Inscrições do Vestibular da Universidade do Estado da Bahia iniciam na terça-feira 13

Universidade do Estado da Bahia (Uneb), vai abrir inscrições, nesta terça-feira (13), para o Vestibular 2017.2, exclusivamente pela internet, no site da instituição. As inscrições devem ser realizadas até o dia 15 de janeiro de 2017. A taxa é de R$ 70. Estão sendo disponibilizadas 3.185 vagas distribuídas em mais de 112 opções de cursos de graduação presenciais, oferecidas nos campi de Salvador e outras 22 cidades baianas (incluindo Juazeiro), com entrada para o segundo semestre de 2017.

A Uneb reserva 40% das vagas para candidatos negros da rede pública de ensino e 5% para indígenas. As provas estão previstas para serem aplicadas nos dias 23 e 24 de abril. A relação de cursos, quadro de vagas, provas, normas e cronograma da seleção constam no edital do certame (ver retificação no site).

De acordo com o Centro de Processos Seletivos (CPS) da Uneb, as vagas reservadas para 2017.1 (entrada no primeiro semestre de 2017), será realizado exclusivamente através do Sistema de Seleção Unificada (SiSU), do Ministério da Educação (MEC). O quadro de vagas para esse processo é específico e será publicado posteriormente, em divulgação alinhada com a do MEC.

Isenção
Os candidatos que têm interesse em solicitar a isenção do vestibular Uneb 2017 devem se inscrever no site www.vestibular2017.uneb.br entre os dias 13 e 19 de dezembro. O pedido de isenção será efetivado após o pagamento no valor de R$ 5 referente ao custeio operacional e o candidato isento já estará automaticamente inscrito no Processo Seletivo Vestibular. Os interessados devem ter cursado todo o Ensino Fundamental e todo o Ensino Médio ou equivalente, na Rede Pública de Ensino do Estado da Bahia, e esteja cursando a ultima série do Ensino Médio, assim como as séries anteriores, na Rede Pública de Ensino da Bahia em 2016.

O resultado da seleção será divulgado no dia 28 de dezembro, no próprio site. A entrega de documentos comprobatórios – cópia do RG (Carteira de Identidade) e Histórico Escolar para análise e validação das notas – será de 2 a 6 de janeiro de 2017 no DTCS OU DCH (em Juazeiro), das 8h30 às 12h, e das 14h às 17h. A partir do dia 11 de janeiro de 2017 os candidatos que não forem contemplados com a isenção devem imprimir o boleto no valor de R$ 65,00 para integralização do pagamento, referente a R$ 70.
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Huberto Cabral, Luiz Gonzaga, Antonio Vicelmo e a amizade pelo Crato

Luiz Gonzaga tinha grande amizade pelo Crato, Ceará. Quem atesta é o historiador e radialista Huberto Cabral, cratense e um dos estudiosos que mais guardam a memória da região do Cariri. Segundo Cabral, Luiz Gonzaga, ao deixar sua terra natal e fugir para Fortaleza, passou pelo Crato, pegou um trem na estação com destino à Fortaleza, onde serviu no quartel do 23º BC.

Quando menino, seu pai Januário vinha sempre que podia para o Crato onde comercializava seus produtos na feira, principalmente farinha. “O pai de Luiz Gonzaga estava sempre no Crato vendendo a farinha dele, fez amizades aqui e sempre que vinha trazia Luiz Gonzaga e seu irmão”, afirma. Foi nessa época, segundo o jornalista que Luiz Gonzaga certamente aprendeu a gostar do Crato.

Luiz Gonzaga participou de alguns momentos marcantes da História do Crato. Em 1946, por exemplo, ele retorna ao Crato para animar e tocar em leilões da festa de São Francisco. Maçon que era teve vários trabalhos filantrópicos desenvolvidos a favor do bem estar do povo.

Em 1950 Luiz Gonzaga e o Cego Aderaldo do Crato participam da inauguração da TV Tupi, primeira emissora de televisão da América Latina.

Em 1951 Luiz Gonzaga esteve presente à inauguração da Rádio Araripe, primeira emissora de rádio do Interior do Ceará, junto com o pai, Januário, e o irmão, Zé Gonzaga.

No ano de 1959, Luiz Gonzaga participou da inauguração da Rádio Emissora Educadora do Crato, atendendo convite do jornalista Pedro Gonçalves Norões, grande amigo do Rei do Baião.

Luiz Gonzaga participou das festas do centenário do Crato realizando show na Praça da Sé. Em 1974 recebeu o título de cidadão cratense outorgado pela Câmara Municipal em iniciativa do vereador Ivan Veloso.

Em 1987 na Expocrato o presidente da Comissão Gestora, Francisco Henrique Costa, promoveu grande show folclórico na história da exposição numa homenagem a quatro heróis do ciclo do Jumento.

"Pela primeira vez e única vez reuniram-se no palco Luiz Gonzaga, Patativa do Assaré, Padre Antonio Vieira e José Clementino que foram saudados pelo violeiro Pedro bandeira". revela Huberto Cabral.

Todavia o próprio Luiz Gonzaga dizia que o mais importante acontecimento foi a instalação da Universidade do Cariri-Urca. Durante o lançamento da Universidade Luiz Gonzaga anunciou a criação da Fundação Vovo Januário, que beneficiou os estudantes de Exu com transporte gratuito, entre Exu e Crato.

O jornalista Antonio Vicelmo diz que vários amigos e compositores nascido na região do cariri foram parceiros musicais de Luiz Gonzaga. Zé Clementino de Varzea Alegre. Hildelito Parente, Patativa do Assaré, Jose Jathai, que é o compositoe de Eu vou pro Crato. 
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Luiz Gonzaga vive na alma da gente brasileira

Gilberto Amado disse a propósito da morte de sua mãe: "Apagou-se aquela luz no meio de todos nós". Para o Nordeste, e tenho certeza para todo o país, a morte de Luiz Gonzaga foi o apagar de um grande clarão. Mas com seu desaparecimento não cessou de florescer a mensagem que deixou, por meio da poesia, da música e da divulgação da cultura mais brasileira.

Nascido em Exu, no alto sertão de Pernambuco, na chapada do Araripe, na divisa com o Ceará, "arribou" e ganhou o Brasil e o mundo, mas nunca se esqueceu de sua origem. Sua música, a música de Luiz Gonzaga e parceiros compositores é politicamente comprometida com a busca de solução para a questão regional nordestina, com o desafio de um desenvolvimento nacional mais homogêneo, mais orgânico e menos injusto.

Telúrico sem ser provinciano, Luiz Gonzaga sabia manter-se preso às circunstâncias regionais sem perder de vista o universal. Sua sensibilidade para com os problemas sociais, sobretudo nas músicas em parceria com Zé Dantas, era evidente: prenhe de inconformismo, denúncia do abandono a que ainda hoje está sujeito pelo menos um terço da população brasileira, mormente a que vive no chamado semiárido.

Luiz Gonzaga é o responsável pelo que atualmente existe de melhor na música brasileira. A força da voz e a puxada da sanfona presente nas toadas e cantorias tonificou a nossa música, retirando-a do empobrecimento cultural em que se encontrava nos ano 40 e cá prá nós, continua atual nos tempos de hoje de tanta pobreza cultural.

A música de Luiz Gonzaga é o sentido de nossa identidade cultural pois consegue ser genuinamente nacional, posto que de defesa de nossas tradições e evocação de nossos valores.

Luiz Gonzaga interpretou o sofrimento e também as poucas alegrias de nossa gente em ritmos até então desconhecidos, como o baião, o forró, o xaxado, as marchinhas juninas e tantos outros.

Pesquisadores e estudiosos da obra gonzagueana apontam que até hoje por meio da letra da toada "Asa Branca", Luiz Gonzaga continua elevando à condição de epopéia a questão nordestina. Parafraseando Gilberto Freyre, podemos afirmar que "Asa Branca" é o hino do Nordeste: o Nordeste na sua visão mais significativamente dramática, o Nordeste na aguda crise da seca.

