EXU PERNAMBUCO: RIQUEZAS CULTURAIS, TURÍSTICAS. 114 ANOS DE EMANCIPAÇÃO POLÍTICA

O município de Exu, no Sertão do Araripe, Pernambuco, completa 114 anos de emancipação política, nesta quarta-feira (8). A cidade é o berço de Luiz Gonzaga, o Mestre da Sanfona e do Baião, também de Barbara de Alencar, mulher revolucionária.

Exu é um ambiente fértil para as artes. 

Exu foi povoado inicialmente pelos padres jesuítas, que instalaram um abrigo, onde permaneceram muitos anos. Segundo a tradição local, o nome Exu veio de uma corruptela do nome da tribo indigena, pertencente à nação dos Cariris. Existe ainda uma versão de que essa denominação foi dada pelos índios da mesma tribo, em virtude de existir naquele tempo grande quantidade de abelha de ferrão, denominada “inxu” ou “enxu”.

A vila foi criada com sede na povoação de Exu, pela lei provincial nº 150, de 31 de março de 1846.

Pela lei estadual nº 844, de 10 de junho de 1907 foi restaurado o município desmembrado de Granito. 

Em março deste ano a Câmara Municipal de Vereadores Plenário Luiz Gonzaga, em Sessão Ordinária do dia 03 (três), APROVOU e o prefeito SANCIONOU e PROMULGOU Projeto de Lei que trata do PATROMINIO HISTÓRICO, CULTURAL E NATURAL de Exu.

Art. 1º A preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Natural do município de Exu/PE é dever de todos os seus cidadãos.

1° O Poder Público Municipal dispensará proteção especial ao patrimônio histórico, cultural e natural do Município, segundo os preceitos desta Lei e de regulamentos para tal fim.

§2° A presente Lei se aplica às coisas pertencentes tanto às pessoas físicas, como às pessoas jurídicas de direito privado ou de direito público interno.

Art. 2°. O Patrimônio Histórico, Cultural e Natural do Município de Exu/PE é constituído por bens móveis e imóveis, de natureza material ou imaterial, tomados individualmente ou em conjunto, existentes em seu território e cuja preservação seja de interesse público, dado o seu valor histórico, artístico, ecológico, bibliográfico, documental, religioso, folclórico, etnográfico, arqueológico, paleontológico, paisagístico, turístico ou científico.

RIQUEZAS DE EXU, PERNAMBUCO: O Parque Aza Branca é um patrimônio cultural do Nordeste Brasileiro. Sua função é preservar o acervo constituído pelo legado de Luiz Gonzaga – O Rei do Baião, em Exu, sua terra natal.

Esse legado foi iniciado pelo próprio Luiz Gonzaga que, retornando a Exu, teve a idéia de criar esse espaço cultural, dotando-o com objetos pessoais. O Museu do Gonzagão traz a marca de seu caráter, cultor de raízes e nordestino assumido.

ONG PARQUE AZA BRANCA está localizada dentro do próprio espaço do museu do Gonzagão e trabalha diretamente com turistas e visitantes.

Fundada em 1º de agosto de 2001, a ONG Parque Aza Branca tem como objetivo principal fortalecer a idéia de preservação do Museu de Luiz Gonzaga e encontrar parcerias para realização das metas de preservação, ampliação e dinamização desse pólo cultural local, que guarda valores morais e éticos e traz a marca do seu caráter ,expresso no vínculo com sua terra e sua gente, fornecendo, em suas músicas, uma visão do homem sertanejo e de suas raízes de nordestino assumido.

FAZENDA ARARIPE: A história de fé da Igreja de São João do Araripe, no município de Exú, no Sertão pernambucano, é contada pela primeira vez no livro “Igreja de São João Batista do Araripe, Exu-PE – Sesquicentenário (1868/2018)”, de Thereza Oldam de Alencar. 

A obra foi lançada na própria igreja no dia 23 de junho de 2018 véspera de São João, ao final da nona noite do novenário.

O livro remonta a trajetória do Barão de Exú, bisavô da autora, que construiu a igreja como pagamento de uma promessa ao santo, e relembra as tradições e festejos até os dias atuais. Também traça a história da família Alencar, importante na política da região. Aos 87 anos, Thereza escreveu o livro à mão, durante quatro anos de pesquisas e entrevistas.

“Fui juntando peças e ouvindo a voz da tradição. Entrevistei octogenários que guardavam importantes informações e fui vendo se formar, diante de mim, uma linda história de amor e fé. Foram quatro anos de pesquisa e peleja, andando, trabalhando e trabalhando. E, também, me baseei em o que minha mãe – nora do Coronel João Carlos, criado pelo Barão – escreveu”, conta Thereza.

