JOSE URBANO: ONILDO ALMEIDA, 90 ANOS DO HOMEM DA FEIRA

Personagem ímpar da cultura com DNA caruaruense, Onildo Almeida celebrou 90 anos de vida  no último dia 13 de agosto. Vários adjetivos podem ser usados para definir a sua longeva existência, mas todos convergem para a cultura nordestina.

Membro da Acaccil, da qual já foi seu presidente, empresário da área radiofônica, homem dos muitos versos e tantos amigos, usufrui de um prestígio reservado a poucos brasileiros. 

Pai dedicado, marido cuidadoso, poeta de essência regional, são atributos do destacado cidadão.
Suas muitas histórias na seara artística nos brindam com passagens pitorescas, que revelam a intimidade dos muitos artistas que se tornaram amigos de fé, tendo como destaque o rei do baião, Luiz Gonzaga.  

A histórica parceria começou em 1957, e se prolongou por exatos  últimos 32 anos de vida do brilhante cantor de Exu.

Até as confidências e melancolias serviram como fonte para inspiração musical, que o digam os versos da música “A Hora do Adeus”, gravada em 1967, ou ainda “Regresso do Rei”, composição em destaque no primoroso lp Danado de Bom de 1984, um marco na MPB e na trajetória do próprio Gonzagão.

Seu Onildo tem em suas memórias episódios que vivenciou no Rio de Janeiro, quando por diversas vezes se hospedou na residência do parceiro famoso.  Um deles é de uma polêmica danada, quando o Brasil viu a primeira edição do Rock in Rio, em 1985, e ele diz ao amigo “Lua” que assistirá o evento de música internacional. Seu Luiz reprovou de primeira.  Um homem nordestino, fazedor de forró, tem nada a ver com essa música dos cabeludos do rock, ainda por cima cantando inglês? Onde já se viu isso? Oxeeeee!   

Apesar da opinião contrária do amigo, Onildo foi, assistiu, e na volta produziu um novo disco, com música sobre a fusão do forró com o rock, criando inclusive um novo verbete: forrock!

São páginas da sua memória com conteúdos dessa natureza que formataram a identidade artística desse homem, ao qual foi confiada a missão de compor, criar, reproduzir, ensinar e multiplicar os valores na cultura nordestina, brasileira e universal.

Muitos conteúdos e memória fértil, ofertados para ser explanados a partir desse momento, nessa infinita descoberta que se descortina para pessoas que, assim como eu, são operários incansáveis da cultura e educação. 

Vida longa ao Onildo Almeida, guardião e senhor  da cultura brasileira.

Fonte:  Professor José Urbano
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