Amigos de Luiz Gonzaga fazem plantio de árvore umbuzeiro nas margens do Rio São Francisco

O umbuzeiro, também conhecido como imbú  é  uma  planta  nativa da caatinga, característica da região Semiárida  brasileira,  uma  árvore  frondosa,  de  copa  densa,  que  produz  sombra  e  um  ambiente  agradável. Conhecida como  “Árvore  Sagrada  do  Sertão”,  é  motivo  de  confraternização  educativa e de estímulo  à  conscientização e às ações de preservação ambiental.

Por este motivo o Grupo Amigos de Luiz Gonzaga dedicou o final de semana para realizar o Plantio do Umbuzeiro no Rio São Francisco. Com a presença dos cantores e compositores Targino Gondim e  Flávio Baião, do ator/artesão Afonso Conselheiro, empresário Diego Andrade, jornalista Ney Vital e de "Seu Targino" (pai de Targino Gondim) foi plantado o pé de umbu ao som da sanfona. A proposta é plantar uma árvore todo mês.

"Umbuzeiro velho "Veio" amigo quem diria que tuas folhas caídas tuas galhas ressequidas Íam me servir um dia/ Foi naquela manhãzinha quando o sol nos acordou que a nossa felicidade machucou tanta saudade que me endoideceu de amor/ Indiscreto passarinho solitário cantador descobriu nosso segredo acabou com nosso enredo/ Bateu asas e vou/ Hoje vivo pelo mundo tal o qual o vem-vem assobiando o dia inteiro quando vejo um umbuzeiro me lembro de você  meu bem"...

Luiz Gonzaga, cantos os versos acima para homenagear o Umbuzeiro. A composição É de João Silva.


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Teatro Lambe Lambe Interativo é aplicado em defesa do meio ambiente e ecologia

Lambe-Lambe é apelido dado no Brasil, aos antigos fotógrafos de praça pública. Uma ideia através do Lambe Lambe promove a defesa do meio ambiente e ecologia. Trata-se do Teatro Lambe Lambe Interativo e Ecológico. 

O projeto é experimental e desenvolvido com o objetivo de mostrar e despertar as pessoas para uma avaliação critica sobre os efeitos das ações e atitudes sobre os ecossistemas.  

Segundo o arte educador Tiago da Silva Carvalho, idealizador do projeto, a modalidade artística busca  valorizar a estrutura da fotografia lambe lambe, onde, no interior da caixa as peças elétricas e eletrônicas dão espaço a criatividade. 

"O antes fotografado se torna espectador de diversas historias que podem ser contadas dentro da caixa. Voltado ao publico infanto-juvenil, também é ótima oportunidade de sensibilização aos adultos", explica Tiago. 

Ainda de acordo com o Tiago o teatro Lambe Lambe Interativo e Ecológico funciona no interior da caixa e em menos de 1 minuto é possível interagir com o público apresentando elementos da natureza representados pelo ambiente aquático cenário da caixa e peixes que flutuam no espaço e recebem a ação poluidora do ambiente e logo o público percebe a morte dos peixes. 

"Depois da tristeza da morte, da dor, do vazio, surge um elemento surpresa pretendendo despertar os espectadores para as consequências das ações sobre o meio ambiente e impactos sobre o ecossistema", revela Tiago. 

As apresentações acontecem em sala de aula, auditórios, praças públicas, feiras, eventos públicos.  Email para contato: idtiagocarvalho@gmail.com 
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Mayra Couto: Em São José do Egito falta chuva mas sobra poesia

Há dezenas (talvez centenas) de anos, uma viola foi enterrada no leito do Rio Pajeú. Desde então, quem bebeu de sua água, virou poeta. A lenda sertaneja pode até não ser verdade, mas foi a forma que o povo encontrou para explicar porque existe tanto talento para a poesia em um só lugar. 

“Bom dia, poeta”, diz um. “Bom dia, poeta”, responde o outro. Vendedor, professor, farmacêutico… Seja no improviso ou munido de violas, há uma população inteira de cantadores poetas em São José do Egito, a 404 km do
Recife. Considerada berço imortal da poesia, a cidade preserva, há gerações, a tradicional cultura que floresceu às margens do rio.

A relação da cidade com as palavras começou na colonização do Brasil pelos portugueses: “Os portugueses trouxeram a sonoridade do baião de viola e as influências dos mouros, muçulmanos que invadiram a Península Ibérica. Digamos que os cantadores são uma evolução dos trovadores”, afirma Fábio Renato Lima, 38, professor de história na cidade e coordenador da banda Vozes e Versos. Talvez por isso o vocativo esteja presente em qualquer cumprimento na cidade. É uma populaçaõ de “poetas”.