A história começa com a chegada dos Alencar, vindos de Portugal, ainda no século XVII, e vai até o Barão de Exú, Gualter Martiniano de Alencar Araripe, nas fazendas Araripe e Caiçara. Com o “caos de dor” trazido pela epidemia de cólera no Crato, vizinho a Exu, entre 1862 e 1864, o Barão fez uma promessa a São João, para que a doença não se alastrasse por seu povo. Com a graça alcançada, o fazendeiro iniciou a construção da igreja, inaugurada na véspera do Dia de São João em 1868. Em seu testamento, deixou expresso que seus descendentes cuidassem da igreja.

Os 150 anos do Araripe também se entrelaçam com a vida de outro conhecido morador de Exu: Luiz Gonzaga. A bisavó do Rei do Baião se abrigou na Fazenda Caiçara, também do Barão, durante a peste de cólera. Foi na igreja que os pais de Gonzagão, Januário e Santana, se casaram. Gonzaga eternizou os 100 anos da igreja na canção “Meu Araripe”. Foi Thereza, a autora do livro, quem escreveu, inclusive, a apresentação do disco “São João do Araripe”, em 1968.

“Meu sonho é que a história dessa igreja seja disseminada por todos. Pelos devotos, pela nossa família, por Exu, por Pernambuco, pelo Brasil. É uma história simples e verdadeira e não pode ser esquecida. É um santuário de fé, patrimônio histórico e cultural do povo de Exu. Não é só um prédio bonito. Sua argamassa é feita de amor e fé”, conclui a autora.

Dividido em 12 capítulos, “Igreja de São João Batista do Araripe, Exu-PE – Sesquicentenário (1868/2018)” faz um passeio detalhados sobre esses 150 anos, misturando a história dos Alencar, dos Gonzaga, do município de Exu e do povoado do Araripe. Sua última parte, intitulada “Memorial Idílico do Araripe”, conta com depoimentos de 33 personalidades da região ou que têm uma relação de carinho com o lugar. Entre eles, o jornalista Francisco José e Dominique Dreyfus, biógrafa francesa de Luiz Gonzaga.

**A ONG Parque Aza Branca, fiel aos princípios gonzagueanos, tem como meta principal, trabalhar obstinadamente, pela conservação, preservação e divulgação do Parque Aza Branca – Museu do Gonzagão, seu pequeno mundo, o maior legado , que foi por ele idealizado e construído, para nos deixar como herança. E repassar esse amor às futuras gerações, perpetuando a sua história, como um marco na história da cultura brasileira e mais fortemente, na vida do povo exuense , que teve a honra de tê-lo como conterrâneo e tem, portanto, o dever de honrar e respeitar seu nome ,cultuando sua memória.

***PROJETO ASA BRANCA: O Projeto Asa Branca ensina as crianças a tocar sanfona e é mantido pela Fundação Gonzagão, entidade criada em 2 de março de 2000 pelo então promotor de Justiça de Exu, Francisco Dirceu Barros, entre outros cidadãos.

"O doutor Francisco era um apaixonado pela cultura gonzagueana, e foi dele a ideia da Fundação. O objetivo é prestar atendimento a crianças e adolescentes, especialmente as carentes, utilizando a arte e a poesia de Luiz Gonzaga para sua promoção social”, explica a professora aposentada Marina Santana. Dona Marina é mulher de personalidade forte e esteve junto com o promotor Francisco Dirceu desde o lançamento do Projeto Asa Branca.

“Do ano 2000 até agora, mais de 800 crianças passaram pelo projeto, que inicialmente, além de música, oferecia oficinas de artesanato, dança e poesia. Algumas delas se destacam atualmente tocando sanfona e se apresentando em grupos regionais, “O importante é incentivar as crianças a valorizar a cultura gonzagueana e a promover o município de Exu”, enfatiza.

Assim que se chega ao projeto, a primeira coisa que chama a atenção é o entusiasmo das crianças. O visitante mais atento percebe a precariedade dos instrumentos encostados na parede. “Muitas sanfonas foram compradas em feiras de cidades vizinhas. Alguns estão caindo aos pedaços e precisamos manter o projeto que lógico precisa de novas sanfonas”, explica Marina.

A vice presidente do Projeto Asa Branca, Aline Justino acrescenta que "é necessário doações e novos projetos, parceiros que possam também garantir a  possibilidade do Projetor ganhar novos instrumentos para facilitar o aprendizado das alunas e alunos". 

No sopé da Fazenda Caiçara, Chapada do Araripe, no dia 13 de dezembro de 1912 nasceu o cantador e sanfoneiro Luiz Gonzaga. A data de morte de Luiz Gonzaga é 02 de agosto de 1989.


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