CHICO BUARQUE DE HOLLANDA. PAI AFASTA DE MIM ESTE CÁLICE, TANTA FORÇA BRUTA E O ATUAL DESUMANO GOVERNO

No dia 19 de Junho de 1944 nasce na Cidade Maravilhosa um dos maiores cantores e compositores da Música Popular Brasileira, Francisco Buarque de Hollanda. (CHICO Buarque, 2014)

Em 1946, Chico, com apenas 2 anos de idade, vais com a família para São Paulo, após o pai, Sérgio Buarque de Hollanda, sociólogo e historiador, é nomeado Diretor do Museu do Ipiranga. (CHICO Buarque, 2014)

Chico Buarque começa a mostra seu interesse pela música com 5 anos, quando cria um álbum com fotografias recortadas de jornais de cantores do rádio. Quando completa 9 anos sua família se muda para Roma, na Itália, e Chico se despede da avó que fica no Brasil de forma convincente: “Vovó, você está muito velha e quando eu voltar eu não vou ver você mais, mas eu vou ser cantor de rádio e você poderá ligar o rádio do Céu, se sentir saudades”. No mesmo ano já compõe sua primeira marchinha de carnaval. Um dos primeiros incentivadores de Chico foi Vinicius de Morais, amigo de sua família e que se tornaria seu grande amigo e parceiro. (CHICO…, Op Cit.)

Em 1957 a família Buarque Hollanda retorna ao Brasil e 6 anos mais tarde Chico Buarque deu asas ao sonho da avó materna quando entra para a FAU – Faculdade de Arquitetura e Urbanismo de São Paulo, que largou 3 anos depois do ingresso por causa da repressão que as universidades sofriam desde 1964, o inicio da Ditadura Militar no Brasil. (CHICO…, Op Cit.)

Considerado o marco zero de sua carreira, Chico apresentou-se pela primeira vez em um palco em 1964, em um show no Colégio Santa Cruz, com a música “Tem Mais Samba”, feita sob encomenda para o festival Balanço de Orfeu. (CHICO…, Op Cit.)

No inicio de sua carreira, em 1966, a canção “Tamandaré”, do disco Chico Buarque de Hollanda, gravado pela RGE no Rio de Janeiro, foi proibida após seis meses em cartaz no show “Meu Refrão” com Odete Lara e MPB-4, por ter frases ofensivas ao patrono da marinha, Almirante Joaquim Marques Lisboa. (CHICO…, Op Cit.)

“‘Seu Marquês’, ‘Seu’ Almirante/   Do semblante meio contrariado/  Que fazes parado/  No meio dessa nota de um cruzeiro rasgado/   ‘Seu Marquês’, ‘Seu’ Almirante/  Sei que antigamente era bem diferente/  Desculpe a liberdade/   E o samba sem maldade/ Deste Zé qualquer/ Perdão Marquês de Tamandaré” (HOLLANDA, 1966).

Figura 5 – Capa do primeiro LP de Chico Buarque (Fonte: Chico Buarque)

Em 1968 estudantes, artistas e intelectuais param a cidade do Rio de Janeiro para a Passeata dos Cem Mil, onde protestavam contra a Ditadura Militar. (PASSEATA dos Cem Mil, 2014)

Figura 6 – Chico Buarque na Passeata dos Cem Mil (Fonte: Jornalismo Educativo)

Em 1968 foi decretado o AI-5, onde uma de suas determinações era a censura sobre várias formas de cultura, e é então quando Chico Buarque foi exilado na Itália. (AI-5 o que é…, 2014)