"Ninguém consegue explicar
É mais pesada que o chumbo
É leve igualmente o ar
É fina como cabelo
É bela como luar
Toca na alma da gente
Fazendo rir ou chorar
Faz a tristeza morrer
E o sonho ressuscitar
A poesia é ão santa
Que quando o poeta canta
Deus para pra escutar
A poesia seu menino
Como tudo que é divino
Não da pra gente pegar"…

Leves aos ouvidos, os versos cantados desafiam os jovens, a exemplo de Ana Clara Menezes, 16, que recentemente se envolveu com o estilo de poesia que ouvia desde a infância. Neta de Gregório Filó, poeta respeitado na cidade, ela vem desde os 12 anos tentando expressar os sentimentos ao mesmo tempo em que encara o desafio das métricas.

“No início, peguei um livro de família bem antigo, o Reino dos Cantadores, de José Rabelo de Vasconcelos. Li e comecei a praticar, mas comecei a me questionar: ‘Por que meu verso não está saindo igual ao do meu avô?’. Foi muito difícil dominar a métrica”, conta. Desde 2013, passou a estudar na Escola Estadual Edson Simões, uma das unidades de ensino do município que oferecem na grade curricular a disciplina de poesia.

Em uma época onde o sustento vinha da agricultura, o cantador era o artista nordestino”, completa. Mas, mais que artistas, os violeiros, que viviam viajando, faziam as vezes de jornalistas e levavam as notícias de uma região a outra, entre eles, nomes como Augustinho Nunes da Costa, Ugolino do Teixeira, Romani da Mãe D’água.

Nem sempre o assunto foi tão formal e estruturado. Uma das primeiras famílias a destacar-se no Pajeú foi a Nunes da Costa, ainda em 1850, em Teixeira (PB). “Eles são ancestrais da minha família e já utilizavam o improviso e a viola, por influência dos mouros, quando começaram a se destacar e a viver do repente”, conta Antônio Marinho, poeta.

“Eles faziam apresentações na feira e na estação de trem. Em uma época onde o sustento vinha da agricultura, o cantador era o artista nordestino”, completa. Mas, mais que artistas, os violeiros, que viviam viajando, faziam as vezes de jornalistas e levavam as notícias de uma região a outra, entre eles, nomes como Augustinho Nunes da Costa, Ugolino do Teixeira, Romani da Mãe D’água.

As gerações se passaram e três irmãos cantadores fizeram história em São José do Egito: Lourival Batista, conhecido como Louro do Pajeú, Dimas Batista e Otacílio Batista. “Eles fizeram a primeira apresentação de cantoria do Brasil, no Teatro de Santa Isabel, em 1946, convidados por Ariano Suassuna”, conta Antônio Marinho, neto do Louro do Pajeú, falecido desde 1992, mas em nome de quem se faz festa de aniversário no município até hoje. “Eles protagonizaram momentos importantes para a arte e o repente foi ganhando respeito. Otacílio foi o primeiro repentista que teve uma obra sua gravada por outro artista”, reitera. A obra em questão foi a música Mulher Nova, Bonita e Carinhosa, interpretada por Zé Ramalho.

Um dos poetas mais famosos do Sertão pernambucano, Lourival Batista assinava suas obras com o próprio nome, mas era reconhecido mesmo como Louro do Pajeú. Precursor da “escola” da poesia de São José do Egito, teve o talento reconhecido por nomes políticos e artísticos de expressão nacional, com reconhecimento que o fez famoso em todo o país. Entre os nomes que o reverenciaram estavam Gilberto Gil – que, na época da Tropicália, visitou sua casa no Sertão pernambucano – ou Luiz Gonzaga, que não escondia admiração ao sertanejo. Tanto clamor o ajudou a ir além da poesia aos olhos da população local.

A marca de Lourival Batista continua exposta. “Criamos o Instituto Lourival Batista, a Casa do Repente. Na entrada, tem uma placa de 1989 que Miguel Arraes levou para meu avô homenageando o repente”, explica Marinho. No centenário do aniversário do poeta, a cidade foi cenário de um documentário que retratou a história dos artistas da região, o Não tem só mandacaru, obra de abertura da festa e um dos filmes que serão exibidos no Festival de Cinema de Belo Jardim e no Cine PE, em 2016.

