Rezas de Sol para a Missa do Vaqueiro

Este ano completa 30 anos de morte do Padre João Câncio. Ele juntamente com Luiz Gonzaga e o poeta Pedro Bandeira criaram a Missa do Vaqueiro de Serrita.
Pedro Bandeira é um único está vivo.

Uma lenda contada através de canções que homenageiam e retratam a coragem, a força e a fé do homem sertanejo. É assim que pode ser definido o disco “Rezas de Sol para a Missa do Vaqueiro”.

O CD reúne em ordem litúrgica as canções que embalam há anos a tradicional Missa do Vaqueiro, realizada anualmente em Serrita, município do Sertão pernambucano, no mês de julho. 

A ideia é resgatar as tradições, a memória, a religião e o trabalho dos vaqueiros. A iniciativa foi idealizada por Helena Câncio, responsável pela Fundação Padre João Câncio, para resgatar o papel do vaqueiro, o que também gerou a publicação do livro “Missa do Vaqueiro, 40 anos”.

A Missa do Vaqueiro, um dos maiores eventos culturais dos Sertões, tem sua origem na história de Raimundo Jacó, um vaqueiro habilidoso que, segundo a lenda, foi assassinado numa emboscada por algum desafeto da profissão. 

O cachorro de Jacó, seu fiel companheiro na aboiada, velou o corpo do vaqueiro dia e noite, até morrer de fome e sede. A história de coragem se transformou num mito do Sertão e três anos após o trágico fim, sua vida foi definitivamente consagrada pelo canto de Luiz Gonzaga. O Rei do Baião, que era primo de Jacó, transformou “A Morte do Vaqueiro” numa das mais conhecidas e emocionantes canções brasileiras. Os versos da música foram feitos em 1957 por Nelson Barbalho durante uma conversa com Gonzaga, que lhe contou sua vontade de prestar uma homenagem ao primo e a dificuldade por sempre se emocionar quando pensava na história. 

Barbalho, como não tinha laços afetivos com o vaqueiro morto, se propôs a fazer a canção, puxando os primeiros versos de imediato. 

Ainda em homenagem a Jacó e a todos os sertanejos pernambucanos e brasileiros, Gonzaga se junta com o padre paraibano João Câncio, criador da Pastoral do Vaqueiro, e com o poeta e radialista Pedro Bandeira para celebrar, em 1970, a primeira Missa do Vaqueiro. Um grande sucesso.

Por volta de 1974, durante o costumeiro show realizado por Gonzaga um dia antes da missa, o sanfoneiro pediu ao amigo Janduhy Finizola, em frente a centenas de vaqueiros, que criasse uma música especialmente para a missa. Nem um pouco intimidado, Janduhy declarou que não faria uma, mas sim todas as músicas. E com o acompanhamento de Gonzaga, as nove canções, que ficaram conhecidas como Rezas de Sol, ficaram prontas em apenas seis meses. Todas seguindo a estruturas dos ritos da igreja, tendo sempre como protagonistas o vaqueiro e a religião.

Das nove canções, apenas três foram gravadas por Gonzaga. Mas, em 1976 todas as Rezas de Sol foram gravadas, com a liberação do Rei do Baião e Janduhy, pelo Quinteto Violado, que estava em início de carreira.
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