”Eu saí do Brasil dia 2 de Janeiro de 69, o AI-5 foi 13 de Dezembro de 68, foi quando fechou tudo, teve a censura, os jornais, a prisão de uma porção de gente. Alguns dias entre o AI-5 e a minha partida, a gente não tinha muita noticia de nada, havia uma boataria solta. A gente se encontrava nos bares e a tal, fulano foi preso, fulano não foi. Eu fui detido de manhã pelos soldados lá pelo dia 20 de Dezembro, passei um dia no quartel e me soltaram, mas me deixaram com a recomendação de não deixar a cidade do Rio de Janeiro sem uma autorização expressa de um coronel, e tinha o telefone do Coronel Atila Moura Sales para consulta-lo para isso, e eu tinha marcado uma viagem para Cannes, um festival, e o lançamento de um Disco em Roma, então pedi essa autorização e ela foi dada. Fui para Cannes e em seguida fui para Roma com a intensão de ficar o tempo que durasse tudo, uma semana, quinze dias, no máximo. Recebendo as noticias de que estava acontecendo cada vez mais coisas esquisitas no Brasil, eu fui aconselhado a não voltar. Em determinado momento eu tive que tomar essa decisão. Eu com Marieta, minha mulher e tal. Como é que faz? Com nossa filha, ou nosso filho? Eu não sabia. ‘Vamos ficar aqui’. Não   havia mais segurança para eu voltar para o Brasil.” (CHICO, 2010).

Escrita por Chico Buarque de Hollanda no fim de 1967, e sob direção de José Celso Martinez Correa, a peça Roda Viva foi ferozmente censurada pelo censor Mario Russomano em 1968. (BIS! …, 2013)

A peça conta a história de um famoso cantor que toca de nome para agradar seus fãs. O personagem principal é uma figura pública manipulada pela indústria fonográfica trazendo uma reflexão sobre o consumo da sociedade. (BIS!…, Op Cit.)

Em carta, o referido censor mostra que, por determinação da Chefe da Censura Federal em São Paulo, foi, no dia 21 de Junho, assistir à peça e a considerou “de fato degradante e de certo modo até subversivo”. Mesmo que de forma impropriada e anti-ética, o censor demonstra sua opinião na carta no momento em que chama Chico Buarque de “seria um débil mental?” informando que este escreveu uma peça que fere a formação moral e a religião do espectador. O censor relata também as as falas dos personagens como “expressões pornográficas” e severas críticas feitas à política do país de modo inteligente a induzir o espectador a concordar com estas. (AÇÃO dos aparecidos…, 2011)

Figura 7 – Carta de censura à peça “Roda Viva” de Chico Buarque de Hollanda (Fonte: Os Aparecidos Políticos)

Em 1970, quando Chico retorna ao Brasil, envia a música “Apesar de Você” para a provação da censura, contando com que fosse vetada, mas para sua surpresa a canção foi liberada e gravada imediatamente. Após a venda de 100 mil cópias e se tornado um grande sucesso, um jornal comentou que a canção referia-se ao presidente Médici. O exercito brasileiro invadiu a fábrica da Philips recolhendo e destruindo todas as cópias do disco, apesar de terem se esquecido da matriz, que permaneceu intacta. (CHICO Buarque, 2014; A MÚSICA brasileira…, 2011)

Após a censura da peça “Calabar, ou o Elogio à Traição”, escrita em parceria com Ruy Guerra, Chico deu o nome “Calabar” ao seu novo disco de 1973, com a imagem do nome pichado em um muro na capa. Os censores acharam que a palavra pichada trazia um significado subversivo, e a censuraram também. (O CASO Calabar, 2014; MARCO da censura…, 2013; A MÚSICA brasileira…, 2011)

Figura 8 – Capa do Disco Calabar de Chico Buarque (Fonte: Por Todo Canto Livros)

Como forma de protesto, Chico Buarque trocou a capa por uma imagem totalmente em branco, sem nenhum escrito. Como o álbum trazia as canções da peça vetada, a grande maioria, escritas com Ruy Guerra, foram proibidas:

>> “Vence na Vida Quem Diz Sim: teve a letra totalmente censurada, e foi gravada apenas com o instrumental”;

>> “Ana de Amsterdam: teve vários trechos vetados”;

>> “Não Existe pecado Ao Sul do Equador: foi vetada, mas fez sucesso na voz de Ney Mato Grosso quando se tornou tema da novela global ‘Pecado Rasgado’, onde o verso ‘Vamos fazer um pecado safado debaixo do meu cobertor’, foi substituído por ‘Vamos fazer um pecado rasgado, suado, a todo vapor’“;

>> “Fado Tropical: teve versos declamados por Ruy Guerra proibidos”;

>> “Bárbara: teve a palavra ‘duas’, que se referia às personagens Ana de Amsterdam e Bárbara, cortada por sugerir a homossexualidade”. (A MÚSICA brasileira…, 2011)

Com tanto vetos, proibições e uma capa em branco, o disco “Calabar” foi um fracasso de vendas. A Philips recolheu todas as cópias e as relançou com uma imagem do artista na capa e o título de “Chico Canta”. (A MÚSICA…, Op Cit.)

