GERALDO AZEVEDO COMPLETA 77 ANOS E FAZ SAUDAÇÃO AO RIO SÃO FRANCISCO

Geraldo Azevedo nasceu em Petrolina, interior de Pernambuco, no dia 11 de janeiro de 1945. O garoto cresceu às margens do Rio São Francisco e, desde cedo, se interessou pela música, com o incentivo da mãe, professora que promovia eventos culturais na cidade, e do pai, que foi quem lhe deu o primeiro violão. Rapidamente, Geraldo começou a se apresentar nas rádios da cidade, até que se muda para Recife, para se preparar para a faculdade de arquitetura. 

Na capital, funda o grupo Construção com Naná Vasconcelos, Teca Calazans e Paulo Guimarães, se apresentando em universidades e festivais culturais. Em 1966, Geraldo Azevedo estreia oficialmente como compositor, quando Teca grava “Aquela Rosa”, parceria com Carlos Fernando inscrita no Festival de Música Popular do Nordeste. A partir daí, passa a acompanhar a cantora Eliana Pittman e se muda para o Rio de Janeiro, onde conhece Alceu Valença. 

Os dois pernambucanos logo se tornam amigos e gravam, juntos, o primeiro disco. “Quadrafônico” é lançado em 1972. Na sequência, cada um parte para a carreira-solo, mas mantém a parceria que resulta em músicas de sucesso como “Caravana” e “Táxi Lunar”, esta última com a participação de Zé Ramalho na composição. Entre os maiores sucessos da carreira de Geraldo Azevedo estão músicas como “Dona da Minha Cabeça”, “Dia Branco” e “Moça Bonita”. E, atualmente, leva ao palco um projeto musical em parceria com Chico César. 

“Fui para o Rio de Janeiro por conta de uma peça de teatro que foi selecionada para o Festival Universitário. No dia da nossa estreia, os diretores do Teatro Opinião estavam presentes e me convidaram para trabalhar na peça do Plínio”, conta Teca Calazans. 

Posteriormente, ela atuaria em programas da TV Globo, até assumir, em 1983, o comando do semanário “Forró”, na Televisão Educativa, a convite do compositor Fernando Lobo, em substituição a Carmélia Alves. 

A tônica era o imenso e diversificado caldo rítmico do Nordeste. Teca não poderia estar mais em casa e à vontade. Na capital carioca, a estadia foi rápida. Ela tinha na praça um compacto simples com uma adaptação dela própria e uma marcha de Geraldo Azevedo e Carlos Fernando, “Aquela Rosa”. 

No ano de 2017, a Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf) e a Universidade de Pernambuco (UPE) concederam o título de Doutor Honoris Causa ao compositor e músico petrolinense, Geraldo Azevedo. 

No época durante o 3º Congresso Internacional do Livro, Leitura e Literatura no Sertão (Clisertão), foi lançado o livro-homenagem do músico, intitulado “Um Geral-do Brasil: Histórias de Um Menino Ribeirinho”, organizado pelo professor da Universidade do Estado da Bahia (UNEB), doutor Juracy Marques, com a participação dos jornalistas Edilane Ferreira, Jota Menezes e Emanuel Andrade, assim como dos professores Joelma Conceição Reis e Ricardo Bitencourt.

“Ao narrar histórias sobre Geraldo, estamos tratando, igualmente, da história social e cultural da sua terra natal e do nosso país. Estamos, na verdade, apresentando um ‘Geral-do Brasil”, disse Juracy.

Geraldo Azevedo é defensor do Rio São Francisco: “As pessoas não acreditam que o planeta pode mudar, as iniciativas de revitalização são todas muito tímidas, enquanto o desmatamento, a poluição e os maus tratos são contínuos”, desabafa. 

As águas doces do Rio São Francisco são saudadas por Geraldo Azevedo no espetáculo “Salve São Francisco”, que rendeu disco e DVD com as participações de Maria Bethânia, Ivete Sangalo, Djavan, Moraes Moreira e Fernanda Takai, que canta com o anfitrião “Opara”, nome de origem indígena. 

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