SIVUQUIANDO: CANTOR E COMPOSITOR BETO MIRANDA PRESTA HOMENAGEM AO SANFONEIRO SIVUCA

Em 1951, com apenas 20 anos de idade, o sanfoneiro Severino Dias de Oliveira, o popular Sivuca, gravou seus primeiros discos de 78 rotações. Entre essas gravações iniciais, estava sua endiabrada versão em para o “Frevo dos Vassourinhas” (Mathias da Rocha), um dos temas mais conhecidos do ritmo pernambucano. 

Em seus mais 50 anos de carreira, o saudoso Sivuca passeou com desenvoltura por diversos estilos musicais, do forró ao jazz, do choro à bossa nova, mas sem jamais relegar o frevo, influência direta de Recife em sua formação profissional. Prova disso são os 4 volumes da série Forró e Frevo, lançados pelo músico paraibano na década de 80. 

70 anos após a gravação de seu primeiro frevo, o Maestro da Sanfona não poderia receber homenagem mais adequada por parte do poeta, cantor e compositor paraibano Beto Miranda, que criou “Sivuquiando”, música instrumental à altura do homenageado, mestre em executar frevos sanfonados. Para interpretar “Sivuquiando”, Beto escalou uma verdadeira seleção de músicos que teve ligação pessoal e profissional com Sivuca: o Maestro Chiquito, lenda viva da música paraibana, conduzindo a Orquestra Metalúrgica Filipeia; no solo de sax, o também Maestro Spok, um dos maiores nomes do ritmo na atualidade; e na sanfona, o talentoso Beto Hortis, o “Filho de Camaragibe”.

A música chega às plataformas digitais no dia 07 de janeiro e também está inserida em um projeto de Beto Miranda para lançamento de um Cd físico, juntamente com outras canções autorais. 2022 está apenas iniciando, e que ele transcorra com a mesma alegria e energia de “Sivuquiando”!

BETO MIRANDA: A Paraíba é terra de grandes poetas e músicos. Todas as regiões do estado, do litoral ao sertão, do brejo ao cariri, possuem férteis representantes da cultura nordestina produzindo poesias, cordéis e músicas que orgulham nosso povo. 

E seguindo a trilha demarcada por esses mestres, surgem ao público, ano a ano, novos nomes para engrandecer o time.  Um desses é o poeta Beto Miranda, que fez sua estreia como compositor e cantor em “Oceano de Carinho”, um trabalho cheio de sentimentos, gerado em meio às dificuldades impostas pela pandemia de covid-19. Algo de que a inquietude dos poetas é capaz.

“Oceano de Carinho” não é um álbum que surge por acaso. Nascido em Mamanguape/Paraíba, Beto Miranda possui convívio no meio musical há bastante tempo, inclusive com várias canções já compostas e que somente agora foram gravadas. Desde cedo influenciado pelo bom gosto musical de seus pais, Sr. Miranda e Dona Ednalva, sanfoneira, e consequentemente pelas interpretações de artistas nordestinos que escutava na coleção de vinis de seu pai, Beto se manteve fiel ao tradicional forró consagrado por esses ícones, sem modismos, construindo um disco com cara e sotaque nordestinos.

 As participações especiais de Targino Gondim, Irah Caldeira, Luizinho Calixto, Luizinho de Serra, Deda Silva (ex-Os 3 do Nordeste e atual Forró D2) e Nonato Lima chancelam e ratificam ainda mais a qualidade do trabalho. 

Com um instrumental formado por sanfona, fole de 8 baixos, triângulo, cavaquinho e zabumba, “Oceano de Carinho” nos mostra que renovar o forró não significa reinventar a sua essência. E como registrou o compositor Accioly Neto, “toda caminhada começa no primeiro passo”. Que este disco marque o início de uma longa e frutífera trajetória musical de Beto Miranda!

Érico Sátiro-Pesquisador Musical



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