Luiz Gonzaga não morreu! Em sua obra Luiz Gonzaga está vivo e vive no sertão, no pampa, na cidade grande, na boca do povo, no gemer da sanfona, no coração e na alma da gente brasileira, pois, como disse Fernando Pessoa, "quem, morrendo, deixa escrito um belo verso, deixou mais ricos os céus e a terra, e mais emotivamente misteriosa a razão de haver estrelas e gente".
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Luiz Nassif: A estrela de Luiz Gonzaga

A geografia musical brasileira tem alguns pólos bem definidos. O hegemônico sai da Bahia e se fixa no Rio de Janeiro a partir dos anos 20, em cima do samba, choro e derivações.

Durante o século 20, aliás, Bahia e Minas forneceram contingentes de músicos fundamentais, mas não chegaram a produzir música típica local -apenas recentemente, a partir do Olodum, a Bahia retomou suas raízes. Há um segundo pólo, de música caipira/sertaneja que se formou no interior de São Paulo e se espraiou pelo Triângulo Mineiro e Goiás.

Um terceiro pólo bem definido é o gaúcho, da música pampeira com influência da Argentina e do Uruguai. Recentemente, cresceu muito o pólo da música pantaneira, com nítida influência da guarânia e da música paraguaia. Persiste, no Pará, a tradição da canção brasileira, herança ainda dos tempos da borracha.

Depois do Rio de Janeiro, o grande pólo da música brasileira é Pernambuco, com duas vertentes muito nítidas. Há uma de Recife/Olinda, com seus frevos orquestrados, cirandas e maracatus, e há a vertente dita nordestina -que abarca o sertão pernambucano e os Estados limítrofes, com destaque para Paraíba e Ceará. E é aí que surge a estrela luminosa de Luiz Gonzaga, o Lula, o grande nome da modernização da música brasileira nos anos 40, ao lado de Dorival Caymmi.

Dito assim, fica meio frio e impessoal. Mas você não sabe o que era Luiz Gonzaga nos anos 50, quando ele explodiu para o Brasil. Ele corria todo o interior, fazendo shows nas praças das cidades em cima de um caminhão, patrocinado por uma multinacional da qual não me recordo o nome.

Não se tratava de um fenômeno restrito às elites intelectuais, aos universitários, aos cultivadores da chamada "boa" música. Cada música lançada percorria todos os estratos sociais. Lembro-me, na farmácia do meu pai, eu, com meus oito anos, sendo provocado pelo Pedro e pelo Antônio (os dois boys) por conta da música "Respeita Januário" (Gonzaga e Humberto Teixeira), homenageando Severino Januário. Januário era também o balconista da Farmácia Central.

No dia em que ele foi se apresentar em Poços de Caldas, a cidade inteira desceu para a praça. Minha mãe também desceu, comigo e minha irmã Regina, eu com sete anos, ela com cinco. Gonzaga já era conhecido da cidade, para onde encaminhou a namorada tísica, com o filho Gonzaguinha, para uma temporada de tratamento. Acabamos assistimos ao show de dentro de uma Rural Wyllis, de uns parentes dele.

Antes de lançar o baião, Gonzaga passou pelo choro. Seu estouro ocorreu com a música cantada, não apenas pelo balanço, trazendo o xaxado, o xote, o baião, mas pela temática. Com seus parceiros Zé Dantas e Humberto Teixeira, Luiz Gonzaga trouxe para a música brasileira a problemática do Nordeste, que aquela altura dominava as atenções de todos, de planejadores, como Celso Furtado, a poetas, escritores, estudantes.

Clássicos
Mesmo assim, o tom político de suas canções em nenhum momento se sobrepôs às qualidades musicais ou às características profundamente nordestinas. O balanço, a gozação, o uso dos termos regionais, tudo contribuiu para criar um modelo estético imbatível dentro da música brasileira, dos épicos nordestinos, como "Asa Branca", ao lirismo de "Estrada do Canindé" ("Ai, ai, que bom/ Que bom, que bom que é/ Uma estrada e uma cabocla/ Com a gente andando a pé"). Ou então o "Xote das Meninas", que fez o maior sucesso na voz de Ivon Cury, talvez o cantor de maior sucesso na segunda metade dos anos 50 -e que morreu fazendo bicos em programas humorísticos.

Pouco depois de lançada, "Asa Branca" já era um clássico. Lembro-me nos anos 60 o orgulho que nos dava o mero boato de que os Beatles iriam gravar a canção.
A relação de sucessos de Gonzaga é enorme. Há quem goste das todas, dos xotes, das músicas buliçosas. De minha parte a música que mais me tocou, meu hino nacional brasileiro do Nordeste é "Que nem jiló" (Gonzaga e Humberto Teixeira).
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Feijoada do Joquinha Gonzaga marcará festa de aniversário do Rei do Baião em Exu

Os Gonzagueanos que participarão das festividades dos 104 anos de luiz Gonzaga, o Rei do Baião, em Exu, Pernambuco, terão um encontro na sombra do umbuzeiro, a partir das 11hs do sábado 10 dezembro, na Fundação  Vovô Januário, localizado na avenida Edmundo Dantas 620. Trata-se da feijoada do Joquinha, sobrinho de Luiz Gonzaga e neto de Januário. 

A entrada custará R$25 com direito a uma camisa. 

Joquinha Gonzaga é o mais legítimo representante da arte de Luiz Gonzaga. A festa de aniversário de Luiz Gonzaga acontecerá entre os dias 09 e 11 de dezembro em Exu.
 
A feijoada nasceu da necessidade de um lugar para marcar o encontro dos fãs e admiradores de Luiz Gonzaga que chegam de todos os lugares do Brasil para festejar a data de aniversário de Luiz Gonzaga.
 
"Sempre estou contando histórias, músicas de meu tio, músicas minhas, dos meus colegas. Não fujo da minha tradição, das minhas características, que é o forró, o xote, o baião e é assim que eu faço sempre, não fujo disso. Eu procuro sempre dar uma satisfação ao público que tem uma admiração à minha família, Luiz Gonzaga, Zé Gonzaga, Daniel Gonzaga, Gonzaguinha. Esse é o meu estilo musical, a festa que faço para o povo", diz Joquinha.
 
João Januário Maciel-Joquinha Gonzaga, nasceu em 01 de abril de 1952. Joquinha nome artístico dado pelo Rei do Baião. Joquinha é filho de Muniz, segundo Luiz Gonzaga irmã que herdou o dom de rezar muito.
Joquinha aos 12 anos ganhou uma sanfona de oito baixos, pé de bode viajou o Nordeste ao lado de Luiz Gonzaga. Ganhou gosto pelo instrumento e hoje é puxador de Sanfona, 120 baixos.

Luiz Gonzaga declarou em público que Joquinha é o seguidor cultural da Família Gonzaga. O primeiro LP-disco Joquinha Gonzaga gravou em 1986-Forró Cheiro e Chamego. Em 1988 gravou com Luiz Gonzaga "Dá licença prá mais um".
 
Em 1998 Joquinha Gonzaga participou da homenagem "Tributo a Luiz Gonzaga", em Nova York, no Lincoln Center Festival. Joquinha Gonzaga gravou recentemente Retrato do Nordeste ao lado de Dominguinhos.
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Luiz Gonzaga vive na alma da gente brasileira

Gilberto Amado disse a propósito da morte de sua mãe: "Apagou-se aquela luz no meio de todos nós". Para o Nordeste, e tenho certeza para todo o país, a morte de Luiz Gonzaga foi o apagar de um grande clarão. Mas com seu desaparecimento não cessou de florescer a mensagem que deixou, por meio da poesia, da música e da divulgação da cultura mais brasileira.

