BANDA CABAÇAL IRMÃOS ANICETO E A FALTA DE POLÍTICAS PÚBLICAS E VALORIZAÇÃO CULTURAL

"Deus era um tocador de pife e foi soprando nele, num pife feito de taboca, que deu vida ao Homem com seu sopro fiel". (Aderaldo Luciano)

A Banda Cabaçal Irmãos Aniceto completou este ano 210 anos de criação e tradição cultural. Por Decreto de Lei, a Banda é reconhecida como Patrimônio da Cultura Imaterial do Crato. O grupo já chegou a gravar quatro discos. O jornalista e colaborador da REDEGN, diz que falta um empenho maior das autoridades promoverem política públicas para garantir a valorização de um dos maiores patrimônios da cultura que é a Banda Cabaçal Irmãos Aniceto.    

A banda Cabaçal Irmãos Aniceto é histórico e foi fundado no século XIX, na cidade do Crato, Ceará, por José Lourenço da Silva, conhecido como José Aniceto. “Aniceto era descendente dos povos originários Kariri e trouxe elementos da cultura indígena e sertaneja para a música e dança.

A Banda Cabaçal dos Irmãos Aniceto, conforme o memorialista do Crato, Huberto Cabral, é uma das mais divulgadas do Cariri no exterior, já tendo percorrido Portugal, Espanha, França e, no segundo semestre, estará na Turquia, para participar de um festival na região da Capadócia, além de já ter passado por diversos estados brasileiros.

A Banda Cabaçal dos Irmãos Aniceto já se apresentou ao lado de importantes nomes da música brasileira, como o multi-instrumentista Hermeto Paschoal e o conjunto Quinteto Violado. Também participou de diversos filmes e documentários para a TV, durante sua trajetória artística.

O Mestre Adriano Aniceto, durante entrevista a REDEGN, destaca a trajetória que vem de várias gerações. Ele enaltece que a Banda nasceu na roça. “Na roça a gente ouve os pássaros, os bichos e levamos esses sons da natureza para nossa música”, disse Adriano.

Em agosto de 2019, foi inaugurado o Museu Orgânico, Casa do Mestre Raimundo Aniceto, cujas portas estão abertas à visitação do público com o intuito de valorizar a história do grupo e os instrumentos artesanais.

Na passagem pela terra, Raimundo Aniceto foi um Homem forte e dedicado às suas origens, Mestre Raimundo Aniceto, que nos deixou, em viagem ao Sertão da Eternidade, fez da sua morada e da sua história um palco “vivo” da cultura popular em toda a região. Mas seu legado continua, como sempre foi e como deve ser. “É por isso que a gente vem, com a maior alegria, representando nosso Ceará e nossa cultura. Enquanto existir os Irmãos Aniceto, o folclore não se acaba no Brasil”, afirma Adriano Aniceto.

Mestre Adriano, diz que a Banda Cabaçal Irmãos Aniceto segue viva. "Todos que fizeram parte da banda, eles tinham espíritos livres, gostavam muito de cantar, além de tocar e dançar. Cumpriram de verdade suas missões, deixando um legado muito bonito e abençoado que jamais será esquecido".


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