Também em 1973, Chico lançou a música Cálice, em parceria com Gilberto Gil, onde, de forma metafórica, expressa claramente sua opinião sobre a repressão e os atos da Ditadura Militar, o sofrimento, a indignação e a discordância daquilo tudo. (A MÚSICA…, Op Cit.)

“Pai, afasta de mim esse cálice/ Pai, afasta de mim esse cálice/ Pai, afasta de mim esse cálice/ De vinho tinto de sangue/ Como beber dessa bebida amarga/ Tragar a dor, engolir a labuta/ Mesmo calada a boca, resta o peito/ Silêncio na cidade não se escuta/ De que me vale ser filho da santa/ Melhor seria ser filho da outra/ Outra realidade menos morta/ Tanta mentira, tanta força bruta/ […] Como é difícil acordar calado/ Se na calada da noite eu me dano/ Quero lançar um grito desumano/ Que é uma maneira de ser escutado/ Esse silêncio todo me atordoa/ Atordoado eu permaneço atento/ Na arquibancada pra a qualquer momento/ Ver emergir o monstro da lagoa/ […] De muito gorda a porca já não anda/ De muito usada a faca já não corta/ Como é difícil, pai, abrir a porta/ Essa palavra presa na garganta/ Esse pileque homérico no mundo/ De que adianta ter boa vontade/ Mesmo calado o peito, resta a cuca/ Dos bêbados do centro da cidade/ […] Talvez o mundo não seja pequeno/ Nem seja a vida um fato consumado/ Quero inventar o meu próprio pecado/ Quero morrer do meu próprio veneno/ Quero perder de vez tua cabeça/ Minha cabeça perder teu juízo/ Quero cheirar fumaça de óleo diesel/ Me embriagar até que alguém me esqueça”  (HOLLANDA; GIL, 1973).

Chico Buarque e Gilberto Gil tiveram muito cuidado na hora de escrever Cálice., queriam de qualquer forma levar à população o que passavam dia a dia com a repressão dos militares, todo o sofrimento de ter que fugir para outro país, não poder falar o que queriam e, principalmente, alertar a população do que estava acontecendo no Brasil. Desta forma, por ser uma canção um tanto quanto complexa, “deciframos” cada verso, visando mostrar detalhadamente e de forma clara a ser entendida a mensagem passada pelos maiores compositores da MPB. Uma análise de discurso foi feita segundo o autor José Luíz Fiorin, para explicar as figuras de discurso.

A temática geral da música aborda os assuntos como liberdade, opressão, ditadura; já o plano de leitura é o modo de ler o texto, indicado pela recorrência de traços semânticos, que estabelecem a permanência de um efeito de sentido no discurso. O diálogo estabelecido na música é o interdiscursivo, onde “podemos descrever o acesso, pelo discurso em análise, a outros discursos presentes no contexto e no senso comum, numa espécie de diálogo, que confirma ou contradiz ideologicamente esse outro discurso.” (Fiorin, p. 26-27)

O sentido conotado é uma relação mútua entre duas coisas, um sentido secundário que se soma aos significados das palavras. São valores acrescidos, secundários, periféricos, que vêm implantar novos conteúdos aos signos da denotação.

A metáfora é um recurso conotado, que se apresenta como a substituição de palavra, por analogia, como uma comparação. É a transferência de uma palavra para outro plano de leitura, que não é o mesmo em que ela se encontra.

Por fim, o sentido explícito é de senso comum, de fácil entendimento, não deixa dúvidas. E o sentido implícito é o que fica nas entrelinhas, sendo necessário um conhecimento mais específico. (FIORIN, 2011)

Pai, afasta de mim esse cálice

Cálice, um diálogo interdiscursivo que, implicitamente, significa cale-se, se referindo á censura. Faz analogia, de modo implícito, entre a Paixão de Cristo – a agonia de Jesus (pai) no calvário – e o sofrimento vivido pela população durante o regime autoritário.