Nascido em Exu, no alto sertão de Pernambuco, na chapada do Araripe, na divisa com o Ceará, "arribou" e ganhou o Brasil e o mundo, mas nunca se esqueceu de sua origem. Sua música, a música de Luiz Gonzaga e parceiros compositores é politicamente comprometida com a busca de solução para a questão regional nordestina, com o desafio de um desenvolvimento nacional mais homogêneo, mais orgânico e menos injusto.

Telúrico sem ser provinciano, Luiz Gonzaga sabia manter-se preso às circunstâncias regionais sem perder de vista o universal. Sua sensibilidade para com os problemas sociais, sobretudo nas músicas em parceria com Zé Dantas, era evidente: prenhe de inconformismo, denúncia do abandono a que ainda hoje está sujeito pelo menos um terço da população brasileira, mormente a que vive no chamado semiárido.

Luiz Gonzaga é o responsável pelo que atualmente existe de melhor na música brasileira. A força da voz e a puxada da sanfona presente nas toadas e cantorias tonificou a nossa música, retirando-a do empobrecimento cultural em que se encontrava nos ano 40 e cá prá nós, continua atual nos tempos de hoje de tanta pobreza cultural.

A música de Luiz Gonzaga é o sentido de nossa identidade cultural pois consegue ser genuinamente nacional, posto que de defesa de nossas tradições e evocação de nossos valores.

Luiz Gonzaga interpretou o sofrimento e também as poucas alegrias de nossa gente em ritmos até então desconhecidos, como o baião, o forró, o xaxado, as marchinhas juninas e tantos outros.

Pesquisadores e estudiosos da obra gonzagueana apontam que até hoje por meio da letra da toada "Asa Branca", Luiz Gonzaga continua elevando à condição de epopéia a questão nordestina. Parafraseando Gilberto Freyre, podemos afirmar que "Asa Branca" é o hino do Nordeste: o Nordeste na sua visão mais significativamente dramática, o Nordeste na aguda crise da seca.

Luiz Gonzaga não morreu! Em sua obra Luiz Gonzaga está vivo e vive no sertão, no pampa, na cidade grande, na boca do povo, no gemer da sanfona, no coração e na alma da gente brasileira, pois, como disse Fernando Pessoa, "quem, morrendo, deixa escrito um belo verso, deixou mais ricos os céus e a terra, e mais emotivamente misteriosa a razão de haver estrelas e gente".
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Alerta: Umidade relativa do ar em Petrolina atinge nivel semelhante aos desertos

A umidade relativa do ar registrada em Petrolina esta manhã, dia 28, chegou a níveis críticos, semelhantes aos do deserto Saara. O nível da umidade chegou a 13 %.  A baixa umidade na cidade é semelhante a de desertos na África que possui uma média entre 10% e 15% de umidade.

"Segundo a escala usada pela Organização Mundial de Saúde (OMS), a umidade relativa do ar ideal é de 60%. Petrolina fica longe disto.

 A unidade relativa abaixo de 12%  é considerada estado de emergência, por isto os médicos orientam para não praticar nenhum tipo de esporte e interromper atividade ao ar livre das 10 às 16h. Devem ser suspensas as aulas de educação física, coleta de lixo, entregas dos correios e é recomendado evitar aglomerações como cinemas.

Recomendações para dias secos:
Para evitar diversos problemas de saúde como complicações alérgicas e respiratórias, sangramento pelo nariz, ressecamento da pele e irritação dos olhos, a OMS faz algumas recomendações.
- evite praticar exercícios físicos e trabalhos ao ar livre entre 10h e 16h;
- evite aglomerações em ambientes fechados;
- umidifique os ambientes com vaporizadores e toalhas molhadas;
- use soro fisiológico para olhos e narinas;
- e consuma bastante água.

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Caboclinhos agora é Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil

Os caboclinhos, expressão da cultura centenária sobretudo em Pernambuco, foram reconhecidos como Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). O registro foi aprovado  pelo Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural do órgão, em reunião realizada em Brasília.

Cultura presente também no Rio Grande do Norte, na Paraíba, em Alagoas e Minas Gerais, os caboclinhos são classificados pelos brincantes como uma homenagem aos primeiros habitantes do território que veio a se chamar Brasil. Os grupos – alguns com mais de 100 anos e ainda ativos – se apresentam nas ruas – principalmente no carnaval - vestidos com penas e pedrarias, em uma releitura carnavalesca dos trajes indígenas tradicionais, e dançam com agilidade os diferentes toques que representam temas de rituais da população indígena.

“Tem o toque de guerra, que é a preparação para o combate; o de perré, para pedir a chuva; o de baião, que é mais festivo, usada para comemorar qualquer coisa que a tribo quisesse; e o toré, que tem um aspecto religioso”, ensina o presidente do Clube Carnavalesco Tribo Indígena Tupã, do Recife, e secretário da Associação Carnavalesca dos Caboclinhos e Índios de Pernambuco (Accipe), Amauri Rodrigues de Amorim.

Como o próprio nome indica, a reverência ao caboclo (tanto o brasileiro filho de índio e branco como a entidade presente na umbanda, por exemplo) está presente na brincadeira, assim como o culto à Jurema, árvore nativa do Norte e do Nordeste do Brasil considerada sagrada e base de um chá usado em rituais. A brincadeira também tem referência na colonização do território brasileiro.

A estimativa da associação de Pernambuco é que existam cerca de 70 grupos de caboclinhos  no estado – 30 apenas no Recife. O governo do estado fez o pedido de registro como patrimônio imaterial do Brasil em agosto de 2013, mesma ocasião em que foram solicitados os registros do maracatu nação, maracatu de baque solto e o cavalo narinho, expressões culturais transformadas em patrimônio nacional em dezembro de 2014.

Fonte:  Lílian Beraldo-Agencia Brasil
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Superlua vai acontecer no dia 14 de dezembro

A Lua irá parecer maior do que o normal na semana que vem. O fenômeno astronômico Superlua acontece quando o astro chega mais perto da Terra em sua órbita elíptica. Nesse período, o nosso satélite pode parecer até 14% maior e 30% mais brilhante do que costuma ser.

A primeira ocorreu em outubro e a última irá aparecer no dia 14 de dezembro. A melhor maneira de apreciar a Superlua é ir a um local aberto, longe dos grandes centros urbanos. Isso porque a iluminação artificial e a poluição podem atrapalhar a visão.

Fonte: Revista Exame
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Josias de Souza: Trump é a vitória da mediocridade, hipernacionalismo ressentido e traços de xenofobia e desprezo a liberdade de expressão

O espetáculo confuso que os Estados Unidos proporcionam ao mundo neste dia 9/11 produz efeitos tão devastadores quanto aqueles que se seguiram ao ataque de 11/9. Tomada pela radicalidade das mudanças que pode provocar no mundo, a eleição de Donald Trump é equiparável ao histórico ataque terrorista. A diferença é que, dessa vez, os americanos dispensaram o inimigo externo, produzindo um inusitado autoataque —uma espécie de trumpicídio.

Se o triunfo de Trump ensina alguma coisa é que todas as premissas sobre as quais o establishment americano construiu os seus valores depois da Segunda Grande Guerra estão com o prazo de validade vencido. O isolamento que a opção por Trump representa é um convite do império para que as nações comecem a planejar um novo começo. Mais ou menos como Deus fez depois do Dilúvio.

O sucesso de Trump é um prêmio à mediocridade. Seu hipernacionalismo ressentido, com traços de xenofobia, racismo, isolacionismo e desprezo à liberdade de expressão são sinais de que o mundo pós-9/11 não será o mesmo. Quando escreverem o enredo da geração atual é do topete de Trump que falarão os historiadores, e não da popularidade de Barack Obama, representado na disputa pelo ‘mal menor’ Hillary Clinton, um outro nome para desastre.

Resta agora saber o seguinte: o recomeço que se esconde sob o penteado exótico de Trump é um prenúncio do quê? Seja o que for, o mundo não será melhor do que já foi. Um presidente dos Estados Unidos que diz não acreditar no aquecimento global e que guindou à condição de prioridade a construção de um muro na fronteira com o México pode resultar em qualquer coisa, menos em coisa boa.