Fonte: Mayra Couto-Premio Cristina Tavares-Projeto CuriosaMente desde janeiro de 2016
Trecho da obra Explicar a Poesia de Dedé Monteiro
Aprendendo a poesia de São José do Egito
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Gitana Pimentel: um café, dois dedos de prosa e o ritmo da música de Luiz Gonzaga e Jackson do Pandeiro

"A vida é a arte do encontro, embora haja tanto desencontro pela vida". O verso é de Vinicius de Moraes e a arte imita a vida e nesta estrada musical, a alegria de encontrar a cantora Gitana Pimentel.

Gitana Pimentel é cantora e compositora. Uma conhecedora dos valores da música mais brasileira que encontramos em Luiz Gonzaga, Dominguinhos, Jorge de Altinho,  Assisão, Os Três do Nordeste, no samba e na bossa nova.

O show de Gitana Pimentel é o ritmo mais brasileiro presente nos palcos dessa arte vida, vida arte!

Um café, dois dedos de prosa e Gitana traz as boas lembranças de Campina Grande, Paraíba e dos amigos mais caros, exemplo de dignidade, alma boa dos professores: Sebastião Andrade e Giseli Sampaio.

Natural de Patos, no Sertão paraibano, Gitana já concorreu ao prêmio Multishow, da Rede Globo, com a música 'Pra cima de mim', na categoria de melhor canção.

Gitana inquieta busca o conhecimento como forma de libertação. Comprometida com os valores mais humanos. Toca piano e violão. Canta também em espanhol e francês.

No ano de 2014 defendeu o trabalho de Conclusão do Curso de Comunicação Social: Lapada na rachada: estigmas e sexismo no forró "eletrônico". Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Comunicação Social) – Universidade Estadual da Paraíba, Centro de Ciências Sociais Aplicadas.

O trabalho mostra que o forró eletrônico é um estilo musical no qual a abordagem da sexualidade é recorrente. A produção atual do gênero no Brasil acentua as referências ao sexo e destaca a vulgarização feminina como forma de reafirmar a virilidade masculina.

O trabalho abordou o quanto a influência da mídia contribui na difusão dessa música entre determinada parcela da sociedade e como a Indústria Cultural possibilita que o gênero ganhe destaque ao banalizar o exercício da sexualidade das mulheres através da mídia.

Gitana Pimentel fez uma análise de conteúdo, buscando explicar e interpretar os múltiplos sentidos latentes nas letras das canções.

Por tudo isto é Gitana Pimentel uma cantora nascida na Paraíba e com uma visão universal.
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Aderaldo Luciano: Orquestra Voo Livre completa 15 anos

A Serra da Borborema é um extenso território cuja paisagem é diversa. Aqui, uma árvore copada, repleta de frutos. Ali, um vegetal robusto, adornado de espinhos. Um canavial, um córrego, uma represa, uma imensa visão de pedras, o barro vermelho, o massapê: tudo no caldeirão do tempo. A animália também se confunde: o gado miúdo, o rebanho bravo, os lagartos e as aves. A Serra da Borborema é a casa, o lar, nossa rede aberta e convidativa, a mesa posta, o céu aberto e a multidão de entidades inspiradoras, guardiãs da vida e da maquinaria, protetoras dos corações, mestras das artes, elementais da música.

A Serra da Borborema é o lastro de nossas ansiedades, o planeta de nossos sonhos. No espinhaço da serra, como disse o poeta, rasga-se e espraia-se na montanha, a cidade mítica de nossos ancestrais, o Brejo de Areia, Terra dos Bruxaxás, recanto dos ventos, morada de homens santos, caminho de homens resistentes, habitat natural do sonho e, por dentro do sonho, a trilha sonora, o gladiar dos instrumentos, o embate e o casamento entre as melodias e as harmonias, algumas naturais, saídas da terra e do ar, outras sopradas e percutidas, digitadas e fonomecanizadas, a criação do Homem, a descoberta das almas, a codificação dos músicos.

E nesse recanto, as asas abrem-se em maravilhosa viagem, em desejo transformado em meta, em vontade transmutada em ação. É a Orquestra Voo Livre que, como o condor que passa sobre os Andes, plaina sobre os vales e pousa no alto do nosso olho, no átrio de nossos ouvidos, nas entranhas de nossos poros, fazendo o peito do sensitivo saltar e irmanar-se à existência dinâmica das notas musicais. Senti isso várias vezes, postado diante de meninos que vi crescer, meninos que vi cantar, meninos que vi, de uma hora para outra, à base de muito estudo e muita dedicação, travestidos de paladinos, senhores de tanta sensibilidade, capazes de nos emocionar, sempre.

