FLÁVIO LEANDRO, OS CHEIROS, CAFÉ, SONS, CORES E TONS DA MÚSICA UNIVERSAL

O professor paraibano, radicado no Rio de Janeiro, doutor em ciência da literatura Aderaldo Luciano, sempre lembra que Luiz Gonzaga foi pedra angular, referência -mor do forró, mas o Rei do Baião, não trilhava sozinho. Havia por trás de si, uma constelação de compositores, músicos, além de profícuos conhecedores do seu trabalho, amigos talhados de sol, nascidos do barro vermelho, com almas tatuadas por xique-xiques e mandacarus.

Em meio ao sertão neste final de semana o cantor e compositor Flávio Leandro, na imensa humildade, grandeza de conhecimento da alma humana e suor do trabalho, energia que preenche vazios em cada silêncio mostrou o quanto Luiz Gonzaga revolucionou a música e o sentimento da cultura e universo.

Na companhia da amizade de Italo Lino e o sanfoneiro Flávio Baião visitamos Exu, Pernambuco, terra do Rei do Baião Luiz Gonzaga e logo após a Missa da Saudade 29 anos ausência de Luiz Gonzaga e da gravação DVD na Casa do Rei, fomos a Bodocó, no Reino Encantado da Poesia Palavra, lá o nosso café/almoço  Alimento mais sublime, a educação, foi compartilhado no lar Febo com Flávio Leandro.

No sábado, preciso contar os elos estradas do bom pensamento: estivemos na Fazenda Ipueira, caminho que leva até a Fazenda Araripe. Ali mora "Seu Zé". Aprendi que origem da Palavra Humaytá é indígena significa pedra preta. Humaitá é o nome de uma batalha fluvial ocorrida em 1868, no rio Paraguai entre forças brasileiras e paraguaias. Esta batalha visava destruir a fortaleza de Humaitá que impedia a passagem da esquadra brasileira para chegar à Assunção atual capital do Paraguai. A vitória foi da esquadra brasileira.

"Fio da Peste Flávio Baião seja bem-vindo". A voz e abraço do compositor e empresário Luiz do Humaitá. Luiz é um gaúcho. Apaixonado e sensível ás coisas boas do nordeste. Pegou um violão e debulhou um rosário de boas músicas. Nestas bandas ele já colheu vários frutos, em deles o CD Luiz do Humaytá Avulso. Trabalho magnifico e destaque para a música  Chuva no Sertão (Luiz do Humaytá, Maurissio Santti e Elisangela Saraiva) e Chuva de Honestidade (Flávio Leandro). No cd a sanfona de Cicinho de Assis e Targino Gondim.

Todo este sentimento retrata o diálogo reflexão do átomo que "o Nordeste continuaria existindo caso Luiz Gonzaga não tivesse aterrissado por aqui há cento e seis anos. Teria a mesma paisagem, os mesmos problemas. Seria o mesmo complexo de gentes e regiões. Comportaria os mesmos cenários de pedras e areias, plantas e rios, mares e florestas, caatingas e sertões.

Mas faltaria muito para adornar-lhe a alma. Sem Gonzaga quase seríamos sonâmbulos. Ele, mais que ninguém, brindou-nos com uma moldura indelével, uma corrente sonora diferente, recheada de suspiros, ritmos coronários, estalidos metálicos. 

Luiz Gonzaga plantou a sanfona entre nós, estampou a zabumba em nossos corpos, trancafiou-nos dentro de um triângulo e imortalizou-nos no registro de sua voz. Dentro do seu matulão convivemos, bichos e coisas, aves e paisagens. Pela manhã, do seu chapéu, saltaram galos anunciando o dia, sabiás acalentando as horas, acauãs premeditando as tristezas, assuns-pretos assobiando as dores, vens-vens prenunciando amores.

O seu peito abrigava o canto dolente e retorno dos vaqueiros mortos e a pabulagem dos boiadeiros vivos. As ladainhas e os benditos aninhavam-se por ali e aqui buscando eternidade". 

A música eleva a Alma.

E assim é nosso Nordeste, Bodocó Exu, Rio Grande do Sul, Sul Sudeste, Bahia Europa e Pernambuco...de mala e cuia de uma Amizade conversa sincera na Paz do Sertão.
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