Fonte: Josias de Souza-Folha São Paulo
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Quinteto Violado: Missa do Vaqueiro um disco temático de intervenção social e política forte encantadora

Por todo o século XIX, a cidade do Recife foi se constituindo no grande portal da cultura brasileira. A literatura e a filosofia deitaram-se em suas ruas a partir de sua Faculdade de Direito. Nos becos e vielas estavam se fortalecendo os movimentos culturais do povo: um pouco de maracatu, um pouco de frevo surgindo devagar, o mela-mela e tudo que confluiria para uma produção artística imponente na primeira metade do século XX. Já a partir da década de 60 desse mesmo século, o XX, forjaram-se alguns movimentos musicais determinantes.

A Paraíba recebia esses manifestos sonoros e os deglutia pensando também em fortalecer sua própria vida. De alguma forma, chegaram até nós, habitantes das soleiras interioranas, os discos produzidos no cenário sócio-temporal recifense. A formação de grupos musicais assentados na tradição, aplicando elementos da modernidade em seus arranjos, subvertendo esteticamente as melodias e harmonias, escrevendo frases tangentes, mas nunca centrífugas, esses elementos nos ofertaram cachoeiras de prazeres acústicos.

Foi assim que o Quinteto Violado nos ofereceu um disco temático de intervenção social e política tão forte que nos encantou em todos os aspectos. Missa do Vaqueiro, cumprindo a tradição litúrgica, mas pautando-a pela necessidade cabocla, denunciava todos os desmantelos políticos infectantes do solo e da alma do Jesus Sertanejo. Preparado a partir da missa real, tomou nosso imaginário e fortaleceu-nos na tomada de consciência quanto à civilização do couro e sua importância.

Na mesma pisada a Banda de Pau e Corda, com o disco Frevo, nos oferecia a rua primordial recifense, aquela adornada com o frevo vindo de Olinda amolando as Pás, afinando as Vassouras, gritando que o Recife acordou e observando que, nos cabelos de Rosinha (o próprio Recife) a rosa nunca amarelou. Os arranjos deixaram de lado o furor dos clarins, trombones, trompetes e clarinetas e abraçaram os bordões, as primas, as sextas e as nonas dos instrumentos de bojo de madeira. Foi eletrizante, incluindo uma formação sonora diferente, como um regional.

Se o Quinteto trouxera o gado e seus tangedores e a Pau e Corda, a rua e seus habitués, o Quinteto Armorial vestia sua armadura e nos apresentava o Imaginário Armorial, codificado por um Ariano mais radical, quase sectário. A proposta, conduzida com a observação rigorosa dos ditames do mestre e mentor, consumara-se no disco inviolável Do Romance ao Galope Nordestino. Com aquele som peninsular, dialogando com o mourisco, o andaluz e a alma sertaneja, o pacote musical nos trazia uma canção chamada Toré, uma arquitetura africana e indígena, com um pife intrometendo-se todo o tempo entre as violas, os violinos e a percussão.

Mas, vocês convirão comigo que em todo o percurso cultural de uma cidade as inovações, as ousadias requerem sempre a mão viva do talento, a técnica: o engenho e a arte. Entre eles, num repente sagrado e necessário, surgiu um som tão diferente e, ao mesmo tempo tão aparentado que nos causou espanto e arrepio: era o voo da Ave Sangria dizendo logo na abertura que, lá fora, "é esse cansaço!"

 A capa com uma figura mítica meio ave, meio mulher, num cenário também sertanejo, vestindo uma túnica e vendo-se por ela o corte vaginal. Eram balada e rock e letras psicodélicas. Bem diferente dos três anteriores, a Ave Sangria nos sangrava com outra proposta. O decorrer da década de 70 consolidaria esse estilo em outros artistas. Nós vivemos essas coisas. E sobrevivemos. Ainda!

Fonte: Aderaldo Luciano-professor, doutor em Ciencia da Literatura
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Encontro dos Gonzagueanos de Caruaru acontecerá dia 12 novembro

Caruaru, no Agreste Pernambuco, realizará no próximo dia 12 de novembro um grande encontro com os maiores estudiosos e, pesquisadores e especialistas sobre o eterno Rei do Baião, Luiz Gonzaga – os ‘gonzagueanos’, como também são conhecidos. O evento acontecerá Lions Clube, bairro Kennedy e é coordenado pelo pesquisador Luiz Ferreira.

Serão homenageados compositores, cantores e personagens ligados a vida e obra de Luiz Gonzaga. Eles receberão o troféu ‘Luiz Gonzaga – Orgulho de Caruaru’. (criado em 2012).

O Grande Encontro dos Gonzagueanos de Caruaru tem o objetivo de manter viva a memória de Luiz Gonzaga. O grupo de amigos se reúne todos os anos e trocam idéias, experiências e falam sobre a vida e obra do Rei do Baião.

Luiz Ferreira coordenador do evento e fundador do Espaço Cultural Asa Branca do Agreste diz que a iniciativa já produziu até o interesse de produzir um filme/documentáro que foi produzido e editado pelos alunos do curso de Jornalismo do UNIFAVIP. Este ano será lançado o livro Gonzagueano-legitimadores de um legado.

O grupo reúne um amplo conhecimento da obra e das parcerias do Rei do Baião, num esforço de manter vivo o trabalho de Luiz Gonzaga. O Espaço Cultural Asa Branca do Agreste, está localizado no bairro Kennedy. O espaço foi criado por Luiz Ferreira, um dos gonzagueanos, a partir da coleção que guardava em um quarto de sua casa.

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Pássaro Soldadinho do Araripe alerta para o valor da preservação ambiental

A Floresta do Araripe esconde uma raridade: o pássaro Soldadinho do Araripe. Os ornitólogos descobriram que o soldadinho-do-araripe é um termômetro da qualidade da água. E o fato de ser tão raro serve de alerta. "Toda espécie ameaçada de extinção traz uma mensagem. A mensagem que o soldadinho está nos trazendo é justamente que nós temos de cuidar melhor da água".

Soldadinho-do-araripe ( Antilophia bokermanni ) é o pássaro mais ameaçado de extinção do planeta, de acordo com o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). A espécie, que vive na Caatinga, está ameaçada por causa da perda e degradação do seu hábitat e do tráfico ilegal.

O risco de desaparecimento do soldadinho-do-Araripe, um pássaro endêmico do Ceará e que vive em uma região conservada de Mata Atlântica encravada no semi-árido do estado, movimenta ambientalistas e instituições federais de preservação.

Eles estão envolvidos no Plano de Ação Nacional, que tem como meta Conservação da Reserva Ambiental que buscar proteger os animais, os  rios e ajudar no combate ao desmatamento. Segundo Weber Girão, coordenador do projeto de proteção, existem aproximadamente 300 exemplares do soldadinho-do-Araripe nas proximidades da cidade de Crato.

“Esses exemplares vivem na Chapada do Araripe, região onde existem cerca de 300 nascentes de água, habitat dessas aves e onde são feitos os ninhos. Entretanto, devido ao mau uso dos recursos hídricos, tais fontes estão sumindo, prejudicando o soldadinho-do-Araripe”, afirma.

Girão complementa que uma em cada quatro aves desta espécie desapareceu da natureza devido ao desmatamento e a canalização das nascentes. “Eles perderam o habitat e sua classificação está no nível criticamente em perigo”, disse.

Original de 2006, o plano nacional foi revisado e tenta envolver a sociedade para conservar uma área de 31 km² de Mata Atlântica existente entre as cidades de Crato, Barbalha e Missão Velha.