A Orquestra Voo Livre é nossa trilha sonora, para além do empreendimento, para além do trabalho, para além das coisas banais que regem a vida do cidadão comum. Procuramos, durante muito tempo, um caminho que nos pudesse oferecer a perenidade, o passo seguro, a certeza do êxito. O sucesso é um abismo, o êxito é o píncaro, onde repousa a águia brejeira, onde nem o carcará poderá postar-se. E agora, no momento em que as imagens são plasmadas, reunidas para a posteridade, o plano de voo mais uma vez está definido, mais uma vez, a nossa frente, o céu azul, o vento pouco e a serenidade protegem a rota, desenham o futuro e ambientam nossa imensidão. Estamos em pleno voo, como diria Castro Alves, o poeta condor.

Fonte: Professor doutor em Ciência da Literatura-Aderaldo Luciano
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J.Borges elogia poesia de Jorge de Altinho e voz de Luiz Gonzaga

"Na música, tenho meu espaço para uma cerveja e escuto forrós com letras que tem poesia de verdade. Jorge de Altinho nos tempos de hoje é bom que dá gosto. Luiz Gonzaga sou fanático, porque no meu tempo de criança e adolescente era o som que se ouvia. Asa branca é o hino. E gosto de Nelson Gonçalves”.

O artesão J.Borges soltou o verbo numa Roda de Conversa, no bate-papo que para ele não havia hora para acabar, contou piadas, episódios engraçados, refletiu sobre a vida, as horas de trabalho e diversão, a cultura, o passado e o presente.

J.Borges esteve em Petrolina participando do Congresso Internacional do Livro, Leitura e Literatura no Sertão (Clisertão). J. Borges é um dos mestres da literatura de cordel. Nascido em Bezerros, município de Pernambuco, é o xilogravurista brasileiro mais reconhecido no mundo. J.Borges. expôs na Venezuela, Alemanha, Suiça, México e Estados Unidos, onde foi tema de uma reportagem no The New York Times, que o apontou como um gênio da arte popular. Foi elogiado por Ariano Suassuna e o escritor Eduardo Galeano.

Foi convidado a dar aulas na Universidade do Novo México, e para expor no Texas e na Europa. Suas xilogravuras ilustram o livro "As Palavras Andantes", do escritor uruguaio Eduardo Galeano, e foi o único artista latino americano a participar do calendário da Unicef. 

Prestes a completar 84 anos no dia 20 de  dezembro 2017, J.Borges não troca minuto de descanso pelo prazer do serviço, sobretudo se envolver a parte da qual mais gosta, o corte da madeira.

"É bom viver. Amo o trabalho. Sou apaixonado pelas palavras e pela arte ", disse J.Borges.
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Clisertão: Projeto Tomar doa livros e democratiza leitura na região do Vale do São Francisco

Projeto Tomar coordenado pela professora Clarissa Loureiro
Entre os dias 9 e 12 de maio acontece em Petrolina, no Sertão de Pernambuco, mais uma edição do Projeto Clisertão Escola 2017. O Congresso Internacional do Livro, Leitura e Literatura no Sertão (Clisertão) deste ano é dedicado exclusivamente para as escolas estaduais e municipais de Petrolina. Cerca de 5.500 alunos serão beneficiados pelo projeto com ações gratuitas em 117 escolas.

O Projeto Tomar terá a duração de três meses e o objetivo é doar livros nas escolas e valorizar o contato com os estudantes além de promover leituras. Neste projeto os livros são doados de forma monitorada. Os estudantes de Letras da UPE coordenados pela professora doutora em Teoria da Literatura Clarissa Loureiro e Peterson Martins realizaram ontem dia 09, a doação nas Escolas do Distrito de Uruás); Maria Soledade (Bairro João de Deus) e Ana Leopoldina (Bairro São Gonçalo).

O Projeto Tomar prossegue nesta quarta-feira 10. Serão visitadas as Escolas Estaduais: José Esmerindo; Professor Simão de Amorim Durando; Manoel Xavier de Paes Barreto; EREM Padre Manoel de Paiva Netto e  Padre Luiz Cassiano 

Segundo a professora Clarissa Loureiro o mais belo é contemplar os sorrisos, satisfação as crianças com seus livros na mão."Todas e todos felizes em descobrirem um mundo através do novo olhar. É a busca pelo crescimento através da literatura", destacou a professora.

“O Clisertão tem duas versões, o congresso, que acontece a cada dois anos, e o projeto de extensão que acontece só nas escolas. Este ano vai ser só nas escolas”, declarou o coordenador do Clisertão, Genivaldo do Nascimento. Na programação, os estudantes terão acesso, além do livro, a outras linguagens como cinema e teatro.

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