

Entre as ações programadas na Paraíba, estava a formação de parcerias entre a UFPB e o Governo do Estado, entre elas o da construção do Memorial Mestre Sivuca. A compositora e viúva de Sivuca, Glória Gadelha, ressaltou que a parceria entre o Governo do Estado e a Universidade Federal da Paraíba para a construção do Memorial Mestre Sivuca deixa a família do músico paraibano, de renome internacional, mais perto do sonho alimentado há décadas. 

“Há 45 anos eu venho formando esse acervo, arquivos que fui juntando. E graças a Deus temos essa luz no túnel, que é a parceria da participação do Estado com a Universidade Federal da Paraíba na concretização desse sonho. É uma alegria imensa”, afirmou.

Quando estiver concluído, o Museu Memorial Mestre Sivuca vai abrigar um acervo de um valor inestimável, garante Glória Gadelha: “São peças maravilhosas, partituras, troféus, placas, medalhas, títulos, instrumentos, 42 anos de jornais, shows pelo mundo”, enumerou, lembrando que existem composições inéditas e momentos do artista que só os parentes conhecem até então.

Nascido no município paraibano de Itabaiana no dia 26 de maio de 1930, o Mestre Sivuca, foi um dos maiores talentos da música brasileira, sendo reconhecido internacionalmente por um vasto trabalho, que inclui frevo, choro e forró, entre outros ritmos.

Sivuca começou a tocar sanfona aos nove anos de idade em feiras e em festas populares. Ao lado da compositora Glória Gadelha, com quem foi casado, compôs “Feira de Mangaio”, um dos sucessos mais conhecidos. Outras parcerias bem-sucedidas incluem Chico Buarque (“João e Maria”) e Paulo Tapajós (“No tempo dos quintais” e “Cabelo de milho”).

A música Feira de Mangaio é provavelmente uma de suas músicas mais conhecidas. “Fumo de rolo arreio de cangalha/Eu tenho pra vender, quem quer comprar(…)/Tinha uma vendinha no canto da rua/ Onde o mangaieiro ia se animar/Tomar uma bicada com lambu assado/E olhar pra Maria do Joá/Porque tem um Sanfoneiro no canto da rua/Fazendo floreio pra gente dançar/Tem Zefa de Purcina fazendo renda/E o ronco do fole sem parar…” 

Não há um sanfoneiro que não saiba tocar e cantar esta canção. É um baião, forró, que virou um clássico na voz de Clara Nunes e um de seus grandes sucessos. Inicialmente foi gravada pelo próprio Sivuca e sua parceira musical e de vida, Glorinha Gadelha.

Feira de Mangaio foi composta em Nova Iorque, em uma lanchonete, num dia de inverno rigoroso. Morando há anos nos EUA a saudade da Paraíba, das feiras do interior e as lembranças foram transformados em versos que até hoje faz todos dançarem.

Em 14 de dezembro de 2006, após lutar contra o câncer de laringe, Sivuca morreu, deixando um grande legado para a cultura brasileira.

Nenhum comentário

← Postagem mais recente Postagem mais antiga → Página inicial

0 comentários:

Postar um comentário