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Resultado do Enem-Exame Nacional de Ensino Médio- será divulgado em janeiro de 2017

Os estudantes terão acesso ao resultado final do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) somente no dia 19 de janeiro de 2017. No resultado, poderão saber quanto tiraram em cada uma das quatro provas realizadas no último final de semana: ciências humanas, ciências da natureza, linguagens e matemática. Também terão acesso à nota da redação, cuja tema foi a intolerância religiosa no Brasil. O gabarito será divulgado nesta quarta-feira (9), de manhã, no portal do Inep.

Mesmo com o gabarito em mãos, os candidatos não conseguirão saber a nota que tiraram, porque o sistema de correção do Enem usa a metodologia da Teoria de Resposta ao Item (TRI), que não estabelece previamente um valor fixo para cada item. O valor de cada questão varia conforme o percentual de acertos e erros dos estudantes naquele item. Assim, um item que teve grande número de acertos será considerado fácil e, por essa razão, valerá menos pontos. O estudante que acertar uma questão com alto índice de erros, por exemplo, ganhará mais pontos por aquele item. Dessa forma, o candidato só saberá a sua nota nas provas objetivas após a divulgação do resultado final, em janeiro.

Neste final de semana, mais de 8 milhões de candidatos fizeram o Enem em todo o país. As notas da prova podem ser usadas para pleitear vagas no ensino superior público pelo Sistema de Seleção Unificada (Sisu), bolsas no ensino superior privado pelo Programa Universidade para Todos (ProUni) e para participar do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies). Além disso, os candidatos com mais de 18 anos podem usar o Enem para receber a certificação do ensino médio.

Fonte: Agência Brasil   
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Seminário vai comemorar 40 anos da Comissão Pastoral da Terra

Em comemoração aos 40 anos da Comissão Pastoral da Terra (CPT) de Juazeiro, Bahia, será realizado no dia 18 de novembro, das 9 às 17h, no Centro de Cultura João Gilberto, o Seminário “40 anos de Luta pela Terra: da Barragem de Sobradinho aos Parques Eólicos”. Durante todo o dia, serão discutidas diversas temáticas relacionadas ao trabalho da pastoral, como os conflitos de terra e a luta dos trabalhadores do campo para viverem dignamente em seus territórios. A CPT foi criada pelo falecido bispo Bom José Rodrigues, com o objetivo de auxiliar e assessorar as famílias atingidas pela barragem.
 
Segundo Marina Rocha, integrante da CPT, a ideia desse seminário surgiu devido ao aumento dos conflitos de terra na região e a necessidade de dar visibilidade a esses problemas, sobretudo à luta dos camponeses. “Espera-se que a partir da fala dos camponeses sobre a sua realidade e a partilha de suas experiências de luta em todos os cantos da Diocese, e ampliado com a contribuição dos assessores, que a luta fique mais fortalecida e que haja mais sensibilidade e apoio por outros setores da sociedade“, reforça.

Nesses 40 anos, a CPT de Juazeiro vem desenvolvendo um trabalho de acompanhamento e assessoria dos trabalhadores do campo e a luta pelos direitos a terra, água, cultura e uma vida digna nas comunidades tradicionais como os fundos de pasto, quilombolas e ribeirinhas.
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Xico Bizerra: és um Escorpiano Poeta Cantador e Danado

SE TU QUISER
    EU INVENTO UM VENTO PRA VENTAR AMOR,
    UMA CHUVA BEM CHOVIDA PRA CHOVER PÉ DE FULÔ
    PRA TU FICAR CHEIROSA E VIR DANÇAR MAIS EU
    SE TU QUISER
    EU POEMO UM POEMA BEM CHEIO DE RIMA,
    EU ACENDO A ESTRELA MAIS BONITA LÁ DE CIMA,
    FAÇO TUDO QUE PUDER PRÁ TU FICAR MAIS EU

    SE TU QUISER
    EU CRIO UM SENTIMENTO PRÁ GENTE SE AMAR,
    DESCUBRO UM JEITO NOVO DE TE ABRAÇAR,
    TE BEIJO COM UM BEIJO QUE NINGUEM NUNCA BEIJOU,
    SE TU QUISER
    BASTA SÓ TU ME DIZER QUE EU VIREI CORRENDO,
    É SÓ ME AVISAR QUE TU TÁ ME QUERENDO,
    E O MUNDO VAI SABER O QUE É UM GRANDE AMOR.
 
“ - Desembuchei no mundo numa cidade cearense chamada Crato, nos calcanhares da Serra do Araripe, avizinhada, parede-e-meia, com o Pernambuco. Por aquelas bandas, se nasce sentindo as baforadas do baião, se toma mingau com gosto de xote, a chupeta já vem melada com o açúcar do xaxado. Além do mais, ao sair do bucho da mãe, já bate nas ‘oiça' da gente um violeiro, um cantador ou um cego de feira, do outro lado da calçada, cantarolando Gonzagão. Como não se apaixonar pelo rei Lua? Assim, fui balançado na rede ouvindo o acalanto Gonzagueante e sentindo no pau da venta o cheirinho bom da terra do sertão. Para completar, minha mãe tocava bandolim, quando não tava namorando com meu pai. Daí, o gosto pela música, conseqüência de uma relação quase umbilical.-
 

...Assim, Xico Bizerra se descreve Xico Bizerra, o cearense do Crato quee está radicado no Recife desde o final dos anos 60, onde veio estudar e trabalhar. Xico é desses caboclo que digo ser um verdadeiro Cantador Danado e Poeta. É um dos mais conceituados compositores da música brasileira/universal e não faz concessões aos modismos.

Sua música vem-se revelando moderna e possui a essência de seus mestres inspiradores e se atualizar do ponto de vista melódico-musical, incorporando novos elementos à sagrada trindade sertaneja formada pela sanfona, zabumba e triângulo. A capacidade produtiva, aliada à qualidade de sua obra, fez de XICO, inobstante a exigüidade da carreira, o Compositor  mais gravado nos últimos 10 anos. Mais de 350 artistas diferentes, tanto Nordestinos como de outras regiões, gravaram músicas do Poeta. Para se ter uma idéia, sua música SE TU QUISER, lançada em 2003, já tem mais de 200 regravações, inclusive uma versão em inglês - IF YOU WANT.

Dentre os vários nomes que já interpretaram canções de XICO podemos citar Marinês, Dominguinhos, Amelinha, Elba Ramalho, Xangai, Trio Nordestino, Maria Dapaz, Quinteto Violado, Silvério Pessoa, Geraldo Maia, Alaíde Costa, Frank Aguiar, Nena Queiroga, Maciel Melo, Flávio José, Santanna, Irah Caldeira, Cristina Amaral, Nádia Maia, Sevy Nascimento, Petrúcio Amorim, Jorge de Altinho, Adelmário Coelho, Arlindo dos 8 Baixos, Chiquinha Gonzaga, André Rio e Dalva Torres, dentre muitos outros.

De destacar-se, também, a preocupação de XICO com o apoio e incentivo aos novos músicos e intérpretes que se inserem no cenário musical por entender ser a esta a forma de manter viva a cultura e a tradição. Entende XICO, e isso reafirma sempre em suas entrevistas, que esse pessoal novo é o responsável pelo "aguamento da semente que um dia "seu" Luiz plantou". Gente como Dudu do Acordeon, Ilana Ventura, Jorge Neto, Perkata de Couro, Território Nordestino, dentre muitos outros, já gravaram músicas suas.


Parabens Xico Bizerra- Poeta Escorpiano Danado e Cantador
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Nutrição: dicas para a alimentação saudável

A prática esportiva promove inúmeros benefícios, como redução dos riscos de doenças, melhora na formação do corpo, diminuição do estresse e do nível de ansiedade, melhora da coordenação motora, proteção dos ossos e das articulações, e manutenção de uma vida saudável.

É fundamental a prática de atividade física da infância até o envelhecimento. Não existe exercício ideal, é preciso respeitar a individualidade, o desejo, prazer e a aptidão física.