De vinho tinto de sangue

Na bíblia seria o sangue de Cristo; na música refere-se, num recurso metafórico, ao sangue das vítimas torturadas e desaparecidas durante a ditadura. Como beber dessa bebida amarga. Dificuldade de aceitar um quadro social onde a oposição é combatida de modo desumano, numa associação conotada com o gosto de uma bebida amarga.

Tragar a dor, engolir a labuta

Tragar a dor indica a imposição de uma situação de autoritarismo e violência física e moral. Engolir a labuta remete a ter que viver numa condição que não permite o direito de expressão dos trabalhadores.

Mesmo calada a boca, resta o peito

A expressão calada a boca confirma o sentido conotado de cálice (cale-se). Peito: coração, sentimento. Por resta compreende-se o tema da resistência, que indica esperança de mudança, inconformismo.

Silêncio na cidade não se escuta

As pessoas não se expressam, não podem se manifestar.

De que me vale ser filho da santa

Melhor seria ser filho da outra

As frases parecem referir-se, de modo conotado, à oposição boa conduta x má conduta, ou lícito x ilícito, indicando o plano de leitura da revolta.

Outra realidade menos morta

Morta é uma conotação que indica, considerando o contexto da época,  uma realidade onde as condições estão em disjunção com os significados possíveis de “vida”, entre eles a igualdade de direitos, a democracia, a expressão, etc.

Tanta mentira, tanta força bruta

A frase reforça, na repetição de tanta, os temas da desconfiança e da violência.

Como é difícil acordar calado

Se na calada da noite eu me dano

Num jogo com as palavras calado/calada, as frases remetem à dificuldade de aceitar passivamente as imposições do regime, apresentando, de modo subentendido, o tema do autoritarismo (me dano), que impede a expressão do povo.

Quero lançar um grito desumano

Que é uma maneira de ser escutado

Esse silêncio todo me atordoa

As frases tematizam a falta de direito à expressão e criam o sentido de uma voz sufocada, calada à força. Por desumano subentende-se uma crítica à conduta do governo. Atordoa indica a insatisfação com a situação e também pode ser uma referência implícita aos métodos de tortura e repressão usados para extrair a confissão das vítimas.

Atordoado eu permaneço atento

Na arquibancada pra a qualquer momento

Ver emergir o monstro da lagoa

Num plano de leitura do pessimismo, as frases tematizam a espera por uma situação pior, em que monstro da lagoa alude, implicitamente, ao governo militar.

De muito gorda a porca já não anda

De muito usada a faca já não corta

Porca indica a conduta do governo, provavelmente referindo-se, implicitamente, à corrupção (gorda). Faca parece indicar o desgaste de uma conduta que se repete.

Como é difícil, pai, abrir a porta

Essa palavra presa na garganta

Esse pileque homérico no mundo

Em um tom de apelo a Deus, na palavra pai, o discurso tematiza as condições de repressão (porta fechada, palavra presa) e a situação caótica do contexto, associado a um pileque homérico, qualidade que enfatiza a intensidade.

De que adianta ter boa vontade

O discurso indica um plano de leitura da impossibilidade, de “mãos atadas”.

Mesmo calado o peito, resta a cuca

Dos bêbados do centro da cidade

Cuca provavelmente refere-se à parcela mais politizada, não alienada, da população. A comparação com os bêbados repete a referência anterior (pileques homéricos diante do contexto caótico), indicando os temas da repressão (calado) e da resistência (resta a cuca).

Talvez o mundo não seja pequeno

Nem seja a vida um fato consumado

Num plano de leitura da dúvida, que considera a possibilidade da realidade vir a ser diferente, as frases remetem ao tema do inconformismo com a situação vigente.

Quero inventar o meu próprio pecado

Quero morrer do meu próprio veneno

Sentido de autonomia, liberdade.

Quero perder de vez tua cabeça

Minha cabeça perder teu juízo

O trecho remete, possivelmente, à saída do governo militar do poder, na metáfora perder a tua cabeça. Mesmo sentido de perder teu juízo, no sentido de se livrar do julgo, do poder.

