PEDRO BANDEIRA POETA CANTADOR DE VIOLA SERÁ HOMENAGEADO NOS 50 ANOS DA MISSA DO VAQUEIRO DE SERRITA

A Missa do Vaqueiro realizada no Sítio Lajes, na cidade de Serrita, Pernambuco completa este ano meio século. Ano passado 2019 foi celebrado 30 anos de morte do Padre João Câncio, ele juntamente com Luiz Gonzaga e o poeta Pedro Bandeira idealizaram e criaram a Missa do Vaqueiro de Serrita.

Este ano os organizadores da Missa do Vaqueiro de Serrita divulgaram os homenageados da edição especial em comemoração aos 50 anos do evento, que ocorre em julho: o vaqueiro Júlio Duqueira e o poeta violeiro Pedro Bandeira, único fundador da festividade vivo.

Pedro Bandeira ajudou padre João Câncio e Luiz Gonzaga a criar a Missa do Vaqueiro em Serrita em 1970, lançando um grito por justiça social no Sertão nordestino. Já o vaqueiro Júlio Duqueira sempre foi fiel ao padre, auxiliando no projeto de execução do evento.

Todos os anos o poeta e o vaqueiro participam da celebração no Parque Nacional do Vaqueiro.

Serrita, Pernambuco, está localizado próximo a Exu, terra onde nasceu Luiz Gonzaga, ali no sítio Lages, um primo do Rei do Baião, no ano de 1951, Raimundo Jacó, homem simples, sertanejo autêntico, tendo por roupa gibão, chapéu de couro tombou assassinado.

Logo os amigos abalados pela atrocidade criam a Missa do Vaqueiro. Luiz Gonzaga, Pedro Bandeira, João Cancio e João Bandeira usam a música para advertir sobre a natureza subversiva de um crime: desigualdade social, injustiça social.

Com a poesia do compositor Janduhy Finizola ao gosto do estilo e do povo desde 1971 é cantada a Missa do Vaqueiro, ato de Fé e Memória de Raimundo Jacó. Homenagem a todos vaqueiros que ocorre sempre no terceiro sábado do mês de julho.

Serrita durante um final de semana torna-se a Capital do Vaqueiro. Forró e uma gastronomia ao sabor do milho, umbuzada, queijo e carne de sol. Aproveito e saboreio uma lapada de cachaça com caju antes da missa iniciar.

Serrita enche os olhos e coração de alegria e reflexões. O poeta cantador de Viola se faz presente ao evento e o peso dos seus mais de 80 anos ilumina com uma mágica leveza rimas e versos nos improvisos da inteligência. Vaqueiros e suas mãos calejadas, rostos enrugados pelo sol iluminam almas.

Em Serrita ouvimos sanfonas tocando alto o forró e o baião. Corpo e espírito ali em comunhão. A música do Quinteto Violado é fonte de emoção. A presença de Jesus Cristo está no pão, cuscuz, rapadura e queijo repartidos/divididos na liturgia da palavras.

Emoção! Forte Emoção é que sinto na Missa do Vaqueiro ao ouvir sanfona e violeiros: “Quarta, quinta e sexta-feira/sábado terceiro de julho/Carro de boi e poeira/cerca, aveloz, pedregulho/Só quando o domingo passa/É que volta os viajantes aos seu locais primitivos/Deixa no caminho torto/ o chão de um vaqueiro morto úmido com lágrimas dos vivos.

Assim eu vi é assim que conto...
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