Precisamos combinar a prática esportiva com uma boa alimentação, que é baseada na ingestão de vários grupos alimentares. Deve ser colorida, variada e dividida em quatro a seis refeições diárias. Cada grupo de alimentos fornece nutrientes essenciais para a manutenção da vida, estoque de nutrientes no nosso corpo e como combustível para nossas atividades básicas e a prática esportiva. Hoje há um consenso da ingestão diária de cinco porções de frutas, verduras e legumes para a manutenção de uma alimentação saudável.

A alimentação adequada, individualizada, organizada, traz melhora da performance e do bom desempenho em qualquer modalidade esportiva. As necessidades nutricionais são individuais. O programa alimentar varia de acordo com sexo, idade, estatura, patologias, modalidade esportiva e fase do treinamento"

As necessidades nutricionais são individuais. O programa alimentar varia de acordo com sexo, idade, estatura, patologias (diabetes, hipertensão), modalidade esportiva e fase do treinamento (pré-treino, treino, pós-treino, competição).

Hoje a nova pirâmide alimentar traz outra divisão dos grupos e inclusão da atividade física na base dessa pirâmide, mostrando que para um hábito de vida saudável precisamos associar alimentação equilibrada e a prática esportiva.

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Mostra Sesc Cultura Cariri terá Alceu Valença e Martinho da Vila

Em sua 18ª edição, a Mostra Sesc Cariri de Culturas já marcou seu nome no circuito cultural brasileiro.o evento serve para fortalecer as múltiplas linguagens artísticas e promover o intercâmbio entre artistas de diversos lugares do País.

O evento terá shows de Alceu Valença e Martinho da Vila. Na programação consta também a realização do Seminário Pensamento, Cultura e Arte. 

A Mostra acontece de 18 a 22 de novembro, com a missão de levar artistas e grupos de todo o Brasil nas 28 cidades participantes da programação. São 71 grupos que, durante os cinco dias de Mostra realizam apresentações de literatura, música e tradição, além de artes visuais, audiovisual e artes cênicas. Destes, 29 são do Ceará, o que reforça a valorização dos talentos locais e a promoção do intercâmbio cultural.

“Participo da Mostra Sesc Cariri de Culturas há treze anos, e esse é um dos melhores projetos que o Sesc realiza. É uma oportunidade de mostrar nossa obra para outros artistas e conhecer seus trabalhos, criando uma interação boa”, conta Zé Nilton Sousa, brincante do grupo Bacamarteiros da Paz.
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Cajuína é Patrimônio Cultural Brasileiro

"Existirmos: a que será que se destina?
Pois quando tu me deste a rosa pequenina
Vi que és um homem lindo e que se acaso a sina/ Do menino infeliz não se nos ilumina
Tampouco turva-se a lágrima nordestina
Apenas a matéria vida era tão fina
E éramos olharmo-nos intacta retina
A cajuína cristalina em Teresina"

Com esses versos da canção "Cajuína", o cantor e compositor Caetano Veloso divulga e a imortalizou uma das bebidas típicas do Piauí: Cajuína.

Por sua importância, é considerada símbolo da cultura e da cidade de Teresina, capital piauiense, tendo sido recentemente registrada como Patrimônio Cultural Brasileiro pelo Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural, um órgão colegiado do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). O objetivo é preservar sua identidade local, valorizar o produto e o modo artesanal de produzi-la, além de atrair maior visibilidade para a bebida e estimular o surgimento de políticas destinadas à qualidade do produto.

O consumo da cajuína, que é rica em vitamina C e ferro, é um ato de degustação, geralmente acompanhado de comentários e comparações sobre as qualidades daquela garrafa da bebida, ressaltando sua cor, doçura, cristalinidade, leveza ou densidade, qualidades que derivam tanto do caju escolhido, quanto das técnicas de cada produtor. Essas referências revelam o sentimento de pertencimento do grupo ou família produtora e reforçam os laços entre os membros das redes familiares por onde a cajuína circula.

Apesar de raro no Brasil, o processo de tombamento de práticas ligadas à feitura de alimentos existe e, a passos lentos, vem engrossando o livro de bens imateriais do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) que, no Nordeste, já reconheceu como patrimônio imaterial a atividade das acarajezeiras da Bahia. São essas baianas que garantem a perpetuação da receita tradicional do mais famoso acepipe daquele estado.

Há dois anos, o mesmo Iphan - único órgão, junto à Unesco, a ter autoridade para definir patrimonializações oficiais - incluiu no seu Livro de Registro dos Saberes a produção tradicional e as práticas socioculturais associadas à cajuína no Piauí. Isso significa dizer que quem recebeu o tombamento não foi a bebida pronta, mas, sim, a forma como ela é feita, garantindo que sabor, cor e propriedades nutricionais sejam exatamente as mesmas com o passar do tempo, evitando a descaracterização do produto.


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Punições mais severas a motoristas irresponsáveis a partir de novembro

Punições mais severas a motoristas infratores começam a ser aplicadas na próxima terça-feira, 1º de novembro, em todo o Brasil. As multas sofreram reajustes que variam de 52% a 244%. Alguns dos maiores penalizados serão aqueles que forem flagrados usando aparelhos celulares ou dirigindo sob efeito de álcool. As alterações são as maiores desde a criação do Código de Trânsito Brasileiro (CTB), em 1997. A multa por falar ou usar aplicativos de celular mais do que triplica: passa de R$ 85,13 para R$ 293,47, reclassificada de média para gravíssima.  “Com certeza vai ajudar, porque o bolso é o que mais pesa na tomada de decisão do motorista”, acredita Paulo Bacaltchuck, consultor e professor de Engenharia de Tráfego da Universidade Presbiteriana Mackenzie.

Para quem se recusar a fazer o teste do bafômetro a penalização aumenta de R$ 1.915,40 para R$ 2.934,70. Também é criada uma infração específica para a recusa do exame – que, na avaliação de Mauricio Januzzi Santos, presidente da Comissão de Direito Viário da seção paulista da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-SP), abrirá brecha para ainda mais contestações judiciais. “É inconstitucional desde a alteração anterior, porque vai contra o princípio de presunção de inocência.”

Outra mudança é no tempo mínimo de suspensão do direito de dirigir, quando o condutor atinge 20 pontos na CNH, que aumenta de um para seis meses. Além disso, haverá mais rigidez com aqueles que usarem irregularmente vagas destinadas a idosos ou deficientes físicos em estacionamentos, até privados. A multa passa de grave a gravíssima, de R$ 127,69 para R$ 293,47.

Embora os reajustes venham em período de crise econômica, o argumento do governo foi o período de 19 anos sem aumento das multas. A Lei 13.281/2016 foi sancionada por Dilma Rousseff em maio deste ano, dias antes de seu afastamento da Presidência. Alguns itens previstos, como um sistema eletrônico para substituir notificações pelos Correios, ainda devem demorar a ser implementados.

Fonte: O Estado de S. Paulo.
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Faculdade de Tecnologia e Ciências Sociais realiza palestra nesta quarta-feira 26

“Programação Mental Para o Sucesso Financeiro”. este é o tema a ser ministrado pela consultora Jena Agra, nesta quarta-feira (26) em Petrolina. O evento acontecerá na Faculdade de Tecnologia e Ciências (FTC), Rua Clementino Coelho, s/nº, no Centro da cidade, às 19h30. A palestra é gratuita e aberta ao público.

Numa linguagem simples e aplicando técnicas de coaching e da famosa PNL (Programação Neurolinguística), a consultora vem ensinando como lidar com o dinheiro para ter uma vida próspera.

Jena Agra é graduada em Administração  de Empresas e credenciada do Sebrae, além de ser assessora Financeira, Practitioner em PNL e Coach. Atua como palestrante e consultora financeira empresarial e pessoal, com trabalhos desenvolvidos em vários municípios do Nordeste. (foto/divulgação)
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Ana das Carrancas e Zé dos Barros, saudade na dimensão da sanfona de Luiz Gonzaga

"Ana Leopoldina Santos Lima era o nome dela. Isso muito antes de o barro moldar seu destino lhe dando por amor um homem que não tinha olhos para enxergá-la. Os monstros gerados pelas mãos de Ana eram cegos como o companheiro de sua vida. Com um golpe rápido, certeiro, ela vazava os olhos de suas criaturas com a ponta de um pedaço de pau. Com Ana era assim, a desgraça virava épico". 

