Severino Dias de Oliveira nasceu em Itabaiana, na Paraíba, e levou a cultura nordestina para o mundo. Como compositor, arranjador, instrumentista, o mestre da sanfona participou de mais de 200 discos de gêneros musicais diferentes como bossa nova, forró, choro, baião, maracatu, frevo, entre outros.
A socióloga Flávia Barreto, filha de Sivuca, escreveu um livro biográfico do pai, Magnífico Sivuca: maestro da sanfona, no qual detalha a infância, a carreira do músico no Brasil e no exterior, as parcerias musicai
“Sivuca é música, sempre foi música, em casa, fora de casa. Sivuca estava sempre tocando, ouvindo. Ele sempre foi música, desde criança", disse Flavia em entrevista para a Rádio Nacional de Brasília.
HISTÓRIA: Ano passado, na Paraíba, seria todo de homenagens a Sivuca, músico que se destacou nacionalmente como maestro, instrumentalista, cantor e compositor. Isso porque, por meio de decreto foi instituído o “Ano Cultural Mestre Sivuca”.
Em 2020, Sivuca completaria 90 anos de nascimento. Nome de batismo: Severino Dias de Oliveira. Considerado um músico completo que chamava a atenção de todos, ouvintes e colegas de ofício, por onde passara. Dentro e fora do Brasil. Desde que, aos 15 anos, saíra da sua pequena Itabaiana para tentar a sorte no Recife.
Entre as ações programadas na Paraíba, estava a formação de parcerias entre a UFPB e o Governo do Estado, entre elas o da construção do Memorial Mestre Sivuca. A compositora e viúva de Sivuca, Glória Gadelha, ressaltou que a parceria entre o Governo do Estado e a Universidade Federal da Paraíba para a construção do Memorial Mestre Sivuca deixa a família do músico paraibano, de renome internacional, mais perto do sonho alimentado há décadas.
“Há 45 anos eu venho formando esse acervo, arquivos que fui juntando. E graças a Deus temos essa luz no túnel, que é a parceria da participação do Estado com a Universidade Federal da Paraíba na concretização desse sonho. É uma alegria imensa”, afirmou.
Quando estiver concluído, o Museu Memorial Mestre Sivuca vai abrigar um acervo de um valor inestimável, garante Glória Gadelha: “São peças maravilhosas, partituras, troféus, placas, medalhas, títulos, instrumentos, 42 anos de jornais, shows pelo mundo”, enumerou, lembrando que existem composições inéditas e momentos do artista que só os parentes conhecem até então.
Nascido no município paraibano de Itabaiana no dia 26 de maio de 1930, o Mestre Sivuca, foi um dos maiores talentos da música brasileira, sendo reconhecido internacionalmente por um vasto trabalho, que inclui frevo, choro e forró, entre outros ritmos.
Sivuca começou a tocar sanfona aos nove anos de idade em feiras e em festas populares. Ao lado da compositora Glória Gadelha, com quem foi casado, compôs “Feira de Mangaio”, um dos sucessos mais conhecidos. Outras parcerias bem-sucedidas incluem Chico Buarque (“João e Maria”) e Paulo Tapajós (“No tempo dos quintais” e “Cabelo de milho”).
A música Feira de Mangaio é provavelmente uma de suas músicas mais conhecidas. “Fumo de rolo arreio de cangalha/Eu tenho pra vender, quem quer comprar(…)/Tinha uma vendinha no canto da rua/ Onde o mangaieiro ia se animar/Tomar uma bicada com lambu assado/E olhar pra Maria do Joá/Porque tem um Sanfoneiro no canto da rua/Fazendo floreio pra gente dançar/Tem Zefa de Purcina fazendo renda/E o ronco do fole sem parar…”
Não há um sanfoneiro que não saiba tocar e cantar esta canção. É um baião, forró, que virou um clássico na voz de Clara Nunes e um de seus grandes sucessos. Inicialmente foi gravada pelo próprio Sivuca e sua parceira musical e de vida, Glorinha Gadelha.
Feira de Mangaio foi composta em Nova Iorque, em uma lanchonete, num dia de inverno rigoroso. Morando há anos nos EUA a saudade da Paraíba, das feiras do interior e as lembranças foram transformados em versos que até hoje faz todos dançarem.
Em 14 de dezembro de 2006, após lutar contra o câncer de laringe, Sivuca morreu, deixando um grande legado para a cultura brasileira.
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