COMPOSITOR ONILDO ALMEIDA COMPLETA 90 ANOS, INSPIRA NOVAS GERAÇÕES E DIZ GANHEI O MUNDO SEM SAIR DE CARUARU

Nascido em Caruaru, no dia 13 de agosto de 1928, o compositor Onildo Almeida completa 90 anos de idade nesta segunda-feira e orgulha-se em dizer que é filho da Capital do Agreste. Músicas do caruaruense ganharam destaque e já foram tocadas em diversos países, como Inglaterra, Portugal, Espanha, Suécia, Itália, Estados Unidos, Rússia e até a antiga Tchecoslováquia. Sobre essa conquista, Onildo afirma: "Eu ganhei o mundo sem sair de Caruaru".

Filho de José Francisco de Almeida e Flora Camila de Almeida, Onildo teve o apoio dos pais para seguir no caminho da música. Ainda adolescente, o compositor fez parte de grupos musicais locais, mas foi ao ingressar no rádio que ganhou notoriedade.

Ao longo da vida, o artista sempre buscou entoar nos versos de suas composições o nome da cidade natal. Uma das maiores obras dele, se não a maior, "A Feira de Caruaru", fala desde coisas comuns às mais inusitadas que são vendidas no local até os dias atuais. Na entrada da feira, que é patrimônio cultural imaterial do Brasil desde 2007, há uma estátua em homenagem ao compositor.

A canção completou 61 anos em 21 de março deste ano. No aniversário de 60 anos da obra, Onildo falou ao G1 que a ideia de fazer uma música para homenagear a Feira de Caruaru surgiu após ele perceber que no local existiam produtos que não eram característicos de uma feira de rua.

"Me chamou atenção para algumas coisas. Principalmente o que não é de feira, como barraca de miudezas, anéis, bordados, fita, elástico. Feira é banana, laranja, manga, batata, doce... Tive a sorte de escolher a rima em 'u', mas eu encontrei poucas palavras com a terminação em u. No fim, consegui fazer", ressalta.

Foi na rádio em que trabalhava que Onildo conheceu e se tornou amigo de Gonzagão. O pernambucano de Exu foi um dos maiores divulgadores do trabalho do caruaruense. Luiz Gonzaga gravou "A Feira de Caruaru" em 1957. O LP teve 100 mil cópias vendidas em dois meses. A marca fez com que o Rei do Baião conquistasse o primeiro disco de ouro da carreira.

Mesmo quase 70 após o início da carreira, o caruaruense continua inspirando gerações de artistas do estado de Pernambuco. Um exemplo é o trio de forró pé-de-serra As Fulô, criado em 2009 e formado só por mulheres.

Ao G1, a cantora e sanfoneira Verônica, integrante do trio, contou de qual forma Onildo influenciou o grupo. "Como tabalhamos no repertório as raízes e a cultura caruaruense, nada melhor do que Onildo Almeida para expressar toda essa nossa musicalidade. Onildo fala de tudo que o Sertão, que o Agreste e que Caruaru têm", destaca.

"Hora do Adeus", última música escrita por Onildo especialmente para Luiz Gonzaga, faz parte do repertório do trio e a sanfoneira conta o porquê: "É uma música que retrata todo o valor, a grandeza e a humildade de Luiz Gonzaga. Assim como Onildo, Gonzaga foi muito generoso. Ele deixou um grande legado para nós".

Sobre "Hora do Adeus", o compositor já falou ao G1 que Gonzagão chorou ao ouvir a música pela primeira vez. Para Onildo Almeida, a canção é uma das principais obras dele porque conta a história de Gonzaga do começo.

De acordo com a zabumbeira do trio, Conceição Gadelha, a relação do grupo com o compositor vai além do universo artístico. "Onildo sempre nos recebeu na casa dele, cedeu músicas. Ele é um homem muito generoso", fala.

Fonte: Joalline Nascimento, Mavian Barbosa e Anderson Melo, G1 Caruaru e TV Asa Branca
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