O texto acima é da jornalista Eliane Brum. Esta semana visitei o Memorial Ana das Carrancas. Havia dois anos que não ia...o vazio, a amizade de Ana e Zé me deixaram uma solidão! Uma saudade das tardes e noites de café e conversas...

 Ana "partiu para o sertão da eternidade" numa quarta-feira dia primeiro de outubro de 2008, aos 85 anos, a maior
carranqueira do São Francisco voltou ao barro que a fez. E deixou Zé dos Barros, pela primeira vez, na escuridão.

Ela era uma mulher de solenidades. Não falava, entoava. “Minha vida é extensa...”, era a frase com que iniciava a narrativa. Analfabeta, fazia literatura pela boca. E mesmo limitada por uma seqüência de derrames, parte dos dedos com que tocava a lama do mundo paralisados, Ana era grande. Carregava nos gestos uma largura de alma. E o rio era seu espelho em mais de um sentido. A mulher que moldava o barro do chão só pisava o reflexo do céu.

Ana das Carrancas costumava dizer que sua arte era a síntese de seu amor por um cego que via o mundo mas não era visto por ele. Entre ela e Zé dos Barros nunca se soube quem era criador, quem era criatura. 

Ela já veio ao mundo retirante, na cidade pernambucana de Santa Filomena. Mas diferente de quase todos, nunca lamentou a terra estéril sob seus pés. A estirpe de mulheres da qual era continuidade moldava pratos, panelas, vasos. Ana aprendeu com a mãe, e antes dela a avó, que do barro se arranca tudo, até a vida.

Uns poucos anos depois dela, José Vicente de Barros nasceu em Jenipapo, outro canto sertanejo. Desembarcou na vida sem olhos, por culpa do amor incestuoso entre primo-irmãos. Desde cedo a ele ensinaram que “quando Deus faz uma criança sem vista é porque quer que ela sobreviva como pedinte”. Para se localizar na escuridão, desde menino ele balançava a cabeça. E nesse de lá pra cá, de cá pra lá, encontrava equilíbrio mesmo nas trevas.

Ana e Zé só cruzaram seus pés descalços quase trinta anos mais tarde. Ana tornara-se viúva desde que seu marido despencara de um pau-de-arara. Conheceu Zé pedindo esmolas na feira de Picos, Piauí. Ele balançava guizos, cantava cantigas. Mas era um cego desaforado por anos ouvindo os meninos mangando dele, pegando nele. Ana, não. Era resignada, como costumam ser as mulheres com fome e filhos para dar de comer. Ana dava comida a Zé sem que ele precisasse implorar.
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Um dia a vizinha abordou Ana na rua. “Desenteirei açúcar do meu filho para dar esmola a Zé”, queixou-se. O rosto de Ana queimou de vergonha. Tirou uma nota do bolso e retrucou: “Enteire de novo o açúcar do seu filho. Por Zé ele não vai passar fome”. Naquela noite não dormiu. Sua tristeza não coube na rede que dividia com Zé. Quando acordou, chamou o marido e anunciou: “Meu velho, nunca lhe fiz um pedido. Mas hoje lhe peço. De agora em diante, você não vai mais pedir esmola". Assustado, Zé rebateu: “Deus me fez sem vista para que eu pedisse esmola”. Ana fincou pé: “De hoje em diante sua vista é a minha. Você pisa o barro, eu faço a peça. Nós vamos levar para a feira, nós vamos ser felizes”.

Ana pegou a enxada e caminhou até as margens do São Francisco, em Petrolina. Diante da fartura de líquidos, invocou o espírito do rio: “Meu grande Nosso Senhor São Francisco. Pelo poder que ostenta, pelas águas que estão correndo, do próprio barro melhore a nossa vida”. 


Ao terminar, juntou um bolo de lama e fez, sem que até hoje saiba como, a primeira carranca. Começou levando na feira, suportando calada riso e maldades. “É tão feia quanto a dona”, cutucavam. No dia seguinte, em vez de uma, Ana levava duas. Até que caiu nas graças dos turistas e dos ricos da cidade e, de lá, suas obras ganharam o mundo. Ela então deixou de ser Ana do Cego e virou Ana das Carrancas. E ele virou Zé dos Barros.

As carrancas de Ana são diferentes de todas as outras que, desde o final do século XIX, apontaram a face horrenda na proa das barcas do São Francisco. A maioria dos carranqueiros célebres esculpe em madeira, Ana, em barro. Mas a maior singularidade são mesmo os olhos vazados. São eles que dão a expressão melancólica, contendo mais sofrimento do que ameaça, à obra de Ana. É do feminino que Ana tira sua carranca dilacerada diante da dor do mundo.

Os traços deformados das carrancas de Ana expressam, pelo avesso, a perfeição de seu amor. É este sentimento avassalador que tomava conta de Ana, anos atrás, quando ela começou a pressentir que o fio de sua vida atingia seu cumprimento. “O barro é como gente. Tem o barro ruim e o barro bom. E até o barro regular. Conhecendo o barro se conhece o mundo”, sussurrava ela. “O barro é o começo e o fim de tudo. Sem ele não sou ninguém. Foi ele que me deu o direito. Não me separo dele pra coisa nenhuma, porque eu amo aquilo que ama a mim. O barro é um caco de mim. Nas minhas veias corre sangue de barro.

As lágrimas abriam então sulcos em sua face. Por um momento, ela assemelhava-se à sua criação. Movia o rosto em direção a Zé, que não a via com os olhos, mas era o único a abarcá-la por completo. Ana então dizia: “Não estou pedindo a morte. Mas quando eu me for, qualquer pedacinho de orelha, nariz ou olho é lembrança dele. E de mim”. 

Zé Vicente infartou em 2014...ganhou definitivamente Luz...

Fonte: Eliane Brum-Jornalista
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João Guimarães Rosa: Livro Grande Sertão Veredas completa 60 anos

O romance flui como o riacho, limitado por ambos os lados de terra e mato do cerrado (que é pra não perder o curso), numa longa narrativa oral entre os personagens, que são muitos. Riobaldo, um velho fazendeiro, declara sua experiência de vida a um interlocutor que jamais tem a palavra e cuja fala é apenas sugerida. Conta histórias de vingança, seus amores, perseguições, lutas pelo sertão de Minas Gerais, Goiás, e sul da Bahia. Tudo isso entremeado de reflexões um tanto quanto poéticas e filosóficas. Mas a verdade mesmo é que, ao redor de um mito universal, o autor conseguiu edificar uma obra de valor também universal e com elementos indígenas, até. É parida do meio. Autóctone que nem nativo da terra.

Ao se revisitar a obra de Guimarães Rosa, percebe-se a força e atualidade de seus livros. O que faz uma obra de arte ser considerada bela, eterna e sobreviver ao tempo é uma questão com muitas respostas. As hipóteses passam pelas grandes revoluções técnicas como o sfumato de Leonardo da Vinci, a grandeza e a beleza estética de Dante Alighieri ou a espiritualidade de Johann Sebastian Bach.

Suzi Sperber, professora de literatura da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), acredita que a atemporalidade da obra de Guimarães Rosa se deve "à extraordinária beleza do texto e forma como ele trabalha com as palavras". Segundo ela, a obra dele nos obriga a abordá-la com a emoção e não com a razão. "Ele quer a derrota da razão. O leitor não é obrigado a ter conhecimentos literários para ser envolvido pelo texto", afirma.