Quero cheirar fumaça de óleo diesel

Me embriagar até que alguém me esqueça

O final da música apresenta novamente um tom pessimista, tematizando o esquecimento para suportar/esquecer a realidade.

Apesar de todo o cuidado, os censores identificaram a mensagem que Chico e Gil tentavam passar e a canção foi censurada no mesmo ano, sendo proibida de ser gravada e cantada, tanto por Chico, quanto por Gil, “que desafiou a censura e a cantou em um show para estudantes em homenagem ao estudante de geologia da USP, Alexandre Vanucchi Leme, morto pela Ditadura”. (A MÚSICA brasileira…, 2011)

Já em 1974, Chico foi proibido de gravar canções próprias, então lançou o disco “Sinal Fechado” com canções de outros compositores. Após sofrer uma grande perseguição da Ditadura e de ter tantas canções vetadas, Chico Buarque cria os pseudônimos Julinho da Adelaide e Leonel Paiva. É com Julinho que Chico consegue passar pela censura com músicas de críticas inteligentes nas entrelinhas, como em “Jorge Maravilha”, onde no verso “Você não gosta de mim, mas sua filha gosta”, Chico se refere ao presidente Geisel, quando sua filha Amália Lucy diz em entrevista que admirava as canções de Chico Buarque. (A MÚSICA brasileira…, 2011)

Em 1975 Chico Buarque de Hollanda se despede dos palcos, ficando 9 anos sem subir em um, limitando-se a eventos em beneficio de causas sociais. (CHICO Buarque, 2014)

Engana-se quem pensa que vetos e censuras eram apenas para canções, frases ou palavras que feriam os militares da Ditadura. Os censores proibiam até mesmo simples palavras, observando-as apenas no contexto em que aplicadas, se feriam a moral da população ou não. Um exemplo foi a música “Atrás da Porta” de Chico Buarque e Francis Hime, onde no verso “E me agarrei nos teus cabelos, nos teus pelos”, a palavra ‘pêlo’ teve de ser substituída por peito, umas vez que os censores achavam que a palavra era de caráter indecente. (A MÚSICA brasileira…, 2011)

Em 1978, com o fim da AI-5, Chico Buarque usou e abusou de suas canções censuradas pela Ditadura Militar, gravando “Cálice”, regravou “Apesar de Você”, escreveu novas músicas onde dizia tudo o que pensava sobre o governo, a moral imposta na sociedade, e principalmente o preconceito. Exemplo disso foram as canções “’Folhetim’ que descrevia uma prostituta, o ‘Geni e o Zepelim’ que falava de Genivaldo, um travesti da peça ‘A Ópera do Malandro’ e ‘Não Sonho Mais’, que falava de Eloína, também travesti na peça ‘A República dos assassinos’”. (A MÚSICA…, Op Cit.)

Concluindo este artigo que teve como objetivo mostrar como era a censura às músicas e como estas foram utilizadas na época da ditadura militar, foi possível mostrar sua importância na comunicação, já que com toda a censura não era mostrada a verdadeira realidade à população.

O estudo proposto neste artigo teve o intuito de mostrar como Chico Buarque de Hollanda fazia para alertar a população de demonstrar suas opiniões e indignação com assuntos relacionados com a Ditadura, como a repressão, por exemplo, nos fazendo pensar que, apesar de todos esses 50 anos, a música continua sendo forte ferramenta de comunicação, conscientização e expressão de opinião, uma vez que chega a todas as comunidades e grupos sociais.

Foi feita a análise da canção Cálice, uma composição de Chico Buarque e Gilberto Gil, que diz bastante sobre o que os artistas da época passavam com a repressão dos militares e toda a censura. Chico, assim como vários outros compositores, usaram de uma privilegiada inteligência e dom com as palavras nas canções para criar músicas e versos com duplo sentindo, de forma que não fossem vetados pelos censores com as palavras utilizadas mas levavam suas mensagens à população, tentando mostrar-lhes o que vivam diariamente no governo militar da época. (Observatório da Imprensa)
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