O livro Grande sertão: veredas, a obra mais aclamada de João Guimarães Rosa.O livro publicado em 1956, Grande sertão: veredas foi escrito quatro anos depois de uma famosa viagem do autor pelo interior de Minas Gerais, acompanhando a condução de uma boiada. Rosa anotou exaustivamente dados concretos da realidade física e da cultura sertaneja, e esses registros – suas famosas cadernetas de viagem, que atualmente se encontram no Instituto de Estudos Brasileiros da USP – foram utilizados como matéria-prima que o escritor trabalhou esteticamente para compor os livros. As anotações incluíam dados sobre a flora, a fauna e a gente sertaneja, usos, costumes, crenças, linguagem, superstições, versos, anedotas, canções, casos, estórias, enfim, tudo que lhe despertasse algum interesse.

A união desses dois universos, do homem que falava sete idiomas e possuía uma vasta cultura, com o apreciador da cultura popular, é, talvez, o traço mais característico de Rosa. Pesquisadores afirmam que percebem nas anotações a que teve acesso, que o autor gostava de conversar com as pessoas mais humildes. "As pessoas que não tiveram instrução, procuram palavras para exprimir aquilo que experienciam, criam novas palavras, imagens, ou transformam outras que conhecem, mas não sabem o que significa. Essas pessoas humildes abriram o caminho para que Rosa partisse nessa busca por novas palavras e imagens".
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Aderaldo Luciano: O Bicho do Mazagão, Rosil Cavalcanti e o Cordel

Rosil Cavalcanti, o compositor e radialista, o Zé Lagoa, foi o criador de uma perene tradição de cocos e rojões. Não alcancei o Forró de Zé Lagoa, seja na Rádio Caturité ou na Borborema, mas ouvi ecos de sua fama no Forró de Seu Vavá pela Rádio Cariri, apresentado por Genival Lacerda, cujo título foi claramente inspirado no seu antecessor. 

Por esse tempo, eu já era fã de Zé Bezerra com seu Bom Dia, Nordeste, com a vinheta criada por João Gonçalves. Mas voltando a Rosil Cavalcanti e, ainda pegando carona nas intervenções de seu centenário no ano passado, lembro de duas novidades da época: o disco de Chico Salles Araujo, Rosil do Brasil, e o livro de Rômulo Nóbrega e José Alves Batista, Para Dançar e Xaxar na Paraíba: ­ Andanças de Rosil Cavalcanti. Homenagens elevadas ao terceiro patamar da excelência.

As canções de Rosil transformaram-se em clássicos na primeira voz de Jackson do Pandeiro e nas demais que se seguiram, entre Alceu e Lenine, Elba e Zé Ramalho, o mesmo Genival Lacerda e Luiz Gonzaga e outros camaradas do alto escalão. Ficava-me obscura a face cordelística do personagem nascido em Macaparana, no Pernambuco, em 1915. Todavia, 101 anos depois alcançou-me, finalmente, a prova física definitiva, dependurada na vitrina da Letra Viva, ali no Largo de São Francisco, ao lado do IFCS, da UFRJ. O Bicho do Mazagão é o exemplar caído dos céus, delicadíssimo devido à idade, publicado em maio de 1964, como diz a capa, mais velho do que eu. Em princípio não acreditei, pensei ser propaganda de algum espertalhão, mas ao manusear e ler, está lá a marca indelével da autoria.

O Bicho do Mazagão, de Rosil Cavalcanti, foi impresso na Gráfica Júlio Costa, em Campina Grande. Patrocinado pelo "Açúcar Puro, Fino e Granulado" Marilúz, da companhia de Artur Freire. Co-patrocinado por Familho, da São Braz, de José Carlos, e pela "Aguardente Que Resolve O Problema" Paturí, de F. Aleixo & Filho, todos de Campina Grande. A narrativa se passa na Serra da Catruzama, avizinhada do Pindurão, no Piauí, divisa com Maranhão. As terras do Major Figal eram uma espécie de paraíso, abandonadas pelo dono. No tempo remoto, sem as comunicações, seus moradores sabiam o mundo formado por vastas e misteriosas matas, cavernas profundas, pedreiras e túneis adornadas de lendas. O cordel de Rosil, em setilhas, é mais uma assinatura magistral do inesquecível artista. Agora, repousa em paz em meu baú do tesouro.

Fonte: Aderald Luciano-professor Doutor em Ciência da Literatura
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Agricultores armazenam água para conviver com seca

Família de agricultores armazenam água em cisternas
Sertão do Araripe, Sertão do Moxotó, Agreste, Sertão do São Francisco. É para estes territórios do semiárido pernambucano castigados pelas estiagens prolongadas que a Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) está levando a água retirada de poços artesianos que vêm dando alívio a uma população de quase 20 mil pessoas.

São 1.186 poços perfurados e instalados em 49 municípios. Os poços perfurados e instalados pela Codevasf no semiárido de Pernambuco são uma tecnologia de convivência com a seca que se divide em dois tipos: poços sedimentares ou cristalinos. Os sedimentares são perfurados nos locais que possuem manchas de sedimentos (arenito, calcário), escavados a profundidades que podem variar de 100 a 200 metros, e fornecem grandes volumes de água oriunda do lençol freático. A captação da água é feita por meio de motobombas de alta potência.

A água captada do poço, segundo explica Elijalma Augusto, engenheiro civil da Codevasf em Petrolina (PE), é direcionada através de uma boia para um reservatório – que funciona como um chafariz de onde a comunidade recolhe a água usando diversos tipos de recipientes –, e para um bebedouro, onde é consumida por animais. Há poços desse tipo instalados também nas imediações de escolas rurais.

Elijalma Augusto informa que, na região de Pernambuco atendida pela 3ª Superintendência Regional da Codevasf, existem diversas bacias sedimentares, sendo as maiores as de Jatobá, de Araripe e de São José de Belmonte; e outras menores, como as de Cedro, Tupã-Nancy, Araras e Fátima.

O outro tipo de poço, o cristalino, é perfurado e instalado em regiões de subsolo rochoso, entre 50 a 70 metros de profundidade, e a água é captada das fendas nas rochas, onde se acumula. O volume é menor, e a captação é feita por catavento ou por bomba submersa.

Em 37 municípios do sertão de Pernambuco, 38,5 mil famílias contam, em meio à estiagem, com o abastecimento de água via carros-pipa graças a uma outra tecnologia de convivência com a seca que também teve instalação feita pela Codevasf: as cisternas, reservatórios de polietileno com capacidade de armazenar 16 mil litros de água.

A agricultora Joseilza Souza Ferreira, que vive no Assentamento Cacimba dos Sonhos, atesta que a vida da família melhorou. “Os filhos e netos têm uma vida melhor. Podemos tomar banho e fazer comida com a água do reservatório”, diz Joseilza. No Assentamento Mandacaru, também localizado na área rural de Petrolina, o agricultor Benedito do Nascimento afirma que vai começar usar a água da cisterna para cultivar uma pequena horta.

O coordenador da ação na 3ª Superintendência Regional da Codevasf, Ivolnaldo Lacerda, destaca que as cisternas de consumo humano de água abastecem uma família de cinco pessoas por até seis meses no período da estiagem com água de qualidade para beber, fazer comida e para a higiene da rotina doméstica.

Monitor de Secas
O relatório mais recente do Monitor de Secas da Agência Nacional de Águas (ANA) informa que as poucas chuvas ocorridas no mês de agosto colaboraram para o agravamento da seca em Pernambuco. De acordo com o sistema, houve expansão da área com seca excepcional nas mesorregiões do Sertão e Agreste, e segue predominando no estado a seca com intensidade extrema.

Os impactos da estiagem no estado, segundo o monitor, permanecem de curto e longo prazo em todo Sertão e Agreste, mas também tiveram um pequeno avanço pela Zona da Mata. Apenas numa estreita faixa ao longo litoral pernambucano, abrangendo a mesorregião Metropolita do Recife e parte da Zona da Mata, os impactos permaneceram de curto prazo.

Ouça a Rádio Codevasf:
https://soundcloud.com/codevasf
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